Se há um ano Fernando Diniz vivia o auge da carreira, ao comemorar o título da Copa Libertadores pelo Fluminense, hoje o técnico passa, no Cruzeiro, por um momento de grande pressão. Xingado pela torcida após o empate por 1 a 1 com o Grêmio nessa quarta-feira (27/11), pelo Campeonato Brasileiro, ele falou sobre como tem sido a cobrança interna na Raposa.
“Sou cobrado em todos os dias da minha vida como treinador. E também a diretoria enxerga o que está acontecendo no clube e enxerga o trabalho. Não enxerga só resultado. Acredito que a gente tenha que trabalhar bem. O futebol imita a vida. É igual ao teu trabalho: você tem que trabalhar bem para entregar um bom resultado. Às vezes, o resultado não acontece mesmo você trabalhando bem, mas você tem que continuar”, iniciou o técnico.
Contra o Grêmio, Diniz fez a 12ª partida no comando técnico do Cruzeiro. São duas vitória, cinco empates e outras cinco derrotas – a pior delas o 3 a 1 sofrida contra o Racing, no último sábado (23), pela final da Copa Sul-Americana.
“Acho que a diretoria entende que a gente tenha que fazer um bom trabalho, que é algo que tem consistência. Com um bom trabalho e com bons resultados, isso tem uma perspectiva melhor de ter sucesso. Não é algo infantilizado de ‘perder está ruim, ganhou está bom’, que é o que, infelizmente, é o braço mais forte da nossa cultura.”
Fernando Diniz, técnico do Cruzeiro
Diniz se defende de cobranças por resultado no Cruzeiro
Enquanto o Cruzeiro vê ameaçada a vaga no G7 do Campeonato Brasileiro, que garante classificação à próxima Copa Libertadores, Fernando Diniz entende a visão “resultadista” como “coisa infantil”. Apesar disso, o treinador garantiu que tem feito de tudo para que a situação celeste melhore.
“É uma coisa infantil desse nível. Se ganhou, está tudo bem, é festa. Se jogou bem ou não, não importa muito. E, depois, a vida acaba cobrando. Então, tenho cobrança diariamente da diretoria, e a cobrança maior que tem é a minha mesmo para que eu entregue o melhor que eu posso, porque, de fato, o futebol me consome quase inteiramente. Estou aqui no Cruzeiro e só saio para o aeroporto. Estou trabalhando no limite que posso para ajudar o clube. É um trabalho intenso, procuro fazer o meu melhor e me dedico de corpo e alma para que as coisas aconteçam”, desabafou o treinador.
Torcida do Cruzeiro xingou Diniz
Os poucos mais de 20 mil cruzeirenses que foram ao Mineirão, nessa quarta (27), ficaram na bronca com o novo tropeço do time celeste. Ao fim da partidas, ouviu-se das arquibancadas gritos e vaias como forma de repressão aos jogadores e técnico da Raposa.
Aos jogadores, os gritos foram de “time pipoqueiro” e pedidos de “raça”. Ao comandante, os xingamentos foram mais ríspidos: “Ei, Diniz, vai tomar no **”.