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Diretor do Cruzeiro reconhece erros e explica como convenceu Autuori

Paulo Autuori assumirá o comando do Cruzeiro até o fim do Brasileiro e tem como missão livrar o time do rebaixamento à Série B
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Diretor de futebol do Cruzeiro, Pedro Martins reconheceu erro do clube de trocar de treinador quatro vezes ao longo da temporada. Em situação crítica no Campeonato Brasileiro, a Raposa demitiu Zé Ricardo e definiu que Paulo Autuori será o comandante na reta final da competição. O dirigente também comentou como convenceu o treinador a assumir a função com a missão de salvar o time do rebaixamento.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira (14/11), Pedro Martins disse que o planejamento do início do ano não imaginou que a equipe pudesse chegar o final da temporada na situação atual. Autuori será o quarto treinador este ano. Paulo Pezzolano comandou no começo da temporada e deixou o clube para ir ao Valladolid, após campanha ruim no Campeonato Mineiro.

O português Pepa chegou para o lugar do uruguaio, mas o trabalho chegou ao fim em agosto. A Raposa então fechou com Zé Ricardo, que foi demitido após derrota para o Coritiba, no último domingo. O time celeste está na 17ª posição, na zona de rebaixamento, com 37 pontos em 32 jogos disputados.

“O primeiro ponto que quero passar como mensagem é a nossa total falta de concordância e também desapontamento com a nossa quantidade de treinadores durante a temporada. De maneira alguma, a gente projetou ou planejou esse Cruzeiro com quatro treinadores num único ano. De maneira alguma, a gente pensou ou construiu um projeto desportivo para que a gente terminasse o mês de novembro dessa maneira”

Pedro Martins, diretor do Cruzeiro

O diretor disse que leva os erros como aprendizado e que o trabalho seguirá com o objetivo de colocar o Cruzeiro novamente entre os grandes do Brasil.

“É humanamente impossível resolver todos os problemas crônicos do Cruzeiro em apenas uma temporada e comprar todas as brigas que a gente acredita que são importantes e fundamentais para colocar esse Cruzeiro de novo entre os principais clubes do Brasil. Talvez, um dos grandes aprendizados desta temporada é a gente entender que prioridades precisam ser estabelecidas e que algumas brigas precisam ser colocadas à frente”, falou.

Saída de Zé Ricardo

Muito questionado pela torcida desde quando assumiu o comando do Cruzeiro no início de setembro, Zé Ricardo não conseguiu bons resultados à frente do time. O treinador de 52 anos não resistiu à série negativa da equipe mineira e deixou o clube após dez jogos, com três vitórias, dois empates e cinco derrotas (36,66% de aproveitamento).

Pedro Martins disse que a demissão foi em razão do desempenho oscilante do time no Brasileiro. Ele ressaltou que nos seis jogos que restam, procurou encontrar uma saída emergencial para salvar o clube de uma possível queda à Série B.

“Falar sobre a saída do Zé (Ricardo) também não é fácil para a gente. Quando a gente toma a decisão de trazê-lo, olhamos alguns aspectos metodológicos importantes, as ideias que estavam na mesa e fizemos algumas conversas que nos deram um caminho para tomar uma decisão. Quando a gente decide trocar, a troca está muito mais atrelada ao comportamento da equipe do que necessariamente ao trabalho em si, ao dia a dia do Zé Ricardo e sua comissão.”

“Tivemos desempenhos que oscilaram: bons jogos, jogos em que a gente viu que a equipe estava evoluindo, e outros nem tanto. Mas optamos por agir. Agir pelo momento do clube na competição. Agir pela nossa insatisfação em relação à postura de jogadores e da equipe como um todo de maneira específica. E agir porque acreditamos que podemos fazer diferente. Temos seis jogos, que vão decidir o nosso ano. Seis jogos que a gente acredita que uma coisa é necessária e fundamental: nós vamos enfrentar esses seis jogos com coragem, vamos brigar até o final”, afirmou.

Por quê Autuori?

Pedro Martins comentou sobre a escolha de Autuori para a reta final do campeonato. O treinador estava no clube como diretor técnico, mas foi convencido pela direção a assumir o comando da equipe.

“Avaliamos diversos nomes, a gente fez uma reflexão de quem estaria disponível, de quem viria para o Cruzeiro neste momento. Mas a todo momento a gente voltava para dentro da Toca. Para a gente, estava claro que a solução sempre esteve e estará dentro da Toca da Raposa. A gente deixou isso claro para o nosso elenco. Não adianta a gente criar expectativa de que vai vir alguém de fora para salvar a pátria e resolver todos os problemas do Cruzeiro. Não é assim que a gente acredita que o futebol é feito. A gente dividiu essa reflexão com o Paulo Autuori”

Pedro Martins, diretor de futebol do Cruzeiro

Anteriormente, ainda quando o clube estava em busca de um substituto para Pepa, Autuori foi questionado sobre a possibilidade de treinar o time. Na época, ele negou com veemência qualquer perspectiva relacionada ao cargo em questão.

“O dilema e a reflexão sobre quem seria o próximo treinador estava diretamente atrelado ao que a gente queria como comportamento para esta equipe. Ele nos disse isso mais de uma vez, reiterou isso na sua chegada, nós fizemos um pedido e fizemos um processo de convencimento, de troca de ideias, sobre toda essa decisão que precisa ser tomada sobre o próximo comandante”, contou Pedro Martins.

Processo de convencimento

Por fim, Pedro Martins afirmou que a diretoria ficou satisfeita com a decisão de Autuori. Ele vai trabalhar ao lado de Fernando Seabra e Vinicius Rovaris. O diretor também comentou sobre a escolha do técnico sub-20 para participar do dia a dia no comando da equipe até o fim da temporada.

“Então, depois de um processo de convencimento… E a gente sabe como é complicado para o Paulo sair desse lugar que ele mesmo nos pediu como diretor técnico. A gente agradece pela confiança não só na gestão, mas também no elenco, para que a gente consiga terminar o ano da maneira como a gente projetou e, principalmente, para que a gente tenha o tempo necessário para tomar as decisões mais corretas pensando no Cruzeiro para a próxima temporada”, falou.

“E o comando é justamente acreditando na nossa forma de fazer futebol, de unir as competências, de trazer o Fernando Seabra do sub-20, de trazer o Vinícius para um papel ainda mais importante no processo decisório e também dividir com os atletas esse grande desafio. Porque a gente sabe que esta equipe já apresentou um bom desempenho em alguns momentos da competição e sabe que é possível recuperar esse desempenho, principalmente com a mudança de comportamento para esta reta final, para esses seis últimos jogos”, finalizou.

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