CRUZEIRO

Em um mês, Cruzeiro perde Fortaleza de vista e vê chance de título no Brasileiro abaixo de 1%

Cruzeiro e Fortaleza estavam empatados em números de pontos quando se enfrentaram no início de agosto; hoje, time cearense lidera a Série A
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Há pouco mais de um mês, o Cruzeiro celebrava sua vitória mais emblemática no Campeonato Brasileiro, um 3 a 0 sobre o então líder Botafogo, no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, pela 20ª rodada. Na noite de sábado, 27 de julho, o time celeste “deu aulas” de como sair da marcação sob pressão do adversário e fez o primeiro gol com o lateral-direito William a partir de uma bela troca de passes desde o campo de defesa. O segundo gol, de Lautaro Díaz, veio em jogada de contra-ataque. E o terceiro – o mais bonito de todos – foi de Álvaro Barreal, que acertou chute com efeito de pé esquerdo após cruzamento de Matheus Pereira.

Além de demonstrar eficiência na construção ofensiva, o Cruzeiro foi competente na retaguarda diante de um oponente que buscou constantemente o ataque. E o goleiro Cássio brilhou com pelo menos quatro grandes defesas. O desempenho coletivo empolgou os torcedores, que passaram a acreditar na possibilidade de ver a equipe lutar por objetivos maiores no Campeonato Brasileiro. Na quarta colocação, com 36 pontos – quatro a menos que Botafogo e Flamengo e empatado com Palmeiras e Fortaleza -, a Raposa começou a ser apontada como potencial candidata ao título na Série A.

Mas as coisas começaram a mudar em agosto. A começar pelo confronto com o Fortaleza, em 5 de agosto, na 21ª rodada. Antes de negociar as ações da SAF com o empresário Pedro Lourenço, em abril, o ex-jogador Ronaldo acertou a venda do mando de campo dessa partida para o Estádio Kleber Andrade, em Cariacica, no Espírito Santo. Assim, o Cruzeiro precisou sair do Mineirão, onde tinha, até então, 100% de aproveitamento, para atuar perante um público de menos de 10 mil torcedores. Sem o mesmo apoio dos torcedores e em um gramado de qualidade inferior, o time celeste conheceu seu primeiro revés em casa no Brasileirão: 2 a 1.

Cruzeiro perdeu Fortaleza de vista

Ao ganhar do Cruzeiro, o Fortaleza foi a 39 pontos e saltou para a terceira posição. Posteriormente, emplacou triunfos sobre Criciúma (1 a 0), Bragantino (2 a 1) e Corinthians (1 a 0). Aproveitando-se das oscilações de Flamengo, Botafogo e Palmeiras, o Leão do Pici assumiu a liderança da Série A, com 48 pontos. Neste momento, segundo o Departamento de Matemática da UFMG, a probabilidade de ser campeão é de 52,7%. O time nordestino tem um jogo a menos em relação a seus principais concorrentes, pois o duelo com o Internacional, fora de casa, pela 19ª rodada, foi adiado.

Já o Cruzeiro somou três pontos nas quatro últimas partidas – Atlético (0 a 0), Vitória (2 a 2) e Internacional (derrota por 1 a 0, na 24ª rodada, e empate por 0 a 0, em compromisso atrasado da 5ª rodada). A fase sem resultados favoráveis gerou pressão sobre o técnico Fernando Seabra e reduziu para menos de 1% as chances de título na Série A. De acordo com a UFMG, o índice está em 0,79%. Botafogo (26,2%), Flamengo (9,9%), Palmeiras (7,3%) e São Paulo (2,4%) são os principais concorrentes do Fortaleza.

Única vitória em agosto

A única vitória do Cruzeiro em agosto ocorreu em cima do Boca Juniors, dia 22, no Mineirão, pelo jogo de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana. O placar de 2 a 1 fez com que a vaga nas quartas de final fosse decidida nos pênaltis. A Raposa ganhou por 5 a 4 e agora terá pelo caminho o Libertad, do Paraguai. Para Fernando Seabra, a meta de ser campeão no torneio continental tirou energia da equipe no Brasileirão, cujo próximo embate é com o Atlético-GO, às 11h de domingo (1º/9), em BH.

“As pessoas precisam ter consciência que o futebol é feito de gente. Gente se esforça, se desgasta e precisa se recuperar e estar inteira em condições de competir novamente. E nós estamos competindo sem isonomia em relação aos adversários. E não é você competir sem isonomia no início da faculdade, já estamos indo para os últimos três meses da temporada. Existe um desgaste muito grande. Oscilação nesse tipo de cenário vai acontecer, mas eu prefiro estar classificado na Sul-Americana”, disse.

“Não é tão fácil viver uma eliminatória sul-americana com o Boca Juniors, gigante que é, intercalado com jogos do Campeonato Brasileiro. É uma exigência técnica, tática e de logística enorme. Nós conseguimos passar do Boca Juniors mesmo com todas as dificuldades e tudo que o adversário trazia de oposição e qualidade. Isso é um objetivo que a gente alcançou e nos custou muito. Nos custou dedicação, energia e trabalhar demais. E os jogadores são seres humanos”, concluiu o técnico do Cruzeiro.

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