AMÉRICA

Campeão com o América em 2017 conta bastidores e relembra ‘virada de chave’

Ao No Ataque, Giovanni exaltou a união do grupo do América; dolorosa derrota para o Oeste, no Independência, como 'virada de chave'

Engana-se quem acha que um título fica na lembrança apenas do torcedores. Quase 10 anos depois da conquista da Série B do Campeonato Brasileiro com o América, o ex-lateral-esquerdo Giovanni Palmieri lembrou com carinho do momento e fez questão de exaltar principal característica do grupo, além de contar bastidores do elenco e apontar a ‘virada de chave’ na escalada pela taça.

Em 2017, o América tinha um grande concorrente ao título da Segunda Divisão. O Internacional, que caiu em 2016, era apontado como favorito ao troféu. O Coelho, contudo, não diminuiu o ritmo e soltou o grito ao vencer o CRB por 1 a 0, no Independência lotado, na última rodada da Série B.

Ao No Ataque, Giovanni exaltou a união do grupo. Tal caraterística não é uma novidade, mas quase um mantra do clube. O ambiente interno é sempre preservado e destacado nos momentos de vitória – e até de derrota do América. Embora os jogadores tivessem personalidades diferentes, se uniam até mesmo nos momentos distintos para cada um.

“Era um grupo muito legal. Dentro do futebol tem os mini grupos. E naquele time era impressionante, porque o pessoal que era da igreja se dava bem com o pessoal que gostava de tomar cerveja. Tinha uma relação muito legal. O Juninho é um cara muito bom de grupo, cristão, varão, e ele não era aqueles de ficar cobrando os outros. Ele sempre deixou muito leve. A gente que era mais da resenha, gostava da bagunça, eu, o Bill, Messias, acabava indo também, depois a gente fazia churrasco e os caras iam também”, lembrou o ex-jogador.

A virada de chave

O América teve uma campanha regular. Manteve-se próximo do G4 durante toda a competição, mas numa posição perigosa – o quarto lugar gerava dúvida e insegurança. A virada de chave veio, então, depois de uma dolorosa derrota para o Oeste, por 2 a 1, no Independência, pela 27ª rodada.

Giovanni garantiu que a confiança interna não abalou. Mas o revés serviu para dar ainda mais gás para o time. Nos bastidores, o técnico Enderson Moreira firmou um compromisso: não haveria mais derrotas a partir dali. E assim foi. Nos 11 jogos seguintes, foram sete vitórias e quatro empates.

“Então, a gente tinha essa conexão muito legal fora de campo. Lembro uma passagem importante que foi num jogo que a gente perdeu pro Oeste, no Independência. O Oeste era o quinto colocado e a gente era o quarto. Criou-se uma dúvida se a gente ia subir ou não. Aquela tensão no ar, estamos perdendo perna, acho que não vai subir. E essa dúvida era mais externa, internamente a gente estava muito confiante”.

Giovanni, ex-lateral do América

Bastidores

Nos bastidores o nervosismo ainda pairava antes dos jogos. O compromisso era sério. O ex-lateral-esquerdo contou que era possível perceber a vontade de todos em busca do mesmo objetivo. O desejo ficou evidente que se tornou uma ‘promessa’ para o preparador físico da época, que visava, além do título, realizar um sonho da família.

A resenha antes do aquecimento foi um dos pontos principais que tornaram o combinado uma realidade. Com o acesso e o título, os jogadores garantiram também uma premiação.

“O nosso preparador físico estava nervoso, muito preocupado. E ele tinha nos aberto que estava planejando viajar no final do ano com a família para Disney. Só que ele precisava do acesso para que viesse uma premiação para ele poder viajar. Ele falava ‘Pelo amor de Deus, me ajuda, vamos subir esse time para eu poder viajar com a minha família’. O Bill brincou: ‘Tá nervoso, Ed? Fica tranquilo, você vai ver o Mickey, nós vamos subir o time’. Aí todo mundo começou a dar risada no aquecimento. Acho que aquela situação tirou aquele peso”, contou, aos risos.

Por fim, Giovanni ressaltou o clima entre o grupo e elegeu como um dos melhores em que já trabalhou.

“Nos 10 jogos finais, não perdemos mais. E aquele aquela dúvida do quarto lugar, acabou se tornando uma liderança faltando duas rodadas e a gente conseguiu ser campeão. Era um time que estava preparado para o grande momento. A gente assumiu isso e não tinha vaidade, jogava um, o outro ficava no banco, o cara que estava no banco torcia para quem estava jogando. Foi um dos melhores grupos que eu trabalhei com certeza”.

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