Anunciado como treinador interino do Cruzeiro até o fim do Campeonato Brasileiro de 2023, Paulo Autuori coleciona momentos marcantes na Toca da Raposa como técnico – bons e ruins. Será a quarta vez que ele comandará a equipe celeste.
A melhor lembrança para o torcedor cruzeirense vem do primeiro ano dele à beira do campo. Em 1997, Autuori foi contratado para o lugar de Oscar Bernardi. Na ocasião, o ex-zagueiro pediu demissão após a primeira rodada da fase de grupos da Copa Libertadores.
Logo no início do trabalho, Autuori levou a Raposa ao título do Campeonato Mineiro. A taça veio com o triunfo sobre o Villa Nova, no Mineirão, por 1 a 0, em 22 de junho. O atacante Marcelo Ramos fez o gol. O jogo ficou marcado pelo recorde de público do estádio: 132.834 torcedores
A consagração de Autuori veio com a conquista da Copa Libertadores daquele ano. Diante de mais de 100 mil espectadores no Gigante da Pampulha (95.472 pagantes), o Cruzeiro derrotou o Sporting Cristal (1 a 0), em 13 de agosto de 1997. Elivélton, batendo de perna direita, fez o gol do bicampeonato contando com falha do goleiro Balerio.
A campanha do segundo título celeste no torneio continental teve ainda como destaques o goleiro Dida e o atacante Palhinha.
Antes mesmo da decisão da Libertadores contra os peruanos, Autuori já havia comunicado o então presidente Zezé Perrella que deixaria a Toca para comandar o Flamengo. O estopim da decisão foi um desentendimento com Moraes, ex-zagueiro campeão da Libertadores de 1976, que era diretor de futebol da equipe na época.
Assim, Autuori não comandou o Cruzeiro no Mundial de Clubes, no fim do ano, contra o Borussia Dortmund. Com Nelsinho Batista no cargo, o time celeste foi derrotado pelos alemães por 2 a 0, em 3 de dezembro, no Estádio Olímpico de Tóquio.
Volta de Autuori à Toca
Paulo Autuori retornou ao clube no fim de 1999. Foi chamado para substituir Levir Culpi. Dessa vez, não obteve êxito. Saiu sem conquistar troféu, ao ser demitido em 24 de abril de 2000, após a derrota para o Atlético, por 4 a 2, no Campeonato Mineiro.
Entretanto, deixou um legado: ele montou o grupo que acabaria campeão da Copa do Brasil daquele ano, sob o comando de Marco Aurélio, contratado após a saída dele. Entre os reforços que chegaram ainda sob a batuta de Autuori estavam o lateral argentino Sorín, o zagueiro Cléber e os atacantes Fábio Júnior (que voltava ao clube após passagem apagada pela Itália) e Oséas.
Saída após goleada para o Atlético
Em 6 de dezembro de 2006, o Cruzeiro recorreu novamente a Autuori. Ele assinou contrato de um ano, após a dispensa de Oswaldo de Oliveira ao término do Brasileiro.
O planejamento era de trabalho até dezembro de 2007, mas, em 29 de abril, pediu para deixar o clube. Saiu depois de outra derrota para o arquirrival. Agora, o ponto final veio na goleada por 4 a 0 para o Atlético, no Mineirão, na primeira partida da final do Mineiro.
O duelo ficou marcado pelo gol histórico de Vanderlei no goleiro Fábio. Os atleticanos ainda festejavam gol de Marcinho, de pênalti, enquanto os cruzeirenses lamentavam. No reinício da partida, em um vacilo da defesa celeste, Vanderlei roubou a bola na intermediária e mandou para as redes. Fábio estava de costas e não percebeu a movimentação.
Números de Autuori no Cruzeiro
Ao todo, Autuori comandou o Cruzeiro em 86 jogos oficiais e um amistoso, com 43 vitórias, 21 empates e 23 derrotas (58,13% de aproveitamento).
