Vitoriosos no passado e salvadores no presente. Felipão, Vanderlei Luxemburgo e Paulo Autuori fizeram parte do período mais vitorioso da história do Cruzeiro e também do mais difícil. O trio que empilhou taças por diversos clubes nas décadas de 1990 e 2000 salvou a Raposa do rebaixamento em três das últimas quatro temporadas.
A única exceção ocorreu no ano de 2022, quando o Paulo Pezzolano enfim levou o Cruzeiro de volta à elite do Campeonato Brasileiro. Sob o comando do técnico uruguaio, o time foi campeão e deixou a Série B após três anos.
No retorno à elite do futebol nacional, o Cruzeiro passou por grandes altos e baixos. A permanência na Primeira Divisão foi selada apenas nesse domingo (3/12), devido a empate com o Botafogo e combinação de resultados nos outros jogos da 37ª rodada.
Quem comanda a equipe celeste nos últimos seis jogos da de 2023 é Autuori, que voltou ao clube em novo cargo e teve de assumir como treinador de forma provisória. Nessa passagem, ele mescla experiência com juventude, pois divide as funções de técnico com o novato Fernando Seabra.
O No Ataque relembra como foram as passagens dos medalhões que salvaram o Cruzeiro de quedas para as Séries B e C nos últimos anos. Veja abaixo.
Felipão
Hoje Felipão é técnico do Atlético, mas houve um longo período em que seu vínculo com Minas Gerais esteve todo atrelado ao Cruzeiro. O técnico pentacampeão mundial treinou a Raposa entre 2000 a 2001 e de 2020 a 2021.
Scolari estava no Cruzeiro quando aceitou o convite para assumir a Seleção Brasileira durante as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. Nessa passagem, o treinador falhou em vencer grandes títulos, como a Série A e a Copa Libertadores, mas conquistou uma edição da Copa Sul-Minas.
Duas décadas depois, Felipão voltou ao Cruzeiro em um contexto de caos interno e pandemia global. A primeira temporada da Raposa na Série B foi disputada logo após o estouro da pandemia de COVID-19, que mudou todas as estruturas sociais e financeiras do mundo.
O treinador assumiu o Cruzeiro na 19ª posição da tabela, com 12 pontos em 15 partidas. A chance de garantir o acesso naquele momento era de apenas 1,1%. Além do momento ruim em campo, Felipão tinha que lidar com os problemas salariais do clube e a grave situação que a saúde global enfrentava.
A segunda passagem de Scolari terminou em janeiro de 2021, com o Cruzeiro livre do rebaixamento e em 12º lugar na Série B. Quando faltava um jogo para a competição terminar, ele deixou o clube em comum acordo com a diretoria. O motivo da saída foi a falta de perspectiva de melhorias nas condições de trabalho para a temporada seguinte.
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Vanderlei Luxemburgo
Vanderlei Luxemburgo viveu um momento mágico na primeira passagem pelo Cruzeiro. Contratado em agosto de 2002, o técnico pentacampeão brasileiro levou o time celeste à conquista inédita da Tríplice Coroa no ano seguinte.
Apoiado pelo talento do meia Alex e de vários jogadores que despontavam para o futebol sul-americano, Luxa conquistou o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e o Brasileirão de 2003. Foram 107 jogos à frente do Cruzeiro nesse período, que terminou com sua demissão em fevereiro de 2004. O motivo do fim do relacionamento foram os vários desentendimentos entre o treinador e a diretoria celeste.
Foram necessários onze anos para que Vanderlei voltasse à Toca da Raposa. Em 2015, o veterano teve uma passagem curta e de baixo aproveitamento pelo Cruzeiro. A história que começou em junho, terminou em novembro daquela temporada.
O ponto mais tenso dessa relação ocorreu bem depois disso, já em 2021, quando Luxemburgo foi acionado para tirar o Cruzeiro de situação incômoda na Série B. Era o ano do centenário do clube, e a Raposa estava ameaçada de rebaixamento para a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro.
Quando o “Pofexô” foi contratado, o time estrelado estava na 18ª posição da tabela, com 13 pontos em 15 jogos. Mesmo com desempenho mediano no restante da competição, o técnico teve aproveitamento bom o suficiente para livrar o Cruzeiro do que seria o pior episódio da história do clube.
Luxa chegou a renovar contrato nessa época, mas foi demitido por Ronaldo assim que o empresário assumiu o comando da SAF, em dezembro de 2021. O Fenômeno trouxe o uruguaio Paulo Pezzolano para assumir a vaga deixada por Vanderlei.
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Paulo Autuori
Treinador do Cruzeiro em 1997, 1999 – 2000 e 2007, Paulo Autuori voltou à Toca da Raposa em julho de 2023 para ser diretor técnico do Cruzeiro. As três passagens como comandante tiveram tons bem diferentes, mas deixaram imagem positiva do veterano, que conquistou a Libertadores no primeiro ano em Belo Horizonte.
O trabalho no cargo de liderança teve de ser interrompido provisoriamente em novembro, após a demissão de Zé Ricardo. Sem técnico para os últimos seis jogos do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro resolveu apostar numa solução caseira para evitar novo rebaixamento à Série B.
A equipe estava em 17º lugar no Brasileirão, com 37 pontos em 32 partidas – duas a menos que os rivais diretos por causa de remarcações de datas no calendário da CBF.
Em seus cinco primeiros compromissos, a comissão interina formada por Autuori, Fernando Seabra (treinador do time Sub-20) e Vinicius Rovaris (auxiliar fixo do clube) conseguiu livrar a Raposa da chance de nova queda de divisão. Retrospecto duas vitórias e três empates nessa sequência.
Apesar de Autuori assinar as súmulas e falar como técnico do Cruzeiro, é Seabra quem fica à beira do gramado nos jogos e participa da maioria das coletivas de imprensa. A última missão da dupla é o confronto com o Palmeiras, nesta quarta-feira, a partir das 21h30, no Mineirão.
O jogo da 38ª rodada, contra o líder da Série A, vale classificação para a Copa Sul-Americana. A UFMG aponta que o Cruzeiro tem 90,1% de chance de disputar o torneio continental em 2024.
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