SÉRIE B

América reage no fim contra o Paysandu e evita quebra de invencibilidade no Independência

Coelho levou dois gols no segundo tempo e, quando a derrota parecia certa, buscou o empate com Willian Bigode e Júlio

As vaias viraram aplausos. O que tinha tudo para ser uma noite triste, com quebra de invencibilidade, terminou com um sentimento positivo para os torcedores americanos que foram ao Independência. Sem efetividade durante a maior parte do tempo, o América viu o Paysandu abrir vantagem, mas não desistiu. Reagiu nos minutos finais e buscou um improvável empate por 2 a 2, em Belo Horizonte, pela sétima rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

Não foi o suficiente para recolocar o Coelho no G4, mas o bastante para evitar o fim de uma impressionante sequência no Horto. São 553 dias de invencibilidade no estádio – sequência que esteve por um fio de se encerrar com os gols de Rossi e Benítez, já no segundo tempo, para o Papão. Willian Bigode, em bela cobrança de falta, e Júlio, de cabeça, não deixaram.

O resultado deixou o América em 10° lugar, com dez pontos. O Paysandu, por sua vez, segue na zona de rebaixamento, mas deixou a lanterna ao somar três e subir para a 19ª posição.

O primeiro tempo foi de destaque do América, que trabalhou muito bem a posse de bola. O time chegou a ameaçar o adversário, mas já pecava nas finalizações. No fim, perdeu o ritmo e foi para o vestiário com o placar zerado. Na arquibancada, a torcida seguiu cantando.

A segunda etapa foi emocionante. O Paysandu abriu vantagem e causou incômodo na torcida americana. Mas as vaias viraram aplausos com a reação no fim.

Próximos jogos

O América volta a campo na segunda-feira (19/5), para enfrentar o Coritiba, às 21h35, no Couto Pereira, pela oitava rodada da Série B.

Já o Paysandu pega o Goiás, no domingo (18/5), às 18h30, no Mangueirão, também pela oitava rodada da Segunda Divisão.

O jogo

O primeiro tempo não teve grande emoções. Embora o América demonstrasse mais controle do jogo – além de mais chances -, a equipe deixou a desejar no ritmo. O Paysandu, por sua vez, apostou nas jogadas de contra-ataque e levou pouco perigo ao goleiro alviverde.

América com mais posse de bola e se aproximou muito mais do gol adversário. A formação do técnico William Batista possibilitou versatilidade no setor ofensivo – ora Figueiredo aparecia do lado esquerdo, ora mais centralizado. Quando mais no meio, Bigode se deslocava para a ponta. Do outro lado, Stênio foi o atacante de profundidade.

As melhores chances saíram dos pés dos três. Bigode chutou mais de três vezes, mas viu a bola ir para fora ou parar na defesa em todas as oportunidades. O mesmo com Figueiredo, que pecou na hora da finalização e do último passe. Stênio também tentou. No rebote, Júlio cabeceou e tirou suspiros da torcida.

Do outro lado, o Paysandu ficou mais tempo no campo defensivo. Nas melhores chances, duas delas assustou o goleiro Matheus Mendes, que viu a bola passar rente a trave após chute de Luan Freitas e em outra bater no travessão depois de ele espalmar.

O Coelho diminuiu o ritmo no último terço da partida, depois dos 30 minutos. Era nítida a paciência do time para trocar passes em busca de encontrar espaços e emplacar jogadas perigosas. Contudo, a lentidão acabou deixando a partida morna e sonolenta, já que os jogadores colocaram pouca velocidade nas tentativas.

Segundo tempo

Willian Bigode marcou o primeiro gol do América. Foto: Mourão Panda/América

A segunda etapa começou mais movimentada, o verdadeiro oposto de como terminou o primeiro tempo. A grande chance do América foi logo aos cinco minutos.

Em jogada pelo lado, Miqueias tentou finalizar sem ângulo e parou no zagueiro. No rebote, ele viu Willian Bigode em boa posição e rolou a bola. O atacante ficou de cara pro gol e chutou com força. A bola triscou no goleiro, que desviou a trajetória e impediu o primeiro gol da partida.

O Paysandu não deixou barato e devolveu a tentativa. Após cobrança de escanteio, a bola voltou para os pés de Rossi, que estava próximo do lateral e parecia distante para arriscar. Ele teve sorte – no chute, a bola desviou em Marlon e foi parar no ângulo, sem qualquer chance para Matheus Mendes: 1 a 0.

O Coelho tentou fazer pressão, mas não se saiu bem nas tomadas de decisão. Os atacantes não estavam com o pé calibrado – a maior parte das tentativas ia para fora ou parava na defesa do Paysandu, que soube fechar os espaços com maestria. O golpe final veio logo depois.

Em jogada pelo meio de campo, Nicolas conduziu sozinho e tocou para Benítez. Ele arriscou, mas viu a bola bater no zagueiro do América e voltar. Na sequência, ele ultrapassou a marcação e mandou por baixo das pernas do goleiro para ampliar: 2 a 0.

No fim da partida, o América conseguiu reagi. Willian Bigode cobrou falta com perfeição e acertou onde a coruja dorme aos 40: 2 a 1. Aos 44, Júlio acertou cabeceio certeiro após cobrança de escanteio: 2 a 2. As vaias viraram aplausos pela resiliência do time.

AMÉRICA 2 X 2 PAYSANDU

América

Matheus Mendes; Mariano, Júlio, Lucão e Marlon; Felipe Amaral (Jhosefer aos 18 do 2T), Elizari (Yago Souza aos 35 do 2T) e Miqueias (Kauan Cristtyan aos 34 do 2T); Figueiredo (Gustavinho aos 35 do 2T), Stênio (Renato Marques aos 27 do 2T) e Willian Bigode. Técnico: William Batista

Paysandu

Matheus Nogueira; Edilson, Luan Freitas, Quintana (Maurício Antônio aos 5 do 2T) e PK; Leandro Vilela (Reverson aos 31 do 2T), André Lima e Bryan; Rossi (Giovanni aos 18 do 2T), Benitez (Espinoza aos 31 do 2T) e Nicolas (Eliel aos 31 do 2T). Técnico: Luizinho Lopes

  • Gols: Willian Bigode aos 40 do 2T e Júlio, aos 44 do 2T (América); Rossi aos 12 do 2T, Benítez aos 24 do 2T (Paysandu)
  • Cartões amarelos: Rossi, Bryan, André Lima, Matheus Nogueira (Paysandu), Miqueias (América)
  • Motivo: Sétima rodada da Série B do Campeonato Brasileiro
  • Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte
  • Data: 14/05/2025
  • Horário: 19h30
  • Árbitro: Paulo Belence Alves dos Prazeres Filho (PE)
  • Assistentes: Francisco Chaves Bezerra Junior e Bruno Cesar Chaves Vieira (PE)
  • VAR: Rodrigo Nunes de Sá (RJ)
Compartilhe