O momento ruim do Cruzeiro é marcado por uma busca por respostas. Inconformados com a situação vivida pela equipe no Campeonato Brasileiro, os torcedores celestes procuram entender o que tem ocasionado tantos problemas dentro de campo. Em situações assim, muito se fala de questões psicológicas.
‘Como está o emocional dos jogadores? O time realmente está com a cabeça no lugar?’: essas são algumas das perguntas feitas pelas pessoas desde que o Cruzeiro parou de vencer. A última vitória foi na 14ª rodada do Campeonato Brasileiro, em 8 de julho: 1 a 0 sobre o Vasco, no Rio de Janeiro.
De lá para cá, são sete jogos seguidos sem triunfar. Nesse período, a Raposa empatou com Corinthians (1 a 1), Botafogo (0 a 0), Athletico-PR (3 a 3) e Coritiba (0 a 0) e perdeu para Grêmio (3 a 0), Palmeiras (1 a 0) e Goiás (1 a 0).
Como está o psicológico do time do Cruzeiro?
Contra o Timão, o Cruzeiro sofreu o gol de empate nos últimos segundos dos acréscimos finais. O banho de água fria, naquele que seria um importante triunfo, veio diante da torcida, que compareceu em peso ao Mineirão. Após o jogo, muitas vaias dos cruzeirenses e sentimento geral de indignação.
Na saída de campo, Rafael Cabral conversou com a imprensa e enfatizou que a equipe não tem problemas psicológicos. O goleiro ainda comparou o momento vivido pelos atletas com situações de cunho pessoal.
“Difícil é perder a mãe com 13 anos. Difícil é sair de casa cedo. Essas coisas são difíceis. Aqui a gente joga futebol e ama o que faz. Estamos acostumados. Faço isso desde os 12 anos. Nosso psicológico é forte e a gente vai mostrar isso na próxima partida”, salientou Cabral na ocasião.
Nesse domingo (27/8), porém, o Cruzeiro mostrou o contrário disso e voltou a tropeçar no Brasileirão. A Raposa viajou até Porto Alegre para enfrentar o Grêmio, que dominou, fez 3 a 0 com tranquilidade e ainda teve dois gols anulados pela arbitragem.
A atuação apática e pouco competitiva do time estrelado incomodou o técnico Pepa, que usou a entrevista coletiva para demonstrar insatisfação. Em uma das respostas, o treinador português afirmou que a postura do Cruzeiro nessa goleada foi ‘inadmissível’.
“Temos muito campeonato pela frente, mas temos que dar a volta (por cima) com muito mais cabeça e equilíbrio. Pode não sair muita coisa, as coisas podem ir mal, mas eu sou o primeiro a dar a cara e defender todos os jogadores por erros técnicos ou de decisão. O que eu não admito foi o que aconteceu hoje.”
“Esse jogo foi atípico. É verdade que a vitória não apareceu (nas últimas semanas), mas aí estamos falando de infelicidades, pequenos detalhes. As exibições estavam boas, consistentes. Hoje fugiu disso tudo. Agora, não vamos colocar essa exibição com tudo aquilo o que tem acontecido. Temos que olhar para dentro, nos fechar. Mais do que ganhar, perder ou empatar, esse tipo de atitude (não) competitiva é inadmissível”, complementou.
Cruzeiro precisa reagir no Campeonato Brasileiro
Se quiser escapar de um novo rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro precisa de atuações mais consistentes nos 17 jogos restantes. Até o momento, foram seis vitórias, sete empates e oito derrotas em 21 rodadas – 39,7% de aproveitamento.
A Raposa está em 12º lugar na Série A, com 25 pontos – quatro a mais que o Santos, 17º colocado e primeiro time dentro da zona de rebaixamento da competição.
O Corinthians, que tem uma partida a menos, está uma posição atrás do Cruzeiro, com a mesma pontuação. Se empatar ou vencer o jogo atrasado contra o Grêmio, os paulistas ultrapassam os mineiros na tabela.
Segundo o departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a equipe celeste tem 17,3% de chance de rebaixamento à Segunda Divisão – sétima maior porcentagem do ranking.
O Cruzeiro volta a campo no próximo domingo (3/9), contra o Red Bull Bragantino. Os times se enfrentarão a partir das 18h30, no Mineirão, em Belo Horizonte, pela 22ª rodada do Brasileirão.
