Diversos especialistas em arbitragem analisaram o gol anulado do Cruzeiro na derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, nesse sábado (20/7), no Allianz Parque, em São Paulo. A partida da 18ª rodada do Campeonato Brasileiro ficou marcada por decisão polêmica.
No fim do primeiro tempo, o Verdão vencia por apenas por 1 a 0 quando a Raposa empatou com o volante Lucas Silva. Davi de Oliveira Lacerda anulou o gol após ser chamado para revisão na cabine do VAR. Na interpretação do árbitro, houve falta no meia Zé Rafael em uma disputa de bola no início da jogada.
A decisão de chamar Davi para rever o lance foi criticada pelos analistas de arbitragem, que afirmaram que o VAR não pode interferir em uma decisão interpretativa do árbitro de campo. Veja abaixo o que eles disseram.
Paulo César de Oliveira
“Pode gerar debate se houve falta ou não, mas o mais importante é que o VAR não mostrou nenhuma situação ou ângulo diferente para o árbitro de campo. O ângulo e a proximidade dele eram muito boas, ele (Davi) tinha condições de tomar a decisão. O lance do Lucas Silva foi um contato de referência, ele não estende o braço ou empurra. O Zé Rafael está fazendo a proteção, e o Lucas Silva pisa no chão e depois toca a bola. Na minha avaliação, não houve a falta. É um lance que está no campo da interpretação”
PC de Oliveira, no SporTV
Renata Ruel
“O VAR foi criado para erros claros e óbvios. Isso (gol anulado), para mim, não foi um erro claro e óbvio. Não é um lance de VAR, é um lance de campo de jogo. O VAR não foi criado para reapitar o jogo, ele tem que respeitar a decisão do campo de jogo. É um lance interpretativo. O árbitro estava muito bem posicionado, a imagem vê pela imagem. Ele estava em campo da jogada e manda a jogada seguir. Se o árbitro tivesse marcado a falta no campo de jogo, ok. Se deixou o jogo lance seguir, segue o jogo. O VAR não tinha que interferir”
Renata Ruel, na ESPN
“A gente tem que entender o contexto da arbitragem no jogo. No primeiro tempo, o árbitro (Davi) deixou a partida correr e não marcou absolutamente nada em lances bem parecidos. O VAR interferir num lance desses, para mim, é uma vergonha. Mostra que o VAR ainda não entendeu o seu papel no futebol e precisa melhorar muito seus conceitos. Ele não está aí para reapitar jogos e interferir em lances interpretativos”, complementou.
Márcio Rezende de Freitas
“A arbitragem de vídeo serve para corrigir lances claros, que até o pipoqueiro que está em cima do estádio visse. Acho que o VAR não deveria nem entrar nesse lance. O campo de jogo deveria dar a resposta. É falta (de Lucas Silva), mas vários lances semelhantes no primeiro tempo ele não marcou”
Márcio Rezende de Freitas, na Rádio Itatiaia
“Há um toque, sim, ali. O Lucas empurra. Mas se ele tivesse a convicção, nada impede que ele mantenha a decisão do campo. Há um toque do Lucas Silva no calcanhar no Rafael. Ele deixou vários lances assim seguir, mas estamos analisando esse lance específico. Mas houve a falta no nascedouro da jogada”, complementou.
