A Confederação Brasileira de Futebol definiu neste domingo (1º/12) que Cruzeiro e Palmeiras deverão se enfrentar sem torcida na 36ª rodada do Campeonato Brasileiro. Em nota, o clube Paulista afirmou que acatará a decisão, mas a classificou como “pena inaceitável”.
Cruzeiro e Palmeiras vão a campo na quarta-feira, às 21h30, no Mineirão, em Belo Horizonte, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O motivo da sanção da CBF foi um conflito entre torcidas organizadas dos dois clubes, que culminou na morte de um cruzeirense.
Tudo começou no dia 27 de outubro, quando a Mancha Verde armou emboscada para a Máfia Azul na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, no interior de São Paulo. Um torcedor do Cruzeiro morreu carbonizado durante o atentado e 17 pessoas ficaram feridas.
“É inaceitável que um conflito entre organizadas ocorrido em uma rodovia (em um dia no qual nem Palmeiras nem Cruzeiro entraram em campo) acabe por penalizar ambos os clubes, bem como todos os torcedores que pretendiam comparecer ao Mineirão para incentivar suas equipes em um jogo de caráter decisivo”
Trecho de nota publicada pelo Palmeiras
Na derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, na 18ª rodada da Série A, o Cruzeiro teve direito a 10% da carga de ingressos disponível no Allianz Parque, em São Paulo.
O regulamento de competições da CBF prevê que as torcidas visitantes sempre têm direito a esse percentual. Esse é o argumento que o Verdão usa para garantir a presença de seus torcedores diante do Cruzeiro, já que o Ministério Público de Minas Gerais sugeriu jogo apenas com torcedores do time da casa.
Veja a íntegra da nota emitida pelo Palmeiras
“A Sociedade Esportiva Palmeiras informa que recebeu, neste domingo (1), ofício da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) determinando que o jogo de quarta-feira (4) contra o Cruzeiro, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, seja disputado com portões fechados no Mineirão, em Belo Horizonte (MG).
O Palmeiras acatará a decisão da entidade, tomada em favor da isonomia após o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) recomendar a realização da partida com torcida única do Cruzeiro, mas lamenta que as autoridades de segurança pública do referido estado não tenham apresentado um plano que pudesse garantir a presença de palmeirenses e cruzeirenses no estádio.
É inaceitável que um conflito entre organizadas ocorrido em uma rodovia (em um dia no qual nem Palmeiras nem Cruzeiro entraram em campo) acabe por penalizar ambos os clubes, bem como todos os torcedores que pretendiam comparecer ao Mineirão para incentivar suas equipes em um jogo de caráter decisivo.
Não será com medidas paliativas que vamos coibir condutas criminosas; para tanto, além da aplicação de punições severas contra os infratores, faz-se necessário, também, um esforço maior do poder público.“