AMÉRICA

Lisca desabafa sobre passagem no América: ‘Muita ciumeira na diretoria’

Lisca explicou que as principais ideias entraram em ruído com a diretoria do Coelho, além de a paixão da torcida ter causado ciúme

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Ex-treinador do América, Lisca relembrou a passagem pelo América durante o último semestre de 2024. Ele chegou ao clube com a missão de conquistar o acesso, mas o objetivo não foi cumprido e o gaúcho deixou o Coelho antes do fim da Série B. O comandante explicou que as principais ideias entraram em ruído com a diretoria, além de a paixão da torcida ter causado ciúme nos mandatários.

Em entrevista ao Podcast Denilson Show, nessa terça-feira (15/7), Lisca elogiou o América e comentou as passagens pelo clube. A primeira, entre 2020 e 2021, o técnico conduziu o Coelho à semifinal da Copa do Brasil pela primeira vez na história e conseguiu o acesso antecipado à Série A do Campeonato Brasileiro.

“O América sempre foi muito bom para os treinadores. Agora mudou um pouco, eu tive lá e mudou o perfil do clube, a característica. O América é SAF, mas ainda não encontrou investidor, porque tem medo de ceder a autonomia, mas ninguém vai querer investir num clube que não tem autonomia. Isso vai mexendo muito com a cabeça do Salum (Marcus, CEO da SAF), que é o grande dirigente do América”, disse.

Na segunda passagem, o sucesso já não foi o mesmo. Em 14 jogos à frente do Coelho, foram seis vitórias, dois empates e seis derrotas – aproveitamento de 47%. O comandante deixou o alviverde em nono lugar, com 55 pontos, já sem chance de acesso à Série A.

O treinador explicou que retornou ao clube a convite de Salum. Além disso, jogadores lhe deram apoio para assumir o comando do time. Contudo, internamente algumas questões esbarraram. De acordo com Lisca, a relação com os dirigentes não foi desgastada, mas houve oposição de ideias e ciúme por causa da idolatria da torcida.

“Eu fui porque ele me ligou (Salum), falou que estava encerrando o ciclo, o time tinha caído muito, e os jogadores me procuraram também. O Juninho me ligou e disse ‘vem pra cá, não pede nada, dinheiro, contrato’. O América tinha tentando me levar quando estava mal na Série A, mas não fui. Ele (Juninho) falou ‘torcida está pegando no pé e você tem moral'”, comentou Lisca.

“Só que isso me atrapalhou muito dessa vez, porque deu muita ciumeira, a torcida foi me receber no aeroporto, nunca receberam assim um treinador do América. Eu quase falei ‘não venham, porque vai dar ciumeira’. E deu. Na diretoria, duas pessoas. Foi bem difícil pra mim, porque todas as minhas ponderações e colocações eram ao contrário de quem comandava o clube. Aí complicou. Não tinha problema pessoal nenhum, era ideia de trabalho e gestão de grupo, que tem que estar próximo do executivo. E hoje o executivo tem o comando total do clube, da outra vez não era assim”

Por fim, o comandante disse que o afastamento de Salum também contribuiu para a saída. No fim do ano, o então presidente passou a coordenar a SAF, focado em ir ao mercado em busca de um investidor. Atualmente, estão à frente do futebol o diretor de Fred Cascardo e o presidente Alencar da Silveira Júnior.

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