CRUZEIRO

Filho de craque do Cruzeiro assina com clube da Série B

Garoto de 14 anos assinou contrato de formação com time que revelou o pai para o futebol
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Um craque histórico do Cruzeiro, que conquistou a Tríplice Coroa (Campeonato Mineiro, Brasileiro e Copa do Brasil) em 2003 e também o Estadual de 2004, tem um filho que pretende seguir os seus passos no futebol.

O garoto de 14 anos, filho do craque do Cruzeiro, assinou nesta semana um contrato de formação para jogar nas categorias de base de um clube que disputa a Série B. O menino em questão é Felipe de Souza.

O sobrenome do garoto certamente resgata boas lembranças para os torcedores do time celeste. Afinal, seu pai é ninguém menos que Alexsandro de Souza, o Talento Azul, mais conhecido como Alex, um dos jogadores mais importantes da história do Cruzeiro.

Segundo o site ge.globo, Felipe de Souza tem agora um contrato com a base do Coritiba. O documento garante programas de treinamento e complementação educacional. Além disso, o Coxa terá preferência quando o filho de Alex se profissionalizar no futebol.

No Instagram, Alex mandou uma mensagem especial para o filho. “Siga se divertindo, aprendendo e com a mesma paixão. É só o que mantém acesa a chama. Gostar e ser apaixonado pelo jogo. O resto é natural … Estou na torcida, que seja sempre muito legal e muito divertido. Te amo!”, declarou o eterno craque do Cruzeiro.

Carreira de Alex

Natural de Curitiba, Alex escreveu o nome na história do Cruzeiro com a perna esquerda. Foram 121 jogos e 64 gols em duas passagens (2001 e 2002/2004). Na segunda, o craque comandou o time nas conquistas da Tríplice Coroa de 2003 e do Estadual de 2004.

Desde o início da carreira, Alex se mostrou genial. Tanto que estreou profissionalmente no Coritiba com apenas 16 anos, sendo titular absoluto do Coxa até os 20, quando se transferiu para o Palmeiras. No clube paulista, então comandado por Luiz Felipe Scolari, teve participação fundamental na conquista da Copa Libertadores de 1999.

Alex chegou à Seleção Brasileira em 2000 pelas mãos de Vanderlei Luxemburgo, mas o fracasso na Olimpíada de Sydney, na Austrália, atrapalhou sua sequência com a camisa amarela. Vários atletas daquela geração ficaram estigmatizados e não foram mais lembrados.

Experiência na Europa e retorno ao Brasil

Naquele mesmo ano, Alex trocou o Palmeiras pelo Parma em negociação de US$ 16 milhões, mas não se adaptou ao futebol italiano. Depois de empréstimos ao Flamengo, em 2000, e ao Palmeiras, no primeiro semestre de 2001, o meia fechou com o Cruzeiro em 9 de agosto graças a uma ação na Justiça que o desvinculou do clube europeu.

Na Toca, Alex se juntou a um time de respeito, reforçado também pelo volante colombiano Rincón e pelo atacante Edmundo. O Cruzeiro havia perdido Felipão para a Seleção Brasileira e era comandado por Paulo César Carpegiani. A estreia do camisa 10 foi em amistoso contra o América do México, no mítico Estádio Azteca, vencido por 3 a 0. Porém, por problemas legais, Alex só pôde estrear no Brasileiro na sexta rodada. A campanha ruim derrubou Carpegiani e pouco depois fez o mesmo com Ivo Wortmann, substituído por Marco Aurélio.

Mesmo sem jogar tudo que podia, Alex esperava renovar contrato, mas acabou dispensado por telefone, indo novamente para o Palmeiras trabalhar com Vanderlei Luxemburgo. E foi o treinador carioca quem indicou a volta dele ao Cruzeiro, no segundo semestre de 2002, depois de início ruim do time no Brasileiro.

“Pode trazer, que comigo ele joga. Eu garanto”, disse o treinador quando lembrado por Alvimar de Oliveira Costa e Zezé Perrella da passagem apagada do camisa 10 pela Raposa no ano anterior.

Sucesso no Cruzeiro

E Alex realmente jogou. Na reta final do Brasileiro de 2002, o craque já dava indícios de que vivia uma fase diferente. Depois de uma pré-temporada em Araxá, em janeiro de 2003, o armador atingiu o ápice da forma física e técnica. Com grandes jogadas e liderança no vestiário, ele comandou o time em campo na conquista invicta do Estadual.

Alex foi também fazendo vítimas na Copa do Brasil e no Brasileiro. No jogo de ida da final do torneio mata-mata, no Maracanã, o astro fez um gol de calcanhar no empate por 1 a 1. Na volta, com o Mineirão lotado, deu três assistências para os 3 a 1 que valeram o título.

No Brasileirão, o Cruzeiro foi líder quase o tempo todo. O título veio com a vitória sobre o Paysandu, no Mineirão, da qual quis o destino que Alex não estivesse presente por ter recebido o terceiro cartão amarelo na rodada anterior. Para se ter ideia da qualidade da campanha, a equipe celeste terminou a Série A com 100 pontos, 13 à frente do Santos, e 102 gols marcados em 46 jogos.

Com a Tríplice Coroa, Alex marcou seu nome na história centenária do Cruzeiro como craque e ídolo da torcida.

Despedida do time celeste

Mas o início de 2004 mostrou que a temporada não seria tão boa quanto esperavam os cruzeirenses e o próprio Alex. Luxemburgo pediu demissão ainda em fevereiro por divergências com o presidente Alvimar de Oliveira Costa e o vice de futebol Zezé Perrella. No dia seguinte, o craque Rivaldo, contratado com pompa e circunstância a pedido do treinador, anunciou a rescisão contratual em solidariedade ao comandante.

Mesmo assim, o Cruzeiro ainda conseguiu o título mineiro sob a direção técnica de Paulo César Gusmão, ex-auxiliar de Vanderlei Luxemburgo. Alex foi artilheiro, com 14 gols.

A eliminação prematura nas oitavas de final da Copa Libertadores, para o Deportivo Cali-COL, nos pênaltis, em pleno Mineirão, desnorteou o time. Alex recebeu assédio de diversos clubes e acabou fechando contrato com o Fenerbahçe, da Turquia, onde se tornaria ídolo e ganharia até uma estátua em Istambul. 

“Saio de cabeça erguida, sabendo que minha história aqui foi a história de uma volta por cima. Todo mundo merece uma segunda chance”, disse Alex, que deixou o clube em 7 de junho de 2004, mas nunca saiu da memória dos cruzeirenses. 

Alex ainda teve a oportunidade de vestir o uniforme azul em jogo de despedida realizado em 27 de junho de 2015. O encontro reuniu ex-companheiros de 2003 e ídolos cruzeirenses de outras épocas.

Hoje, aos 47 anos, Alex é treinador. Ele já comandou o time sub-20 do São Paulo, o profissional do Avaí e agora está no Antalyaspor, da Turquia.

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