Se a ambição permite grandes conquistas, o Clube Atlético Patrocinense está no caminho certo. Mesmo em processo de reconstrução, a partir de 24 de janeiro a equipe do Alto Paranaíba almeja “competir de igual para igual” no Campeonato Mineiro e, quem sabe, superar sua melhor campanha e descolar vaga na Copa do Brasil.
Trajetória do Patrocinense
Fundado em 19 de março de 1954, o Patrocinense já viveu bons e maus momentos. Na década de 1990, a equipe de Patrocínio chegou à Primeira Divisão do Campeonato Mineiro pela primeira vez. Permaneceu na elite até 1994, quando conheceu a dor do rebaixamento.
Um ano depois, em junho (como consta o registro do clube), aplicou a maior goleada da história ao vencer o Araxá por 8 a 0. Mas foi só. Posteriormente, a equipe retornou à Segunda Divisão.
Em meio ao vai e volta de divisões, fechou as portas. Após descenso em 2005, encerrar as atividades foi a única escolha, já que o clube não podia arcar financeiramente com as dívidas.
Passaram-se 11 anos até que voltasse a competir em torneios oficiais. A reestreia ocorreu em 2016. O acesso ao Módulo II coroou o retorno. No ano seguinte, mais dois degraus: título e vaga na elite, mantida desde então.
Série D do Campeonato Brasileiro
A sequência boa não ficou restrita ao Mineiro. Por ter avançado ao mata-mata em 2018, o Patrocinense conquistou espaço na Série D do Campeonato Brasileiro.
No ano seguinte, competiu na Quarta Divisão nacional pela primeira vez – e a deixou na segunda fase. Em 2020, abriu mão do torneio por questões financeiras. Em 2021, caiu na fase de grupos.
O clube do Alto Paranaíba voltou a jogar a Série D em 2023, quando fez a melhor campanha e, por um triz, não subiu para a Série C – foi eliminado pela Portuguesa nas oitavas de final.
Meta para o Campeonato Mineiro
Mesmo em fase inicial de projeto, o Patrocinense chega ao Estadual de 2024 embalado. Segundo o presidente Ronaldo Corrêa de Lima, a meta é “competir de igual para igual, lutar o máximo durante a competição. Quem está na chuva é para se molhar”. E avisa: “Aquilo que for necessário, nós vamos fazer. Tentar corrigir os erros procurar os acertos. Com respeito ao campeonato”.
Antes de qualquer confronto, o dirigente almeja competitividade e união em campo. Segundo ele, essa é a primeira etapa para desempenhar “à altura da nossa cidade e do Mineiro”.
Conforme o presidente, “decepcionar” não está no papel. Então, para quem sonha com vaga na Copa do Brasil de 2025, se manter na elite é obrigação. “Temos que assegurar o quarto lugar do Mineiro”, determinou Ronaldo Corrêa.
Caso termine em sexto lugar, o Patrocinense finalizará o Mineiro com a melhor campanha da história – atingida em 2019. Ainda, pode descolar vaga na Série D em 2025. Para isso, precisa encerrar o torneio entre os três times mais bem classificados que não estejam nas Séries A, B e C. A princípio, concorre com Ipatinga, Itabirito, Villa Nova, Pouso Alegre, Uberlândia e Democrata-GV.
‘A princípio’ porque o cenário é digno de mudanças. Ipatinga, Villa Nova, Pouso Alegre e Democrata jogarão a Série D neste ano. Se alguma dessas equipes terminar o Estadual em posição que garanta vaga na Quarta Divisão do próximo ano, mas subir à Série C, o espaço na Série D é destinado a outro time de Minas Gerais.
Reforços para o Mineiro
O Patrocinense começou do zero e reformulou completamente o grupo para o Mineiro. Ainda não fechou o ciclo de contratações.
Primeiramente, a diretoria definiu a comissão técnica. Em seguida, Rogério Henrique, treinador selecionado, indicou os nomes para dar início ao projeto. Como detalhado pelo presidente, apenas um jogador não foi sugerido pelo novo comandante.
A base vem forte?
A equipe tem investido, também, nas categorias de base. Ronaldo Corrêa acrescentou que alguns atletas já têm “passe preso ao clube”. Ele contou que o Patrocinense selou acordo com empresários de Belo Horizonte, o que possibilita que as equipes mirim e júnior, até o Sub-17, disputem competições na capital.
Agora, o clube investe na formação do Sub-20 com a contração de treinador e preparador físico. Também conta com 12 atletas para consolidar base para o profissional.
Por enquanto, devido a limitações extracampo, os desejos do Patrocinense são limitados à campanha nos torneios e não se estendem às reformas de dependências, por exemplo.
Ronaldo Corrêa presidiu o time na década de 1990. Desta vez, o vencedor das eleições para o biênio 2024-2025 não reencontrou a equipe nas mesmas condições: “Há 33 anos, tínhamos 16 jogadores, um centro de treinamento que era um espetáculo, fazia inveja a muita gente. E nada disso tem mais. Encontrei sem um atleta, com dívidas, enfim”.
Como o Patrocinense obtém recursos?
Ronaldo Corrêa contou que parte do dinheiro para as despesas saiu do próprio bolso. Ele afirmou que, com o passar do tempo, os patrocinadores atribuíram confiança ao projeto e investiram. A televisão e a bilheteria também são fontes financeiras.
O dirigente comparou futebol com loja e concluiu que “ter produto bom na vitrine” é a maneira de chamar os torcedores. O clube pretende, portanto, fazer boas exibições para atrair os fãs que “sempre têm colaborado” ao Estádio Pedro Alves do Nascimento e, consequentemente, arrecadar mais.
As estratégias do Patrocinense, guiadas pela tríade composta por “promoção, patrocínio e trabalho”, precisarão surgir efeito para cobrir a folha salarial. “Ultrapassa os R$ 350 mil”, detalhou o presidente.
Embora não possua bens, o Ronaldo Corrêa salienta: “Não tem patrimônio, mas tem muito trabalho”.
Esquenta para 2024
A equipe não tem poupado esforços para dar ritmo aos novos jogadores. Retrato disso é a quantidade de amistosos marcados. Em geral, o Patrocinense entregou bons resultados aos torcedores.
- Patrocinense 1 x 1 Samambaia
- Patrocinense 1 x 0 Paranoá
- Patrocinense 9 x 0 Bombeiros de Belo Horizonte
- Patrocinense 2 x 1 Francana
- Patrocinense x Sertãozinho
As partidas na pré-temporada serão determinantes para que Rogério Henrique defina o time titular. No último confronto, diante do Sertãozinho, o treinador deu indícios acerca da relação.
Jogos do Patrocinense na 1ª fase do Mineiro
- Patrocinense x Atlético – 24/1 (quarta-feira) – 21h30 – Pedro Alves do Nascimento, Patrocínio
- Uberlândia x Patrocinense – 29/1 (segunda-feira) – 20h – Parque do Sabiá, Uberlândia
- Patrocinense x Villa Nova – 4/2 (domingo) – 11h – Pedro Alves do Nascimento, Patrocínio
- Cruzeiro x Patrocinense – 9/2 (sexta-feira) – 20h – Mineirão, Belo Horizonte
- Patrocinense x Ipatinga – 14/2 (quarta-feira) – 20h – Pedro Alves do Nascimento, Patrocínio
- Tombense x Patrocinense – 18/2 (domingo) – 16h – Antônio Guimarães de Almeida, Tombos
- Itabirito x Patrocinense – 25/2 (quinta-feira) – 16h – Independência, Belo Horizonte
- Patrocinense x Pouso Alegre – 2/3 (sábado) – 16h30 – Pedro Alves do Nascimento, Patrocínio
Ficha Clube Atlético Patrocinense
- Data de fundação: 19 de março de 1954
- Meta no campeonato: quarto lugar para se classificar à Copa do Brasil de 2025
- Técnico: Rogério Henrique
- Reforços: todos os jogadores foram contratados para a temporada 2024
- Destaque: Gabriel Galhardo
- Time titular: Cairo; Nando, Leo Alves, Guilherme e Ailton; Galhardo, Marinho, Luan e Marcilio; Caique
e Everson - Posição no último Estadual: na primeira fase, terminou em terceiro do Grupo B, com quatro pontos. Por ter tido uma das três piores campanhas, disputou o triangular do rebaixamento ao lado de Caldense e Democrata. A equipe do Alto Paranaíba encerrou a última etapa em primeiro e se livrou da queda.
- Presidente: Ronaldo Corrêa de Lima
Grupo
- Goleiros: Cairo, Gianluca e Claudio;
- Defensores: Leonardo Alves (zagueiro), Vinicius Barcellos (zagueiro), Iago Mendonça (zagueiro), Guilherme Souza (zagueiro), Ailton Santos (lateral-esquerdo), Hudson (lateral-direito) e Nando Sá (lateral-direito);
- Meio-campistas: Stefano Moretti (meio-campista), Miguel Baggio (volante), Matheus Santos (volante), Tiago Corrêa (volante), Luan Silva (volante), Marinho (volante), Gabriel Galhardo (volante) e Juninho (meia-atacante);
- Atacantes: Andrey Fernandes, Everton Kanela, Caíque Lemes, Marcílio e Waguininho;
