A Federação Italiana de Futebol (FIGC) e o Governo da Itália anunciaram nessa terça-feira (27/6) o banimento da camisa de número 88. O banimento do número da camisa é uma das medidas da carta de intenções de combate ao antissemitismo.
O número 88 é utilizado no movimento neonazista em referência ao líder nazista Adolf Hitler. O “h” é a oitava letra do alfabeto, assim o número corresponde às iniciais da saudação nazista “Heil Hitler” (“Salve, Hitler”, em tradução livre para o português).
A carta de intenções também prevê a interrupção de partidas em caso de casos de manifestação antissemitista nos estádios. Outra medida foi a inclusão do conceito de antissemitismo definido pela Aliança Internacional de Memória do Holocausto no código de ética dos clubes.
Buffon e polêmica com o número da camisa
Goleiro campeão do mundo com a Itália em 2006 e ídolo da Juventus, Gianluigi Buffon se envolveu em polêmica no início da carreira ao usar o número 88, quando ainda atuava pelo Parma.
A escolha do número pelo ídolo italiano na temporada 2000/2001 gerou especulações da ligação do jogador com a extrema-direita italiana. Na época, o jogador explicou não saber o significado do número e que a intenção era relembrar quatro bolas, como sinal de superação depois de fraturar o terceiro metacarpo da mão esquerda que o tirou da Eurocopa de 2000.
Uso do número por jogadores e nas arquibancadas
Buffon não é o único a ter usado a camisa de número 88 no futebol italiano. Na temporada 2022/23, os meias Mario Pasalic, da Atalanta, e Toma Basic, da Lazio, vestiram o polêmico número em seus clubes.
Nas arquibancadas, o número é utilizado em referências claras a saudação e, por vezes, acompanhado do nome do líder nazista estampado.
