O CEO da SAF do Cruzeiro, Gabriel Lima, revelou nessa semana que o clube está perto de assinar um contrato de fidelidade com o Mineirão válido pelos próximos três anos. Contudo, a grande dúvida dos torcedores é em relação à agenda de shows previstos para o estádio durante este período. Os cruzeirenses temem possíveis conflitos de datas dos eventos com os jogos da Raposa.
Samuel Lloyd, gestor da Minas Arena (concessionária que administra o Mineirão desde 2010), confirmou a informação antecipada pelo diretor celeste. Em entrevista exclusiva ao jornal Estado de Minas/No Ataque, ele explicou como ficarão os shows no Gigante da Pampulha a partir de 2024.
(Ficará) como sempre foi. Sempre tivemos contrato com o Cruzeiro, e o Mineirão conseguiu trazer eventos como Paul McCartney e a própria Beyoncé, que veio em 2013. Já tinha o contrato com o Cruzeiro. Não muda absolutamente nada.
Samuel Lloyd, diretor do Mineirão
De acordo com Lloyd, o novo acordo estabelecido não muda o funcionamento da agenda comercial da Minas Arena durante o ano. A concessionária entende que será preciso respeitar as datas de futebol propostas pelo Cruzeiro, mas sem deixar os shows de lado. As marcações dos eventos (esportivos e musicais) andarão lado a lado.
“(O contrato) só traz a segurança jurídica para que as datas de futebol sejam ocupadas quando precisar e a gente não sofra como no primeiro semestre deste ano. Ficamos naquela insegurança, o Cruzeiro tinha assinado com o Independência, não sabíamos se teriam jogos e colocamos os shows. Depois o clube demandou o gramado que estava ocupado com a agenda de eventos. O contrato sinaliza que o clube tem o interesse de mandar grande parte das partidas no Mineirão”, concluiu.
Imbróglio do Cruzeiro com a Minas Arena
Indisposto com as tratativas comerciais relacionadas às divisões das receitas do Gigante da Pampulha, o Cruzeiro, na figura do sócio majoritário Ronaldo Fenômeno, rompeu com a Minas Arena em janeiro de 2023. O gestor da SAF celeste anunciou uma parceria com o Independência, em Belo Horizonte, até o fim do ano, o que não foi cumprido 100% à risca.
A relação turbulenta entre as partes afetou o desempenho esportivo do clube na temporada. Sem uma casa fixa, o Cruzeiro mandou suas partidas do Campeonato Mineiro e do Brasileiro em quatro estádios diferentes: no Independência; no Kléber Andrade, em Cariacica-ES; na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas; e no Parque do Sabiá, em Uberlândia.
A Raposa só voltou a jogar no Mineirão em maio de 2023, já com a Série A em andamento. O retorno ao Gigante da Pampulha ocorreu depois que o clube chegou a um acordo com a Minas Arena, por meio de intermediação do governo do Estado.
Ainda assim, o Cruzeiro fez duras críticas quanto à situação do gramado, que apresentou muitas falhas em decorrência dos shows dentro do estádio. Por diversas vezes, a grama ficou com coloração amarelada e alguns buracos.
Novo acordo
No novo acordo, o Cruzeiro terá o repasse dos lucros com camarotes, bares e estacionamentos de forma progressiva, aumentando a cada ano. Conforme apurou a reportagem, o clube ainda deve se comprometer a participar da manutenção do gramado e da organização das partidas que mandará no Mineirão.
Perguntado sobre o assunto, Samuel Lloyd não deu mais detalhes do que ficou acertado entre as partes. O gestor da concessionária disse que o documento tem cláusula de sigilo e só poderá ser divulgado em breve.
“A gente está em processo de negociação com o Cruzeiro. O próprio documento tem cláusula de sigilo. Só podemos divulgar de forma conjunta com o Cruzeiro quando o acordo estiver fechado. Nesse momento, não temos nenhuma informação para compartilhar, mas espero em breve ter boas notícias para todo mundo”, finalizou.