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Cruzeiro: como está o processo da dívida por Rodriguinho na Fifa?

Veja o posicionamento do Cruzeiro sobre a dívida por Rodriguinho, contratado em 2019, quando estava no Pyramids, do Egito

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Em processo de reestruturação em todas as searas, o Cruzeiro vislumbra um futuro promissor e com saúde financeira capaz de sustentar grandes investimentos. Por isso, a diretoria da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) toma providências para não ser surpreendida ao “abrir novas gavetas”, como dito por Ronaldo Nazário ao se referir às dívidas acumuladas nas gestões passadas.

Parte da torcida cruzeirense teme que o clube não consiga cumprir seus acordos na Justiça nos próximos anos. Além de se preocupar em não dar ‘calotes’ nos credores, a Raposa precisa quitar pendências antigas para não ser punida desportivamente. Uma delas é o débito com o Pyramids, do Egito, pela contratação do meio-campista Rodriguinho, em 2019, que segue sem definição.

Em fevereiro deste ano, o Cruzeiro alegou que a dívida é de total responsabilidade da associação civil, e não da SAF. O clube mineiro não cumpriu o prazo para pagamento do débito estimado em 6 milhões de dólares (R$ 31 milhões, à época) e correu o risco de sofrer uma sanção esportiva na Fifa, como a impossibilidade de registrar novos jogadores – punição conhecida como transfer ban.

Contudo, o impasse em relação à responsabilidade pelo pagamento da dívida ainda não está claro. Apesar de a empresa de Ronaldo alegar que o dever é da associação civil, o item 3 do contrato de compra da SAF do Cruzeiro, assinado em abril do ano passado, indica que a obrigação é da empresa do ex-jogador de futebol.

  • 3) Dívidas relacionadas à prática esportiva (FIFA e CNRD) serão de responsabilidade da SAF;

À reportagem de No Ataque, o Cruzeiro informou nesta semana que a posição da instituição segue a mesma de quando foi divulgado um informativo sobre o caso. A diretoria da SAF frisou que não existe a menor chance de o clube sofrer transfer ban por Rodriguinho.

Ronaldo tentou resolver imbróglio

É válido lembrar que Ronaldo tentou resolver o “caso Rodriguinho” em encontro com Salem Saeed Al Shamsi, dono do Pyramids. O investidor do Cruzeiro revelou detalhes das conversas ao jornalista Jaeci Carvalho, colunista do Estado de Minas, durante a Copa do Mundo do Catar.

“A gente tem uma dívida com o Pyramids, do Egito, de US$ 6 milhões que a gestão, não sei qual foi que fez, não pagou. Compraram o Rodriguinho e não pagaram, deixaram essa herança aí para mim. A gente está negociando com ele (presidente do Pyramids) para não chegar um transfer ban“, disse, em 29 de novembro de 2022.

Contratação de Rodriguinho

Rodriguinho foi contratado pelo Cruzeiro em janeiro de 2019 num negócio estimado em US$ 7 milhões – R$ 26 milhões na época, diluídos em três anos. A gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá pagou apenas uma espécie de entrada, de R$ 3,85 milhões, no dia 25 daquele mês.

As demais parcelas deveriam ter sido quitadas em novembro de 2019 (US$ 500 mil), fevereiro de 2020 (US$ 500 mil), maio de 2020 (US$ 1 milhão), agosto de 2020 (US$ 500 mil), novembro de 2020 (US$ 500 mil) e a última em janeiro de 2022 (US$ 3 milhões), quando o vínculo de Rodriguinho já teria se encerrado.

O Cruzeiro se comprometeu a desembolsar, ao longo de 36 meses de contrato, uma fortuna de R$ 53 milhões. O valor total incluía aquisição de direitos econômicos (R$ 26,3 milhões), remuneração total do jogador (R$ 14 milhões), direito de imagem (R$ 9,3 milhões) e comissões de intermediários (R$ 3,4 milhões).

O montante poderia ser ainda maior se o Cruzeiro conquistasse, em 2019, 2020 ou 2021, o Campeonato Brasileiro, a Libertadores ou o Mundial de Clubes – ou mesmo se Rodriguinho atuasse em 70% dos jogos nessas competições. O contrato previa bônus de mais R$ 650 mil caso o meia alcançasse alguma dessas metas.

Rodriguinho, entretanto, jogou pouco pela Raposa, uma vez que lidou com uma lesão crônica na região lombar na segunda metade de 2019. Em 22 partidas, marcou oito gols e deu duas assistências. Em 2020 e 2021, o meia defendeu o Bahia. Na temporada 2022, transferiu-se para o Cuiabá, pelo qual atuou até abril de 2023.

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