O ato de marcar o jogo de despedida da carreira fez Walter Montillo refletir sobre uma passagem por clube da Série A. O ídolo do Cruzeiro, que encerrará a trajetória como jogador de futebol profissional no fim de 2025, revelou que a maior frustração foi não ajudar o Botafogo, time que defendeu em 2017.
Em entrevista ao Jornal O Globo, o argentino falou sobre os momentos no clube carioca. Aos 33 anos, Montillo defendeu o Botafogo em 17 partidas e não participou de gols, em uma passagem com muitos problemas físicos por General Severiano.
“Foi a maior frustração da minha carreira ao não poder ajudar o clube, que confiou muito em mim e estava bem na Libertadores com o Jair Ventura. Todo mundo falava que eu tinha ido ‘roubar’, que estava dando migué para não jogar. Eu não estava em uma idade de querer ouvir isso e não precisava do dinheiro”, afirmou Montillo, que seguiu.
“Chegou uma hora que falei ‘não quero saber, vou embora, não vou cobrar nada’. O contrato não garante que você não vá se machucar. Afinal, é um ser humano. Mas a vida no futebol é assim mesmo”
Montillo, meio-campista histórico do Cruzeiro
Além do Botafogo e Cruzeiro, Montillo jogou pelo Santos no futebol brasileiro. Mas foi na Raposa, em 2011, que ele teve o melhor momento da carreira: foram 21 gols e 10 assistências na temporada.
Montillo no Cruzeiro
O ex-meia Walter Montillo marcou época no Cruzeiro entre 2010 e 2012. Principal destaque ofensivo desde que chegou ao clube comprado à Universidad de Chile, o ex-camisa 10 se tornou ídolo da torcida.
Pelo clube celeste, foram 122 jogos, 36 gols e 36 assistências. Montillo ajudou o time a ser vice-campeão brasileiro, em 2010, e campeão mineiro, em 2011.
A saída, no início de 2013, foi conturbada. À época, o presidente Gilvan de Pinho Tavares se mostrava contrário à venda, mas acabou aceitando oferta do Santos, de 10 milhões de euros – dos quais o Cruzeiro ficou com 60%. O restante pertencia a dois investidores.
Gilvan alegou que Montillo e o empresário dele, Sérgio Irigiotia, pressionaram a Raposa a fechar a venda, mesmo a contragosto.
Em 3 de janeiro de 2013, a negociação foi anunciada, sem que Montillo ao menos se despedisse da torcida. Na transação, o Cruzeiro ainda recebeu de volta o volante Henrique, que pertencia ao Santos e passara pela Toca entre 2008 e 2011.
