AMÉRICA

Quatro fatores que fizeram o América permanecer na Série B

Campanha pífia foi capaz de inverter completamente os objetivos, o que escancara os problemas e os erros cometidos pela diretoria

Apesar de ter terminado o ano com sentimento de alívio pela permanência na Série B do Campeonato Brasileiro, o América viveu ano frustrante, com o pior aproveitamento da história do clube na competição. A campanha pífia foi capaz de inverter completamente os objetivos do time, o que escancara os problemas e os erros cometidos pela diretoria no planejamento de 2025

No início do ano, o América buscava o acesso. Essa era a meta apontada por treinador, dirigentes e jogadores. O cenário mudou quando o time parou de vencer e ficou estagnado. Sem fôlego para reagir, o investimento baixo no elenco teve preço alto para a sequência do campeonato.

Ao longo da temporada, o Coelho teve três técnicos, lidou com demissão de diretor e ainda tinha na balança o péssimo desempenho – com destaque para a pouca força fora de casa, problema que vem desde 2024. Por fim, a equipe se despediu de jogadores no meio do ano e ainda contratou atletas que foram pouco resolutivos.

Investimento baixo

Com o caixa reduzido, o América teve que optar pelas contratações sem custos para esta temporada. Os jogadores que chegaram não interferiram nos cofres do clube, que arcou apenas com salários. Alguns nomes se encaixaram bem no time e foram utilizados – como Miguelito e Willian Bigode. Já outros não renderam como o esperado.

O atacante Breno Teixeira fez apenas quatro jogos com a camisa do América. Contratado a pedido de William Batista, ele não foi opção para Enderson Moreira e nem para Alberto Valentim. Outro exemplo é o meio-campista Jhosefer, que entrou em campo 13 vezes.

O atacante Guilherme Pato rompeu o LCA em março, e por isso só virou opção nesta reta final da Série B. David Lopes é mais um nome: fez apenas 13 jogos com a camisa do Coelho, e pediu, inclusive, rescisão do contrato.

No meio do ano, o América ainda teve que lidar com saídas importantes. O goleiro Matheus Mendes, o volante Cauan Barros e o atacante Figueiredo tomaram novo rumo no futebol. Os três eram titulares, o que impactou nos resultados até que o time se encaixasse com os substitutos – o goleiro Gustavo, a dupla Felipe Amaral e Kauã Diniz no meio, e no ataque com Bigode.

Trocas de técnicos

William Batista foi o escolhido para a temporada. Na primeira oportunidade como efetivo no profissional, ele foi bem no Campeonato Mineiro: levou o Coelho à final, mas viu o Atlético ser campeão no Mineirão. Na Copa do Brasil, foi eliminado pelo Cascavel ainda na primeira fase.

Na Série B, o desempenho foi abaixo do esperado. Foram oito vitórias, oito derrotas e sete empates em 23 jogos, o que culminou na demissão em junho.

O substituto foi Enderson Moreira, que havia protagonizado bons momentos à frente do América em 2017, com o título da Série B. Contudo, esta passagem não rendeu frutos parecidos. O comandante não conseguiu reverter o cenário do Coelho na Segunda Divisão – foram duas vitórias, dois empates e seis derrotas pela Série B. À esta altura, o cenário já era caótico e o objetivo era deixar a zona de rebaixamento.

Alberto Valentim surgiu como solução. O treinador demorou poucas rodadas para acertar o esquema e afastar o América do perigo da degola. Em 17 jogos, foram seis vitórias, sete empates e quatro derrotas. Contudo, não havia tempo para recolocar a equipe na briga pelo acesso.

Crise fora de campo

Fora de campo, a situação também não estava favorável. Com o desempenho ruim dentro das quatro linhas, a pressão recaiu sobre o diretor de futebol Fred Cascardo. O dirigente, então, foi desligado. Ele estava no clube dede fevereiro de 2022. Cascardo assumiu a direção de futebol profissional depois de comandar, por três anos, as categorias de base do Coelho.

Paulo Assis assumiu o cargo com a missão de espantar a crise. Ainda que não tenha conseguido reverter completamente a situação para conquistar o acesso, ele geriu bem até a reta final da Série B, ao lado de Alberto Valentim.

Desempenho ruim fora de casa

Dentro de campo, o América esbarrou no jejum fora de casa. Ao longo da Série B, foram 19 jogos, cinco vitórias, dois empates e 12 derrotas. O desempenho ruim como visitante afetou a classificação, já que a equipe não conseguia jogar bem distante do Independência.

Sob o comando de William Batista, o time não venceu nenhum jogo fora. Com Enderson Moreira foram duas vitórias, enquanto Valentim triunfou em três oportunidades.

O problema vem de 2024, ano em que o América venceu apenas dois jogos fora de casa – empatou sete vezes e perdeu outras 10.

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