Presidente do América, Alencar da Silveira Júnior colocou em dúvida a denúncia de injúria racial feita pelo atacante Allano, do Operário-PR, contra Miguelito, meio-campista do Coelho. A declaração foi dada pelo dirigente em vídeo que circula nas redes sociais.
“Recebi um telefone hoje de um amigo de Portugal. Ele falou: ‘Alencar, depois você apura porque o mesmo cara (Allano) que fez a denúncia ontem, fazem em Portugal. E essa denúncia foi infundada, não teve o que foi relatado pelo jogador’. Gostaria de relatar para todos amigos e amigos, e também para imprensa, essa mesma matéria de 2022, quando o jogador falava de racismo e isso não aconteceu”, disse o presidente do Coelho.
Como dito por Alencar, o caso citado ocorreu em 2022, quando Allano atuava pelo Santa Clara. A denúncia foi feita durante a derrota por 2 a 1 para o Boavista, em 14 de agosto, pela segunda rodada do Campeonato Português.
Allano relatou ter sido alvo de ofensas racistas proferidas pelos torcedores do Boavista no intervalo do jogo, como relatado pelo árbitro Hélder Malheiro na súmula. Assim, foi aberto um processo disciplinar.
Em 6 de dezembro, o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) julgou como improcedente a acusação de Allano. O órgão entendeu como “não provada” a existência de condutas discriminatórias nas arquibancadas.
A denúncia de Allano contra Miguelito
Aos 30 minutos do primeiro tempo da vitória do Operário-PR por 1 a 0 sobre o América nesse domingo (4/5), pela Série B do Campeonato Brasileiro, uma confusão começou entre Miguelito e o atacante Allano. O jogador do time alvinegro denunciou ao árbitro uma ofensa racial e logo o juiz seguiu o protocolo antirracista.
A partida foi paralisada depois da acusação. Contudo, o boliviano continuou em campo e só deixou o gramado por causa de substituição no intervalo. O árbitro Alisson Sidnei Furtado registrou, inclusive, a situação na súmula. “Relato que aos 30 minutos do primeiro tempo, o atleta número 29 da equipe mandante, Sr. Allano Brendon de Souza Lima, veio até minha direção, alegando ter sido chamado de ‘preto cagão’ pelo atleta Miguel Ángel Terceros Acuña, número 7 da equipe visitante”, redigiu.
Depois do jogo, Miguelito e Allano foram conduzidos até uma delegacia, onde o jogador do América foi detido em flagrante. O jogador seguiu em cárcere até a tarde desta segunda-feira (5/5).
