
“Estou maluco por dentro”. É assim que César Sampaio, técnico interino do Santos, descreveu seu estado de espírito após a vitória da equipe por 2 a 0 sobre o Atlético, na Vila Belmiro, em Santos, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro.
Ex-volante com extenso currículo pelo Peixe, pelo Palmeiras e pela Seleção Brasileira, César mal treinou o time antes da partida. Na segunda-feira (14/4), o português Pedro Caixinha foi demitido após 16 partidas e apenas seis vitórias sob o comando do alvinegro praiano e, no mesmo dia, Sampaio, que é auxiliar técnico do clube, foi “alçado” momentaneamente ao cargo de treinador.
“Eu não gosto de misturar as coisas, mas foi Deus que me colocou aqui. E Ele tem um propósito nisso”, disse César Sampaio na entrevista coletiva. Na sequência, ele se emocionou e pausou a fala. “E, enquanto eu estiver aqui, vou fazer o meu melhor, procurando diuturnamente estudar junto com os meus auxiliares – que não são auxiliares, peguei o Axel hoje do Sub-20, o Matheus tá a 25 dias aqui, o Rafael, o Gabriel, o Felipe -, foi tudo muito corrido”.
Perguntado sobre a possibilidade de assumir o Santos em definitivo, Sampaio respondeu: “Estou maluco aqui por dentro. Está passando um turbilhão de coisas na minha mente. Este clube aqui deu vazão aos meus sonhos. Cheguei aqui com 13 para 14 anos, tinha muitas responsabilidades, tinha sonhos, era um molecão cheio de sonhos, e o Santos me proporcionou coisas que eu nem imaginava na minha vida. Então é o que eu falei para os atletas, o amanhã não existe”.
“Ninguém pode te certificar e nem te garantir nada. Eu vou viver o hoje 100%, como nós vivemos. Pedi para os atletas também viverem o hoje. A vida é uma dádiva de Deus mesmo. Então, até em forma de gratidão por tudo que o Santos me proporcionou, enquanto eu for importante aqui, independentemente do departamento, do cargo, do setor, estou muito feliz e vamos viver o dia a dia”, finalizou a resposta.
A carreira de César Sampaio
Como jogador
César estreou profissionalmente pelo Santos em 1986, aos 18 anos. Antes de se firmar como volante, ele ganhou as primeiras chances no time principal como lateral-direito.
Sampaio ficou cinco anos e entrou em campo pelo Peixe em 298 jogos, marcando nove gols. Lá, tornou-se um dos melhores volantes do Brasil – chegou a ganhar a Bola de Prata do Campeonato Brasileiro de 1990 – mas não conquistou grandes títulos.
César foi envolvido em troca de jogadores com o Palmeiras em 1991. No alviverde Paulista, ele permaneceu por três anos e foi multicampeão: venceu os Brasileiros de 1993 e 1994, os Paulistas de 1993 e 1994 e a Copa Rio-São Paulo de 1993.
Após três anos no Yokohama Flügels, do Japão, Sampaio retornou ao Palmeiras e foi capitão do primeiro título de Copa Libertadores da história do clube, além do título da Rio-São Paulo de 2000. No total, ele fez 271 jogos e 24 gols com a camisa do alviverde.
Após deixar o Porco pela segunda vez, o volante passou por Deportivo La Coruña, da Espanha (2001); Corinthians (2001); Kashiwa Reysol, do Japão (2002); Sanfrecce Hiroshima, também do Japão (2003 e 2004), São Paulo (2004) e Persma Manado, da Indonésia (2005) antes de encerrar a carreira como jogador.
Fora dos gramados
César já atua fora dos gramadso no futebol há mais de uma década. Ele foi gerente de futebol do Palmeirasentre 2001 e 2012, superintendende de futebol do Joinville entre 2013 e 2015, gerente de futebol do Fortaleza entre 2016 e 2017, auxiliar técnico de Tite na Seleção Brasileira (entre 2019 e 2022) e no Flamengo (entre 2023 e 2024) antes de tornar-se auxiliar do Santos, no início de 2025.