A noite desta quarta-feira (14/5) foi agridoce para Willian Bigode. Por um lado, o atacante acertou linda batida de falta para marcar seu primeiro gol pelo América, deu início à rápida reação da equipe que impediu o fim da invencibilidade de 553 dias no Independência. Mas, por outro, o Coelho não conseguiu fazer o “dever de casa”, que era vencer o Paysandu pela sétima rodada da Série B do Brasileiro.
O time paraense, que havia iniciado a rodada na lanterna do campeonato, abriu 2 a 0 já no segundo tempo com gols dos atacantes Rossi e Benítez. Mas, no “apagar das luzes”, o Coelho reagiu – Willian marcou aos 41 do segundo tempo e o zagueiro Júlio César deixou tudo igual aos 44.
Em entrevista após a partida, Bigode celebrou o primeiro gol marcado com a camisa do América, no seu sétimo jogo desde que chegou ao clube. Inclusive, o jogador de 38 anos revelou que foi seu primeiro gol de falta na extensa carreira e deu os créditos para o auxiliar Diogo, com quem treina batidas de tiros livres.
“Não posso esconder minha alegria e felicidade por fazer meu primeiro gol com a camisa do América. Sabemos que ali na frente somos cobrados e temos que saber manter esse equilíbrio para não trazer uma pressão desnecessária, porque sei o quanto trabalho e o quanto meus companheiros e o treinador acreditam em mim. Sabia que iria acontecer. A gente vem treinando faltas com o Diogo, auxiliar, fico muito feliz, foi o meu primeiro gol (de falta) na carreira.”
William, atacante do América
Na sequência, o experiente jogador lamentou os “vacilos” do Coelho no jogo, mas valorizou a reação no final: “Vacilamos, oscilamos no segundo tempo, acabou que tomamos dois gols mas depois conseguimos correr atrás e fazer o gol de empate. Pelas circunstâncias, é valorizar essa perseverança, esse ‘acreditar’, conseguimos empatar. Claro que o nosso objetivo era a vitória, porque subiríamos da 14ª para a terceira ou quarta colocação, já que está tudo embolado”.
Ele também projetou o próximo duelo do América: “Agora é continuar trabalhando, ver o que erramos e o que temos que melhorar para buscar a primeira vitória fora de casa (contra o Coritiba, na próxima segunda-feira (19/5), no Couto Pereira, pela oitava rodada da Série B)”.
Vaias de torcedores
Assim que o árbitro apitou o fim da partida, vários torcedores presentes no Independência vaiaram o América pela atuação irregular da equipe e o resultado aquém do esperado. Perguntado sobre isso, William não rebateu os americanos, mas exaltou o potencial do elenco e a importância de “trabalhar a mente” para não se deixar afetar pelas críticas de adeptos.
“Tenho minha opinião sobre isso. Em toda a minha carreira, sempre respeitei, está dentro do direito deles, porque eles pagam o ingresso, a forma que eles vão reagir. Não temos que nos deixar levar por isso. Claro que é muito ruim quando a sua torcida começa a vaiar ou pegar no pé de algum companheiro, temos que trabalhar nossa mente com relação a isso”
William
“Mas é acreditar, é o início da competição, valorizar o trabalho do William, é um cara novo, mas com um potencial absurdo e com uma estratégia e uma convicção de jogo muito grandes. E com um grupo muito qualificado. Claro que hoje não fizemos uma grande partida e acabamos tomando esses dois gols no segundo tempo, mas conseguimos mostrar essa reação, essa boa atitude, perseverança, buscamos o empate. É valorizar isso, ajustar o que tem que ajustar e trazer sempre o torcedor para o nosso lado”, explicou o atacante.
“Sabemos que temos o carinho deles, eles vêm aqui no meio da semana, 19h30 da noite para poder torcer e ver um bom futebol, é óbvio que tem dias que as coisas não vão acontecer da forma como queremos mas que legal que no final eles acreditaram, foi importante o apoio deles para conseguirmos o empate”, finalizou Bigode.
