Após a demissão de Zé Ricardo, o diretor técnico Paulo Autuori foi nomeado como treinador interino do Cruzeiro até o fim do Campeonato Brasileiro desta temporada. Ele terá como principal missão evitar um novo rebaixamento do clube à Série B. Mas afinal, qual é o retrospecto do profissional de 67 anos na briga contra o descenso?
Autuori não terminou nenhum trabalho na zona de rebaixamento por qualquer clube. Entretanto, teve parcelas de culpa em duas campanhas desastrosas de times brasileiros que terminaram com quedas à Segunda Divisão.
A primeira delas foi no Brasileirão de 2013. O treinador comandou o Vasco nas seis rodadas iniciais do torneio e acumulou duas vitórias, um empate e três derrotas (38% de aproveitamento).
Ele foi demitido do cruz-maltino após três meses de trabalho. À época, Autuori se indispôs com a diretoria por não ter cumprido o prazo prometido para quitar os salários atrasados.
Depois da saída de Autuori, o Vasco contratou Dorival Júnior e, posteriormente, Adilson Batista. Nenhum deles foi capaz de salvar o clube do rebaixamento à Série B. O time terminou o campeonato na 18ª posição, com 44 pontos.
Desempenho ruim no Botafogo
Paulo Autuori também iniciou outra trajetória frustrante para um clube brasileiro e foi demitido no meio do caminho. O treinador dirigiu o Botafogo nas 12 primeiras rodadas da Série A de 2020, tendo desempenho pífio: 11 pontos em 36 disputados (30% de aproveitamento). Foram uma vitória, oito empates e três derrotas.
O Botafogo ainda teve Bruno Lazaroni e Ramón Díaz como substitutos de Autuori naquela campanha. O Fogão terminou o segundo turno do Brasileirão na lanterna, com 27 pontos.
Autuori tentará livrar o Cruzeiro do rebaixamento
Autuori assumiu o Cruzeiro nessa terça-feira (14/11). Ele terá como principal missão livrar a Raposa do rebaixamento, mas o desafio não será nada fácil. A equipe abre o Z4 (17ª posição), com 37 pontos – um a menos do que o Bahia (16º colocado).
Nas próximas rodadas, o Cruzeiro terá confrontos diretos com Vasco (15º, com 40 pontos) e Goiás (18º, com 35), além de enfrentar Fortaleza, Athletico Paranaense, Botafogo e Palmeiras.
Segundo os cálculos do departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o ‘número mágico’ para que um time garanta a permanência é de 47 pontos. Essa pontuação tem apenas 0,6% de chance de queda. Contudo, algumas equipes podem se salvar com menos pontos em um cenário que os adversários tenham aproveitamento menor do que o esperado.
O clube que chegar ao 46º ponto, por exemplo, tem 4,2% de risco de rebaixamento, enquanto um time com 45 tem 15,5%. Sendo assim, o Cruzeiro precisaria somar mais nove pontos em 18 possíveis (50% de aproveitamento) – totalizando 46 – para correr pouco risco.