A uma semana da 30ª Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), Raí pediu atenção do meio esportivo à defesa do meio ambiente. Campeão da Copa do Mundo com a Seleção Brasileira em 1994, o ex-jogador faz parte de uma embarcação que viaja pelos rios da Amazônia até Belém, no Pará, onde ocorrerá o evento.
“O meio esportivo de maneira geral tem que estar atento a esse tema urgente que é a defesa do meio ambiente e das florestas. Passou do tempo de o jogador de futebol fazer parte desse movimento de maneira mais ativa e proativa”, disse Raí à Rádio Sumaúma.
Na mesma entrevista, conduzida pela jornalista Eliane Brum, o ídolo do São Paulo e Paris Saint-Germain falou sobre a situação do Rio Tapajós, que nasce no Mato Grosso, percorre o Pará e deságua no Rio Amazonas, em Santarém (PA). Em função de atividades do garimpo ilegal, o Tapajós foi envenenado com mercúrio – o que causou problemas de saúde em pessoas e mutação de animais, além da degradação do rio.
“Não posso ficar calado. Rios morrendo, pessoas morrendo. É um problema de urgência. Quando você fala de vida ou morte, de rios importantes, de pessoas, isso cria uma revolta e tem que ter uma ação”.
Raí, ex-jogador da Seleção Brasileira
Em 2022, pesquisadores da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) coletaram amostras de sangue em oito comunidades ribeirinhas na Bacia do Tapajós e de moradores de Santarém. Os resultados mostraram que 75% dos 462 participantes estavam com taxas de mercúrio acima do limite que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como seguro.
O que é a COP30?
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que ocorrerá pela 30ª vez neste ano, é um encontro global no qual líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater mudanças climáticas.
Em 2025, a sede será Belém, capital do Pará. O evento começará nesta segunda-feira (10/11) e vai até 21 de novembro (sexta-feira). Raí, que além de ex-jogador é mestre em Política Pública na SciencesPo, universidade de Paris especializada nas áreas de Ciências Humanas e Sociais, participará da COP pela primeira vez.
“Quando fiquei sabendo que seria no Pará, na beira da floresta, com a possibilidade de participação dos povos indígenas, fiquei muito otimista. Pouco a pouco ficamos mais realistas, vamos vendo as dificuldades. Toda COP tem objetivos ambiciosos, reúne chefes de estados que vão chegar a consenso e sabemos que existem vários interesses. Ao mesmo tempo, vamos na luta. Nada está acabado. Estamos na Amazônia, junto com os povos originários, gente que está a muito mais tempo que eu nesse movimentos.”
Raí, ex-jogador
