A diretoria do América nunca escondeu o desejo e o objetivo de selar acordo com um investidor pela Sociedade Anônima de Futebol (SAF). O advogado Paulo Lasmar, ex-integrante do Conselho de Administração do Coelho e atual vice presidente do Conselho Deliberativo, avaliou a situação do negócio e ressaltou as qualidades do clube.
O América se tornou SAF no fim de 2021. Desde então, o clube recebeu algumas propostas, mas declinou todas. De acordo com Marcus Salum, presidente do Coelho, a meta era fechar acordo com possível investidor até o fim de seu mandato, que encerra este ano.
Ao No Ataque, durante entrevista no evento Fórum SAF, Paulo Lasmar destacou a importância da SAF no América.
“O América resolveu, por deliberação da assembleia e do Conselho Deliberativo, transformar o departamento de futebol numa SAF. Porque naquela oportunidade tinham investidores interessados em investir no América. Então a ideia era já transformar na SAF porque se a gente já fechar com algum investidor, simplesmente seria fazer um documento transferindo as ações para o investidor e vida que segue. Não teríamos mais que fazer assembleias para aprovação. Seria um processo mais ágil”, começou.
Ele relembrou que os negócios ainda não alcançaram os moldes ideais para a diretoria americana, ressaltou a saúde financeira do clube – ponto que também é sempre destacado pelos dirigentes – e salientou que não há pressa para firmar o acordo com investidores.
“Infelizmente, o investidor não veio, por vários motivos. Propostas ruins, etc. Optamos por não fazer. O América é um clube economicamente muito viável. Para cada um real de dívida, o América tem seis reais de patrimônio. Então, para ficar insolvente, ele tem que fazer muita lambança. Vou pegar um time que quebrou. Para cada um real, não tinha patrimônio para cobrir. O América pode se endividar seis vezes para cobrir as dívidas. O clube não está na bacia das almas, não tem pressa”.
Por fim, Lasmar citou a receita que o clube arrecadou nos últimos anos, mas não conseguiu conciliar com o desempenho. Este ano, o América teve receita recorde de R$ 187 milhões.
“Mas é lógico, se vier um bom investidor, com boa proposta, vai fazer. Mas não significa que o América está isento de fazer besteira. O América teve muita receita nos últimos anos, dinheiro que nunca teve na vida e poderia ter tido um desempenho melhor. Estou falando isso mais como torcedor, porque não estou na gestão atualmente”.