Uma das perguntas feitas no lançamento do novo calendário do futebol brasileiro, nessa quarta-feira (1º/10), foi sobre o motivo de a CBF não ter criado a Série E. Júlio Avellar, diretor de competições da entidade, explicou que a valorização da Série D “é mais benéfica para a cadeia produtiva do futebol”. O perfil no X do site Última Divisão publicou a resposta do dirigente.
Segundo Avellar, as federações estaduais já cumprem o papel de “Série E”, pois os clubes se classificam para o Campeonato Brasileiro por meio dos torneios regionais. Não há, portanto, o intuito de acrescentar um nível à pirâmide do sistema de ligas do país.
“Na nossa avaliação, a construção de um produto mais sólido para a Série D, explorando as regionalidades, é mais benéfica para a cadeia produtiva do futebol. O papel da base da pirâmide do futebol brasileiro são as federações estaduais. Ao botar uma Série E, na prática, a gente está criando mais uma camada de acesso à pirâmide do futebol do Brasil”.
O aumento de clubes na Série D
Para 2026, a Série D terá um aumento de clubes, passando de 64 para 96. Os participantes serão divididos em 16 grupos de seis times, com 10 rodadas na primeira fase. Os quatro melhores de cada chave avançam aos mata-matas, a serem disputados em confrontos de ida e volta.
Até 2025, a Quarta Divisão Nacional contou com oito grupos de oito, totalizando 14 rodadas na primeira fase. Júlio Avellar esclareceu a decisão de reduzir para seis as equipes por chave, além de manter em quatro o número de classificados.
“No nosso entendimento, o trabalho deve passar por uma maior valorização da Série D, explorando grupos menores, onde avançam uma porcentagem maior de clubes do que temos atualmente, e trabalhando mais nesse aspecto. Isso é nosso foco. Não estamos falando em redução de cotas. A CBF está investindo na Série D e apostando na regionalidade. Esse é o caminho que entendemos ser o mais adequado”.
Formato da Série D 2026
- Primeira fase: 96 times em 16 grupos de seis, totalizando 480 partidas; os quatro melhores de cada chave avançam;
- Segunda fase: 64 equipes em 32 grupos (ida e volta)
- Terceira fase: 32 equipes em 16 grupos – todas garantem vaga na Série D de 2027 (ida e volta)
- Oitavas de final: 16 equipes em oito grupos (ida e volta)
- Quartas de final: 8 equipes em quatro grupos (ida e volta)
- Playoffs: 4 times eliminados nas quartas de final (dois sobem à Série C)
- Semifinal: 4 equipes em dois grupos (ida e volta – todos sobem à Série C)
- Final: 2 times se enfrentam em jogos de ida e volta
Brasileirão com 164 times
Em 2026, o Campeonato Brasileiro contará com 156 clubes – 20 na Série A, 20 na B, 20 na C e 96 na Série D. Até 2028, o número chegará a 164, visto que a Terceira Divisão passará a ter 28 equipes. Avellar reiterou a visão de que os estaduais preenchem o papel de quinta, sexta, sétima e demais divisões existentes em outros países.
“Se vocês observarem as divisões de acesso em diversos países, verão que a base da pirâmide é semelhante. Existem outros campeonatos, inclusive aqui, que contam com mais de 100 clubes em divisões correlatas. Portanto, não estamos fazendo nada diferente do que o resto do mundo já faz”
Os clubes da Série D 2026
O acréscimo de 32 clubes à Série D de 2026 beneficiou agremiações tradicionais que ficariam sem divisão nacional, casos de Brasiliense e Sampaio Corrêa. Veja abaixo a lista de prováveis times.
64 classificados via estaduais e copas:
- Acre: Independência e Galvez
- Alagoas: ASA e CSE
- Amapá: Trem e Oratório
- Amazonas: Nacional e Manaus
- Bahia: Atlético-BA, Jacuipense e Porto
- Ceará: Ferroviário, Maracanã, Tirol
- Distrito Federal: Capital e Gama
- Espirito Santo: Rio Branco e Vitória
- Goiás: CRAC, ABECAT Ouvidorense e Inhumas
- Maranhão: Imperatriz e Iape
- Mato Grosso: Primavera e Mixto
- Mato Grosso do Sul: Operário e Ivinhema
- Minas Gerais: Betim, Democrata-GV e Uberlândia
- Pará: Tuna Luso e Águia de Marabá
- Paraíba: Sousa e Serra Branca;
- Paraná: Cianorte, São Joseense e Azuriz
- Pernambuco: Maguary e Decisão
- Piauí: Piauí e Fluminense-PI;
- Rio de Janeiro: Sampaio Corrêa-RJ, Madureira e Portuguesa-RJ
- Rio Grande do Norte: Laguna e América-RN
- Rio Grande do Sul: São Luiz e Guarany de Bagé
- Rondônia: Porto Velho e Guaporé;
- Roraima: GAS e Monte Roraima;
- Santa Catarina: Joinville e Santa Catarina;
- São Paulo: Portuguesa, Velo Clube e Noroeste;
- Sergipe: Lagarto e Sergipe;
- Tocantins: a definir (STJD determinou a realização de novas semifinais)
As 32 vagas restantes
Rebaixados da Série C 2025 (4): ABC, CSA, Retrô e Tombense
Série D de 2025 (13): Juazeirense-BA, Ceilândia-DF, Aparecidense-GO, Goiatuba-GO, Sampaio Corrêa-MA, Luverdense-MT, Cascavel-PR, Central-PE, Altos-PI, Maricá-RJ, São José-RS, Marcílio Dias-SC e Água Santa-SP
Ranking Nacional de Clubes com base na pontuação atual (15): Nova Iguaçu-RJ, Brasil de Pelotas-RS, Tocantinópolis-TO, Brasiliense, Pouso Alegre-MG, Humaitá-AC, São Raimundo-RR, Iguatu-CE, União Rondonópolis-MT, Real Noroeste-ES, Treze-PB, Atlético-CE, Moto Club-MA, Parnahyba-PI e Concórdia-SC