
O técnico William Batista não tem uma formação ideal para a temporada 2025 no América. Em quatro jogos pela Série B do Campeonato Brasileiro, o treinador não repetiu nenhuma escalação – ainda que faça apenas uma mudança, ele costuma rodar as peças que tem à disposição. A característica foi reconhecida por ele, que elogiou os jogadores e destacou os atletas polivalentes, que desempenham mais de uma função no time.
Na vitória contra o Goiás, o atacante Figueiredo exerceu papel diferente do que vinha fazendo no setor ofensivo. Com Stênio deslocado pelo lado esquerdo, o camisa 22 ficou mais centralizado. Ele teve liberdade para participar das jogadas do ataque, mas também trabalhou no meio de campo, no início e distribuição de jogadas.
Ele, contudo, não é o único polivalente do elenco. O meio-campista Miqueias começou como volante, mas vem sendo utilizado como segundo volante – tanto na marcação quanto no setor ofensivo, já que tem poder de combate e de velocidade. Os dois foram elogiados pelo treinador, que falou a forma que enxerga os atletas que tem à disposição.
“Sempre falei que eu não me apego muito na posição específica. Tem a função que o cara pode oferecer e tento respeitar a natureza dele. Eu tenho tentado respeitar muito a natureza do Miqueias, que é um cara de muita velocidade, que precisa de espaço para correr. O Figueiredo, que se sente bem duelando, gosta de jogar bola e dividir. Então, mais do que a posição específica, no caso, é o que o cara pode fazer na função”, comentou William.
Jogadores polivalentes no América
William ainda explicou que considera um trunfo ter os jogadores polivalentes no elenco. Nesta temporada, o América optou por não fazer grandes investimentos. Em situação financeira delicada, as contratações foram pontuais – o clube não desembolsou valores para contratar.
No entanto, isso não significa que o Coelho não estudou os nomes. Segundo o comandante, os jogadores que desempenham mais de uma função foram contratados justamente por isso. Mesmo que tenha o elenco enxuto, William consegue ter mais de uma opção para diferentes posições em campo. Ele deu exemplo de atletas que entraram com mais de uma função neste início de ano.
“Temos a capacidade ter jogadores que podem fazer mais de uma função, independente da posição. Figueiredo por fora e por dentro, Miqueias de 5 e de 8. Stênio pode jogar de nove também. O Willian pode jogar como seguindo atacante ou como centroavante. O Júlio pode jogar de zagueiro ou lateral. O Cauan já jogou de 8, agora está jogando de 5. O Kauã (Diniz) entrou de 8 e foi pra 5. O Yago (Santos) já entrou de extremo, mas estava de meia”, pontuou.
Por fim, ele projetou que o entrosamento e a observação tende a ser ainda maior, já que ele passa a conhecer melhor os jogadores.
“Quanto mais tempo eu tenho com o elenco, maior é o repertório que eu consigo adquirir com eles. Porque vou conhecendo eles dia a dia também. Uma coisa é olhar eles de longe, observar o que eles podem oferecer. Outra coisa é estar com eles todos os dias, percebendo o que cada um pode dar a nível do que é a natureza deles e aproveitar isso e tentar tirar vantagem”, disse.