Cruzeiro e Flamengo se enfrentaram nesta quarta-feira (6/11), no Independência, em Belo Horizonte, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. Antes de a bola rolar, o telão da arena exibiu homenagem a José Victor Miranda dos Santos, torcedor celeste que morreu em emboscada feita pela torcida organizada Mancha Verde, em 27 de outubro.
Nesse dia, uma série de ônibus da Máfia Azul, principal TO do Cruzeiro, foram interceptados pela facção palmeirense na Rodovia Fernão Dias, perto de Mairiporã, no interior de São Paulo.
Os cruzeirenses voltavam de Curitiba, onde a Raposa perdeu por 3 a 0 para o Athletico Paranaense, um dia antes, na Ligga Arena, pela 31ª rodada da Série A.
Como o torcedor do Cruzeiro morreu?
José Victor tinha 30 anos e trabalhava como motoboy em Sete Lagoas, cidade onde nasceu na Região Metropolitana de BH. Ele foi a única vítima fatal do crime, que ainda deixou 17 pessoas feridas, sendo duas por armas de fogo.
Membros da Mancha Verde jogaram pregos na rodovia – chamados de ‘miguelitos’ – para furar os pneus dos ônibus da Máfia Azul e forçar a parada. Depois, uma briga generalizada tomou conta da pista.
Os palmeirenses dispararam fogos de artifício em direção a um dos veículos, que foi completamente incendiado. Alguns criminosos também atingiram os torcedores do Cruzeiro com barras de ferro e pedaços de pau.
No momento do ocorrido, José Victor estava dentro do ônibus em chamas. O torcedor foi socorrido por outros cruzeirenses. Além de hematomas causados pelas pancadas recebidas, ele teve 70% do corpo queimado.
O motoboy chegou a ser atendido por uma viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu a caminho do hospital.