AMÉRICA

Lisca diz que assinaria ‘folha em branco’ com o América e é ousado em objetivo na Série B

De volta a BH depois de pouco mais de três anos, a identificação de Lisca com o América foi o cerne para a concretização do negócio
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“Aqui é minha casa”. Foi assim que o técnico Lisca se referiu ao América, em apresentação nesta sexta-feira (30/8), no CT Lanna Drumond. De volta a Belo Horizonte depois de pouco mais de três anos, a identificação com o clube foi o cerne para a concretização do negócio. Apesar de chegar com dura missão pela frente, o treinador foi ousado no objetivo.

Lisca deixou o América em junho de 2021, quando alegou que já estava desgastado no cargo. Ele garantiu o acesso do Coelho à Série A daquele ano, depois de brigar pelo título até a última rodada. A lembrança dos torcedores não poderia ser mais carinhosa. Com o apoio dos americanos, o técnico chegou com grande respaldo.

Em coletiva, Lisca ressaltou a amizade que construiu no alviverde e explicou que a decisão de voltar ao futebol foi para atender o chamado de ‘casa’. Ele estava há 10 meses distante do futebol. O último trabalho foi no Vila Nova, ainda em 2023.

“Assisti todos os jogos do América desde que eu saí daqui. Criamos uma relação profissional, mas além disso, uma relação pessoal. Clube, diretoria. Eu vivi no Brasil inteiro, então encontro muitos americanos por aí. É um carinho enorme e mútuo. Virei um amigo da diretoria, do Alencar (presidente), figura muito doce. Euler (membro do Conselho de Administração), que em um momento difícil da minha carreira me deu um telefonema muito especial. E o Salum, que considero quase como um pai”, começou.

Desde que deixou o América, o retorno do treinador a BH sempre é especulado em momento de troca de técnicos. Lisca relembrou que mesmo depois de sair do clube, manteve o contato com a diretoria e por isso sempre se sentiu ‘perto’ de uma volta.

“Quando o América classificou para a Pré-Libertadores, em 2021, eu já não estava mais aqui, recebi uma ligação do Salum me congratulando pelo momento do América, mesmo que eu não estivesse mais no clube. Salum falou que estava ligando para todas as pessoas que foram fundamentais naquele processo. E isso me animou demais. Já ensaiamos uma volta, uma vez não deu por minha causa, depois por causa dele. Sempre mantivemos um respeito enorme. E era inevitável um dia eu voltar. Decidi dar uma pausa depois de 33 anos trabalhando”, disse.

Ligação de Salum

Depois de uma sequência frustrante de resultados e fora do G4 da Série B, o América demitiu o técnico Cauan de Almeida. No mesmo dia, a negociação com Lisca já ganhou forma. O comandante reafirmou que está ciente da missão de colocar o time na zona de classificação e foi ousado ao mirar um possível título.

“Mas aí Salum me ligou na segunda-feira de manhã, falamos algumas coisas e o acerto foi fácil. Ele falou “ah, mas e as questões contratuais”. Aí eu falei “me dá a folha em branco que eu assino” (risos). Estou muito feliz de estar aqui, sei da minha responsabilidade. Sei do tamanho do desafio de colocar o América na Série A e se puder, seria bem legal ser campeão, para recuperar aquele título de 2020, que foi duro perder no último minuto. Tem muita coisa para a gente fazer aqui. Tenho muito carinho e isso fez com que eu aceitasse de pronto a proposta do Salum. Não posso prometer nada, mas vamos fazer de tudo. Posso prometer luta, dedicação e empenho”

Lisca, treinador do América

O América atualmente está em sexto, com 35 pontos – quatro de distância para o Vila Nova, em quarto. O líder é o Novorizontino, com 40.

O primeiro desafio de Lisca no comando do alviverde será diante do Mirassol. As equipes se enfrentam na terça-feira (3/9), às 19h, no Campos Maia, pela 24ª rodada da Série B.

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