Técnico do Palmeiras, Abel Ferreira se manifestou sobre comentário machista que proferiu durante a coletiva de imprensa após a goleada por 5 a 0 sobre o Cuiabá, nesse sábado (24/8), no Brinco de Ouro, em Campinas, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro.
No texto divulgado neste domingo (25/8), o treinador disse que entrou em contato com a repórter Alinne Fanelli para se desculpar. Ele classificou o ocorrido como um ‘mal-entendido’ e disse ter sido ‘infeliz’ na resposta.
Nota completa de Abel Ferreira
“Após o jogo de ontem, ainda no ônibus que nos trouxe de volta a São Paulo, eu telefonei para a repórter Alinne Fanelli a fim de lhe dizer que não tive, de forma alguma, a intenção de lhe causar qualquer constrangimento.
Utilizei a pergunta da referida profissional para transmitir uma mensagem que já estava na minha cabeça, sem me dar conta de que, naquele contexto, a declaração poderia gerar uma interpretação diferente ou soar hostil.
Quando concedo uma entrevista coletiva, entendo que não estou respondendo diretamente à repórter, ou ao repórter, que me faz a pergunta, mas sim a todos os presentes na conferência e também aos nossos atletas e torcedores e a todos aqueles que a acompanham por diferentes veículos de comunicação. Tanto é verdade que, nesta mesma resposta, eu utilizo o pronome “vocês”, no plural, em vez de “você”.
Lembro que, também na entrevista de ontem, expressei a minha admiração pela presidente Leila Pereira e o orgulho que sinto por ser liderado por uma mulher.
Reconheço, contudo, que fui infeliz em minha resposta e, por esse motivo, fiz questão de procurar a Alinne para me retratar e esclarecer o que considero ter sido um mal-entendido”.
Entenda o episódio
Durante a entrevista coletiva de Abel Ferreira, Alinne Fanelli, repórter da rádio BandNewsFM, pediu atualizações acerca da condição física do lateral-direito Mayke. Interrompida pelo treinador, a jornalista sequer terminou a pergunta.
“Mais uma lesão. Há uma coisa que vocês têm que entender. Eu tenho que dar satisfações à três mulheres só: minha mãe, minha mulher e a presidente do Palmeiras, que é a Leila. São as únicas que o têm direito de falar comigo e me pedir explicações. Por que perdeu? Por que lesionou? As únicas… Os outros podem falar, se manifestar, elogiar, criticar. O treinador tem que saber ouvir elogios e críticas. Vou voltar a dizer, infelizmente, aconteceram coisas no mês de agosto dentro do clube. A primeira e a pior foram as lesões. Umas que vocês souberam, outras, não. Nunca, desde que eu cheguei ao Palmeiras, houve tantas lesões…”, respondeu Abel Ferreira.