A campanha do Cruzeiro na Copa Sul-Americana ficou marcada por música. Seja nas arquibancada do Mineirão ou de outros estádios, os torcedores ecoavam a canção “Uma Bela Cigana”, que fala que o título celeste poderia ser lido nas cartas. A previsão, porém, não se cumpriu, e a Raposa entrou em um período de ‘inferno astral’.
Com ‘azar no jogo’, o Cruzeiro vê a vaga na Copa Libertadores de 2025 ameaçada. Para voltar a ter o nome escrito ‘nas estrelas’, a equipe terá que fazer reta final de Campeonato Brasileiro irretocável.
O Cruzeiro pode renovar as energias e iniciar um novo ciclo ‘astral’ diante do RB Bragantino, no domingo (1º/12). Raposa e Massa Bruta se enfrentam neste domingo a partir das 18h30 no Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, pela 36ª rodada da Série A.
Derrota amarga na final na Sul-Americana
A imagem da taça da Sul-Americana indo para Belo Horizonte não passou de uma ‘miragem’. Pouco combativo no defesa e ineficaz no ataque, o Cruzeiro foi suprimido pelo Racing e perdeu a final por 3 a 1 no Estádio General Pablo Rojas (La Nueva Olla), em Assunção, no Paraguai.
Se houvesse vencido o torneio, a Raposa quebraria um jejum de seis anos sem grandes conquistas e voltaria a ser campeã continental após duas décadas e meia. O troféu ainda marcaria uma nova fase do clube, que enfrentou grave crise institucional e esportiva nas últimas temporadas.
Cruzeiro tem vaga na Libertadores ameaçada por rivais
Segundo o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais, a vaga do Cruzeiro na Libertadores está ameaçada. A Raposa está na última posição do G7, com 48 pontos e 27% de chance de classificação.
Mesmo estando atrás dos mineiros na tabela, a UFMG coloca Corinthians (nono, com 47) e Bahia (oitavo, com 47) com maior probabilidade de jogar o torneio em 2025. O Timão tem 36,8%, e o Tricolor Baiano 32,7%.
Esse cenário melhora caso o líder Botafogo vença o Atlético neste sábado (30/11), na final da Libertadores. Título do Glorioso abre uma oitava vaga na zona de classificação do Brasileirão.
O Cruzeiro só depende de si, mas tem páreo duro nas três rodadas rodadas finais: RB Bragantino (briga para não cair), Palmeiras (luta pelo título) e Juventude (briga para não cair).
Trabalho de Fernando Diniz ainda não vingou
Fernando Diniz tem dificuldades para emplacar o seu estilo de jogo, de grandes volumes de posse e toque de bola, e conseguir bons resultados no Cruzeiro.
Na final da Sul-Americana, a escalação escolhida pelo técnico foi suprimida pelo Racing de Gustavo Costas, que se aproveitou da fragilidade da defesa celeste e balançou as redes três vezes antes dos 20 minutos iniciais. A situação só não foi pior porque um desses gols foi anulado por impedimento.
Os números também não jogam a favor de Diniz: desde a chegada do técnico, o Cruzeiro tem duas vitórias, cinco empates e cinco derrotas. Esse retrospecto coloca o time com apenas 30,6% de aproveitamento no período.
Queda de rendimento de astros do elenco
Se o técnico contratado em setembro ainda não vingou, houve também uma queda de rendimento de nomes que fizeram boas atuações nos meses anteriores.
Astro da equipe, Matheus Pereira ficou mais de quatro meses sem marcar. O meia-atacante quebrou o jejum na quarta-feira (27/11), com belo tento no empate por 1 a 1 com o Grêmio. Das 25 participações em gols do jogador, 17 ocorreram no primeiro semestre.
Outro atleta que teve atuações abaixo da média nas últimas semanas foi William. O lateral-direito chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira, em agosto, mas passou a ser alvo de críticas de torcedores após a queda no aproveitamento individual.
Má fase na defesa e no ataque expõe fraquezas
As médias de gols sofridos e feitos pelo Cruzeiro de Diniz não são boas. O time balançou as redes só 10 vezes nos 12 jogos (0,8) sob o comando do técnico. Nesse mesmo período, a Raposa foi vazada em 16 ocasiões (1,3).
Raposa perdeu desfalques por lesão após final
Dois titulares do Cruzeiro se lesionaram nesta semana e correm risco de perder a reta final do Brasileirão: o volante Matheus Henrique (costela quebrada) e o centroavante Kaio Jorge (problema muscular na coxa direita).
Cobranças da torcida à diretoria do Cruzeiro
O momento ruim gerou criticas dos torcedores aos administradores do clube. Situações como a troca de técnicos, de Fernando Seabra para Diniz, e declarações feitas por dirigentes são alguns dos pontos questionados nas redes sociais.
Em julho, o presidente Pedro Lourenço disse em áudio vazado que havia cobrado de Seabra a escalação dos reforços contratados em julho. Mesmo declarando posteriormente que dava respaldo ao treinador, a fala não caiu bem e foi relembrada por cruzeirenses após o declínio do time.
Já Alexandre Mattos tem sido criticado pela montagem do elenco para o segundo semestre. O CEO deixou de reforçar o time em posições de carência, como o meio-campo ofensivo e os dois lados do ataque.