O Paysandu foi rebaixado matematicamente à Série C nesta sexta-feira (31/10), após perder de virada para o Atlético-GO por 2 a 1, pela 35ª rodada. As equipes se enfrentaram no Estádio Antônio Accioly, em Goiânia.
Com 27 pontos, o Paysandu só pode chegar a 36 nos três duelos restantes. O Athletic, primeiro time fora da zona de rebaixamento (16º), soma 37.
Forte desabafo de diretor
O pesado revés abalou o diretor executivo do clube, Carlos Frontini. Visivelmente emocionado, ele tentou explicar aos presentes na coletiva de imprensa as razões pelas quais o Papão fez uma temporada tão ruim em 2025.
Pedido de desculpas
Frontini buscou concatenar ideias, mas acabou se entregando à emoção e encerrou o desabafo apenas lamentando a situação negativa. O choro do argentino com nacionalidade brasileira refletiu a tristeza com o momento do clube.
“Primeiro é pedir desculpas. Matematicamente estamos rebaixados. Por mais que ainda houvesse chances mínimas, continuamos lutando. O momento é delicado. Uma instituição tão grande como o Paysandu, e a gente não conseguiu manter o time na Série B. Temos que ter coragem de vir aqui e comunicar isso ao torcedor, que merece respeito”.
Dirigente não soube elencar as causas do descenso
O dirigente não soube nem mesmo apontar quais foram as principais lacunas no trabalho do clube paraense.
“Como dizer o que deu errado? Foram muitas coisas. Ao longo do campeonato tentamos corrigir, fizemos trocas — muitas. Caso contrário, não estaríamos nessa situação hoje. Grandes clubes já passaram por isso: Palmeiras, Corinthians, Vasco, Atlético, Goiás, Vila Nova… Todos se reconstruíram. Dói, é difícil, mas é preciso seguir e começar urgentemente a planejar o próximo ano. Futebol não é brincadeira”
Sofrimento de torcedores e funcionários
Carlos ressaltou, ainda, que o rebaixamento afeta também os funcionários do clube e faz sofrer os torcedores do Papão.
“Você não imagina como os funcionários dependem disso aqui, pessoas simples, trabalhadoras. Agora é reconstruir — essa é a verdade. Precisamos seguir. O clube é grande, e vamos nos reorganizar para voltar mais fortes no ano que vem. Mais uma vez saímos na frente no placar, mas sofremos a virada. Enfim… foi o que falei no vestiário: se nesse momento a pessoa não sentir nada, está na profissão errada.”
Permanência em xeque
Por fim, Frontini não garantiu a permanência para o próximo ano e somente se comprometeu a cumprir o atual contrato, que vai até o fim da Série B.
“Meu contrato vai até o final da Série B. É isso que tenho assinado com o clube. Independentemente da situação, vou até o fim, tentando fazer o melhor dentro das possibilidades. Como eu falei, precisamos terminar de forma digna, e pra isso tenho que dar o meu melhor. Não foi o suficiente, mas precisamos concluir essa caminhada, porque muita gente ama esse clube e não podemos abandonar.”