O foco do Cruzeiro está dividido entre a próxima rodada do Campeonato Brasileiro e a partida de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana. O time celeste voltará a campo nesta segunda-feira (19/8), às 20h, para enfrentar o Vitória, no Barradão, pela 23ª rodada da Série A, mas está mesmo de olho no compromisso mais importante da temporada, que será três dias depois.
A Raposa medirá forças com o Boca Juniors na quinta-feira (22/8), às 21h30, no Mineirão, em Belo Horizonte, pelo torneio internacional. Para chegar bem à decisão, a equipe mineira pode ter mudanças diante do Vitória.
Em entrevista concedida na zona mista da Bombonera, em Buenos Aires, após a derrota por 1 a 0 para o Boca, Fernando Seabra disse que ainda analisará com calma as possíveis mudanças para a partida em Salvador, na Bahia. O treinador não descartou a possibilidade de preservar alguns jogadores.
“Em relação ao jogo do Vitória, vamos com calma. Não temos pressa nenhuma para tomar essa decisão. Temos total condição de reverter esse placar (contra o Boca), vamos jogar em casa. Precisamos ter a competitividade que pudermos no jogo e também sermos inteligentes, estratégicos e buscar, entendendo as características do Boca Juniors, criar as vantagens e impor nosso jogo ofensivo e defensivo”, disse.
O Cruzeiro está na sexta posição no Brasileirão, com 36 pontos, e não quer se desgarrar dos times que disputam o título. Além disso, terá que dar uma resposta rápida ao torcedor após dois jogos consecutivos na competição com atuações abaixo da crítica: derrota para o Fortaleza (2 a 1) e empate contra o Atlético (0 a 0).
Já para avançar de fase na Sul-Americana, o Cruzeiro precisa vencer o Boca por dois gols de diferença. Um triunfo por um tento de vantagem leva a decisão da vaga para a disputa por pênaltis.
O que está incomodando Seabra no Cruzeiro?
Seabra não está gostando do volume ofensivo do Cruzeiro nas últimas partidas. O treinador afirmou que será preciso ajustar o sistema para que os homens de frente consigam ter mais possibilidades de chutes.
Essa falha no encaixe do time ficou bem evidente diante do Boca Junior. O Cruzeiro só teve uma finalização à meta defendida pelo goleiro Sergio Romero. Em outras duas ocasiões os atacantes até chutaram para fora, mas já havia sido marcado impedimento nos respectivos lances.
“É importante se ajustar ofensivamente para ter um volume de ações maior que nos permita criar as chances que precisamos para classificar. Estamos otimistas. Saímos daqui com uma derrota no placar mínimo. São dois jogos, está na metade e vamos decidir em casa com a nossa torcida”, disse.
O treinador também apontou uma possível solução para corrigir o problema. Seabra afirmou que será preciso se espelhar no que vinha sendo feito quando o ataque ainda era formado por Gabriel Veron e Arthur Gomes. Eles faziam os movimentos de ruptura nas costas dos defensores adversários.
“Da mesma forma que vínhamos fazendo no Brasileiro quando jogavam Veron e Arthur, eles precisam fazer os movimentos de ruptura entre zagueiro e lateral, nas costas do lateral. No primeiro tempo, teve uma bola do Matheus Pereira no Arthur que foi marcado impedimento, um lance ajustado. Existem rotinas para utilizar nesse sentido também. Agora temos centroavantes no elenco, eles estão trabalhando e se preparando e crescendo a cada dia”, completou.
Diante do Boca na Bombonera, o Cruzeiro atuou com Arthur Gomes e Lautaro Díaz no ataque. Depois, Kaio Jorge recebeu uma chance no setor.
Variação de sistema
Seabra também não descarta mudar o sistema tático para corrigir as ineficiências do time. Contudo, ele reforçou que será preciso fazer a ruptura das linhas impostas pela marcação das equipes adversárias para ter sucesso no ataque.
“Temos diferentes opções do sistema que a gente pode utilizar. Independente do sistema, o que mais precisamos é ter os movimentos de ruptura acontecendo e tomar as decisões no tempo que esses movimentos são oferecidos. Cada estrutura tem a sua peculiaridade, a forma de fazer, mas é muito importante que haja esse tempo espaço do movimento e da tomada de decisão de quem tá com a bola para acionar esses movimentos”, finalizou.