Matheus Pereira, do Cruzeiro, e Tiquinho Soares, do Botafogo, tiveram uma infeliz coincidência no empate por 0 a 0, nesse domingo (6/8), pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. Ambos os jogadores deixaram o gramado do Mineirão, em Belo Horizonte, com suspeitas de lesões no joelho esquerdo, que foram confirmadas logo depois em contextos diferentes.
O meia-atacante da Raposa teve constatado contusões nos ligamentos cruzado posterior (LCP) e colateral medial (LCM), enquanto o atacante do time carioca machucou apenas o colateral medial. Eles farão tratamentos conservadores, ou seja, sem a necessidade de intervenções cirúrgicas.
Como de praxe, o Cruzeiro não divulgou o prazo de recuperação do jogador de 27 anos, que está emprestado pelo Al-Hilal, da Arábia Saudita, até julho de 2024. Por outro lado, o Botafogo informou que o camisa 9 alvinegro precisará de cinco semanas para retornar à equipe do técnico Bruno Lage.
Como foram as lesões?
Pereira alegou dores no joelho aos 23 minutos do segundo tempo. Ele se chocou com o atacante Victor Sá dentro da área alvinegra e depois desabou no gramado. As imagens da transmissão do canal SporTV focaram no armador do Cruzeiro, que levou a mão à perna esquerda.
O camisa 96 celeste recebeu atendimento médico e ainda voltou ao campo. No entanto, não conseguiu correr e foi substituído por Nikão seis minutos depois. Imediatamente, ele iniciou o tratamento com gelo no local no banco de reservas.
Já Tiquinho se lesionou ao tentar fintar o zagueiro Neris ainda no primeiro tempo da partida. Ele estava em posse da bola quando girou em cima do marcador, mas o pé esquerdo acabou ficando preso na grama. O atacante saiu de campo no carrinho-maca e precisou de ajuda para descer as escadas de acesso ao vestiário do Mineirão.
Diferença das contusões
A pedido da reportagem de No Ataque, nesta quarta-feira (9/8), o médico ortopedista Frederico Pimenta explicou a diferença das lesões dos dois jogadores. O especialista em cirurgia no joelho deu um panorama sobre as recuperações – a se considerar as contusões de Matheus Pereira e Tiquinho como de mesmo grau.
“Vamos considerar que os jogadores tiveram o mesmo grau de lesão. Pacientes que têm lesões de dois ligamentos geralmente demandam um tratamento conservador mais prolongado, tendo em vista pacientes que têm lesão de um único ligamento. Geralmente, nas lesões de colateral medial, que envolvem lesão do cruzado posterior, precisa de tempo de recuperação mais prolongado”, iniciou.
“Inicialmente, para a recuperação do ligamento cruzado posterior é necessário tempo inicial de imobilização do joelho. Já nas lesões isoladas do ligamento colateral medial, se forem simples, o atleta pode retomar rapidamente as atividades de mobilidade do joelho”, completou.
Pimenta também estipulou o prazo para a volta do meio-campista e do atacante às atividades com bola em seus respectivos clubes. A diferença de tempo de Matheus Pereira para Tiquinho pode chegar até quatro semanas.
“Para o primeiro atleta (Tiquinho Soares), que teve uma lesão mais simples, a recuperação deve ser em torno de seis semanas. Já para o atleta do Cruzeiro (Matheus Pereira) a recuperação é um pouco mais prolongada, que deve envolver de oito a dez semanas para voltar a fazer exercícios mais intensos”, concluiu.
Processo de recuperação de Matheus Pereira
Em entrevista à reportagem, o fisioterapeuta esportivo Raphael Salgado deu detalhes de como deve ser feito o tratamento de Matheus Pereira no Cruzeiro. Conforme o profissional, o armador provavelmente passará por etapas distintas de tratamento até retornar aos treinos na Toca 2.
“O ligamento colateral medial quando tem uma lesão parcial, a gente fala de mais ou menos um mês de recuperação. Se esse joelho está estável, esse tempo é respeitado. Se tem uma instabilidade, principalmente ligado a uma lesão do cruzado posterior, pode chegar até três meses de recuperação. Por ser um jogador novo, com preparo físico, acredito que ele estará de volta em no máximo dois meses, mas é apenas uma especulação”, projetou.
- 1ª etapa – controle do edema (inchaço) para cicatrização mais rápida
- 2ª etapa – trabalhar a manutenção da movimentação do joelho para evitar atrofia
- 3ª etapa – fisioterapia para estimular a musculatura
- 4ª etapa – fortalecimento na academia
- 5ª etapa – preparação física para ganho de força