CAMPEONATO ITALIANO

Ex-clube de Casagrande é rebaixado à Terceira Divisão

Ascoli venceu Pisa por 2 a 1 na última rodada da Série B Italiana, porém placar não foi suficiente para evitar a queda
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O Ascoli Calcio, clube pelo qual o ex-jogador Walter Casagrande atuou de 1987 a 1991, caiu para a Série C do Campeonato Italiano. Mesmo vencendo o Pisa por 2 a 1, nesta sexta-feira (10/5), no Estádio Cino e Lillo Del Duca, o time terminou a Série B na zona de rebaixamento e disputará a Terceira Divisão em 2024/2025.

Em 38 rodadas na Segunda Divisão, o Ascoli somou 41 pontos. Foram nove vitórias, 14 empates e 15 derrotas, com 38 gols marcados e 42 sofridos. A equipe desceu ao terceiro escalão da Itália em 18º lugar, ao lado de Feralpisalò (19º, com 33 pontos) e Lecco (20º, com 26 pontos).

O único brasileiro no elenco do Ascoli em 2023/2024 é o zagueiro Eric Botteghin, de 36 anos, que marcou o primeiro gol da vitória por 2 a 1 sobre o Pisa. Cria da base do Internacional, o experiente defensor está em sua terceira temporada no clube italiano. Antes, fez carreira na Holanda, passando por Zwolle, NAC Breda, FC Groningen e Feyenoord.

O português Pedro Mendes, de 24 anos, terminou a Série B como artilheiro do Ascoli, com 11 gols em 27 jogos. O centroavante revelado no Sporting também vestiu as camisas de Almería (Espanha), Nacional da Madeira e Rio Ave.

Playout da Série B

Ternana (16º, com 43) e Bari (17º, com 41) vão disputar o playout de permanência na Série B Italiana. As equipes se enfrentam em jogos de ida e volta para definir quem permanece na Segunda Divisão. O regulamento determina que o time com mais pontos nas 38 rodadas tem a vantagem de dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols.

Título, acesso e playoff

O campeão da Série B 2023/2024 na Itália foi o Parma, com 76 pontos. O Como terminou em segundo, com 73, e também subiu diretamente à Série A. Venezeia (70) e Cremonese (67) avançaram às semifinais do playoff que definirá o terceiro promovido, enquanto Catanzaro (60), Sampdoria (57), Palermo (56) e Brescia (51) entram nas quartas de final.

Walter Casagrande no Ascoli

Ídolo do Corinthians na década de 1980, Walter Casagrande seguiu rumo ao futebol europeu em 1986/87, inicialmente para jogar no Porto, de Portugal. A passagem foi bastante apagada, mas o brasileiro integrou o elenco vencedor da Liga dos Campeões da Europa (à época chamada de Copa Europeia).

Em 1987/88, Casagrande saiu do Porto e foi defender o Ascoli, um clube que alternava entre as Séries A e B e teve como melhor resultado na Primeira Divisão da Itália a quinta colocação em 1979/80.

Casagrande no Ascoli - (foto: Reprodução)
Casagrande é o oitavo jogador que mais fez gols com a camisa do Ascoli (foto: Reprodução)(foto: Reprodução)

No período com Casão, o Ascoli lutou contra o rebaixamento até cair para a Série B em 1989/90. Apesar dos resultados ruins da equipe, o brasileiro se destacava individualmente – acumulou 16 gols em 59 jogos pela equipe na elite italiana. Na Segunda Divisão em 1990/91, o ex-Corinthians brilhou ao terminar como artilheiro, com 22 gols, e ajudou o clube a regressar à Série A.

Ida ao Torino

O bom desempenho de Casagrande no Ascoli chamou a atenção do Torino, para o qual ele se transferiu em 1991/92. O centroavante esteve perto de fazer história ao marcar os dois gols no empate por 2 a 2 com o Ajax, pelo jogo de ida da final da Liga Europa. Entretanto, o placar de 0 a 0 em Amsterdã deu o título ao time holandês graças ao gol qualificado como visitante.

Entre partidas do Campeonato Italiano, da Copa da Itália e da Liga Europa (ex-Copa da Uefa), Casagrande fez 17 gols em 65 jogos pelo Torino. Em 1993, o jogador retornou ao Brasil para atuar no Flamengo. No ano seguinte, vestiu a camisa do Corinthians, pelo qual contabilizou 103 gols em 256 apresentações (contando todas as passagens).

Pós-futebol

Walter Casagrande encerrou a carreira aos 33 anos, em 1996. Logo em seguida, iniciou a carreira como comentarista esportivo. Ele ficou na Globo de 1997 a 2022. Atualmente, é coluinista do portal UOL.

Durante grande parte da vida, Casão lidou com a dependência química, sobretudo em drogas como cocaína, heroína e anfetamina. Após anos em tratamento, o ex-jogador conseguiu por um fim ao vício em 2015, quando tinha 52 anos.

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