AMÉRICA

América: relatório destaca dívida controlada, mas aponta principal dificuldade

Mesmo com uma das menores dívidas do Brasil, América apresentou dificuldade para ter operação financeira positiva em 2023
Foto do autor
Foto do autor
Foto do autor
Compartilhe

Mesmo com a dívida controlada, “é preciso buscar dinheiro em algum lugar”. É o que diz o Relatório Convocados 2024, da Galapagos Capital, sobre o fluxo de caixa do América no ano de 2023. Apesar do EBITDA positivo, a necessidade de capital de giro transformou a operação financeira do Coelho em deficitária.

Tanto é que o clube precisou gerar recursos por meio da venda de 20% da participação dos clubes na Liga Forte União. Segundo o relatório, caso isso não fosse feito, este dinheiro seria buscado por meio de empréstimos e, consequentemente, geraria dívidas.

O alviverde ganhou a classificação C, em uma escala entre A e E, pelo resultado financeiro de 2023. De acordo com o estudo, a dívida do clube caiu de R$ 133 milhões para R$ 109 milhões em 2023.

O relatório também ressaltou que o desempenho financeiro foi impactado pelo rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro. A queda ocasionou na perca de parte das receitas com direitos de transmissão.

Investimentos e dívidas

Segundo o documento, em 2023, o América gastou R$ 7,7 milhões na formação de elenco  – R$, 9,4 milhões a menos que em 2022. Os investimentos na categoria de base também diminuíram: R$ 13,9 milhões em 2022 para R$ 2 milhões em 2023.

A dívida bancaria caiu de R$ 38 milhões para R$ 25 milhões. As dívidas operacionais, que em 2022 eram de R$ 36 milhões, passaram para R$ 34 milhões. Por outro lado, o custo com impostos e acordos subiu de R$ 60 milhões para R$ 65 milhões.

Formas de faturamento

Um dos pontos positivos foi o aumento no faturamento com a negociação de jogadores. O América recebeu R$ 62,4 milhões pela venda de atletas em 2023 – em 2022, havia sido R$ 11,6 milhões. O ganho com direitos de transmissão seguiu a linha contrária.

Se em 2022 o time mineiro havia recebido R$ 107 milhões, em 2023 o faturamento foi de R$ 72,9 milhões – diferença de 32%.

América em 2023

Em 2023, o América foi vice-campeão do Campeonato Mineiro, tendo sido derrotado pelo Atlético na final, e avançou às quartas de final da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana. Mas, no Campeonato Brasileiro, a situação foi dramática.

O Coelho foi rebaixado na 20ª posição, com 24 pontos. A queda foi decretada na 33ª rodada, faltando cinco jogos para o fim do torneio. A campanha foi tão ruim que o Bahia, primeiro time fora da zona de rebaixamento, fez 44 pontos, 20 a mais que o alviverde.

Dívidas entre clubes do Brasil

Entre os clubes analisados pelo relatório, o América é o quarto com a menor dívida. O débito de R$ 109 milhões do alviverde só fica atrás dos valores de Fortaleza (R$ 67 milhões), Goiás (R$ 47 milhões) e Cuiabá (R$ 4 milhões).

  1. Corinthians: R$ 1,894 bilhão
  2. Botafogo: R$ 1,301 bilhão
  3. Atlético: R$ 998 milhões
  4. São Paulo: R$ 856 milhões
  5. Cruzeiro: R$ 811 milhões
  6. Fluminense: R$ 736 milhões
  7. Bragantino: R$ 696 milhões
  8. Vasco: R$ 696 milhões
  9. Internacional: R$ 650 milhões
  10. Santos: R$ 548 milhões
  11. Athletico-PR: R$ 492 milhões
  12. Palmeiras: R$ 466 milhões
  13. Grêmio: R$ 441 milhões
  14. Flamengo: R$ 391 milhões
  15. Bahia: R$ 366 milhões
  16. Coritiba: R$ 272 milhões
  17. América: R$ 109 milhões
  18. Fortaleza: R$ 67 milhões
  19. Goiás: R$ 47 milhões
  20. Cuiabá: R$ 4 milhões
Compartilhe