Matheus Henrique abriu o jogo sobre sua participação no segundo gol do Cruzeiro contra o Vitória, nessa segunda-feira (19/8), no Barradão, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro. A partida terminou empatada por 2 a 2, mas há quem defenda que um dos tentos celestes deveria ter sido anulado – justamente pelo envolvimento do meio-campista na jogada.
O Leão da Barra foi para o intervalo com 2 a 0 de vantagem – mas com um jogador a menos em função da expulsão do zagueiro Neris aos 37 minutos. Com isso, a Raposa dominou as ações na etapa final e chegou ao empate. O segundo gol do Cruzeiro, entretanto, gerou polêmica em função de um toque no braço de Matheus Henrique no início da jogada que foi finalizada pela centroavante Juan Dinenno.
“Eu ainda não vi o vídeo, mas escutei as pessoas falando. Estava no vestiário do Vitória trocando a camisa com o Luan (volante) e eles falaram. Mas isso não é minha parte, temos os árbitros e o VAR, se foi mão ou não teria que partir deles (a marcação). Não compete a mim.”
Matheus Henrique, meio-campista do Cruzeiro
Assim que a bola parou no fundo das redes do Vitória, os jogadores do time baiano partiram em direção ao árbitro Marcelo de Lima Henrique. Inicialmente, a reclamação era por uma suposta falta de Dinenno no momento do cabeceio. As imagens do VAR, então, também mostraram o toque em Matheus Henrique. Após análise, o VAR Daniel Nobre Bins decidiu por não recomendar a revisão, mantendo a validação do gol.
Veja o lance:
Comentaristas discordaram de decisão da arbitragem em Vitória x Cruzeiro
Após a partida, o lance foi comentado por especialistas em arbitragem, como os ex-árbitros Márcio Rezende de Freitas e Renata Ruel, e pelos ex-jogadores Roger Flores, Dodô, Grafite e Caio Ribeiro.
Todos concordaram que o gol do Cruzeiro deveria ter sido anulado em função de o meia Matheus Henrique ter tocado com o antebraço na bola no momento do domínio.
“A imagem que a gente vê, que é da câmera 1 lá de cima, fica-se com a impressão (de que a bola pegou no antebraço). Com aquela imagem, fica-se com a impressão. Mas o VAR, ele vê outras imagens e nem todas vão ao VAR, é bom a gente frisar sempre isso. O VAR tem que ter uma imagem definitiva e ele vai falar com o Marcelo: ‘Não houve toque, a bola pegou foi no peito’. Então, ele não precisa ir lá ver. A gente fica com aquela impressão que poderia, sempre no condicional, ter pegado no braço ali.”
Márcio Rezende de Freitas, comentarista de arbitragem da Itatiaia.
Renata Ruel comentou sobre o lance em publicação no X (antigo Twitter): “No gol (de empate do Cruzeiro) há um domínio deliberado no braço do atacante (meia, Matheus Henrique) no início da jogada que caracteriza infração. Assustador, CBF, VAR e árbitro”.
Durante o programa Boleiragem, do SporTV. Os ex-atacantes Dodô e Grafite disseram que anulariam o gol em função, principalmente, do toque no antebraço do meio-campista do Cruzeiro. Eles também destacaram a possível falta de Dinnenno.
“Pega na mão, claramente. O do Dinenno, não sei se a carga que ele faz é suficiente, mas em câmera lenta é. Na hora do jogo não dá pra ter muita certeza, mas acho que é um lance que poderia naturalmente não validar. Tem duas situações, a do Matheus Henrique, que é um toque na mão para mim, e do Dinenno, que eu falei, talvez não seja suficiente, mas ele tem um empurrão dentro da área também, poderia ter anulado.”
Dodô, ex-jogador e c
“Normalmente quando tem esse empurrão do atacante do zagueiro, o zagueiro desiste da jogada, né? Ele é empurrado e o zagueiro do Vitória ainda continua, faz a ação tentando girar. Eu estou com o Dodô, acho que o toque do Matheus de mão já era o suficiente pra anular o gol.”
Grafite, ex-jogador e comentarista
Caio Ribeiro foi ainda mais incisivo na crítica à decisão da arbitragem. Ele classificou a validação do segundo gol de Dinenno como “um absurdo”.
“É um absurdo o VAR não chamar. Porque o lance do cabeceio e a disputa por espaço dentro da área, é um lance de interpretação. O árbitro viu e analisou de forma normal. Eu acho que não tem que ter esse tipo de interferência, prevalece a decisão de campo. A mão é claríssima. O início da jogada, na hora que ele domina a bola, ele domina com o braço. Ali o VAR tem que chamar e falar: ‘Olha, foi mão, dá uma olhada no monitor, porque realmente o gol tem que ser anulado’. Acho que o Vitória foi muito prejudicado”. disse.
“Eu acho também, eu acho que o Vitória foi prejudicado. O lance deveria ser anulado, principalmente pelo toque de mão do Matheus Henrique, que é a origem do lance, ele que abre pro cruzamento do lado esquerdo. Dentro da área é um lance de interpretação. Tem uma carga do Dinenno ali, mas também não acho que é suficiente para derrubar o zagueiro ou tirar o zagueiro da disputa”, concordou Roger Flores.