América, Atlético e Cruzeiro vão realizar, neste sábado (22/2), ação conjunta durante as partidas da semifinal do Campeonato Mineiro para sensibilizar torcedores sobre a necessidade de combater a violência contra a mulher e o feminicídio. O movimento é apoiado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Durante a partida entre o América e Cruzeiro, às 16h30, no Independência, um vídeo no telão do estádio será transmitido para chamar a atenção dos torcedores, pedindo que toda violência contra a mulher seja denunciada. A animação começa com o som de um apito. Em seguida, a voz de uma mulher fará alertas.
Os torcedores que estiverem no estádio também receberão, no guia do jogo, os contatos dos canais de denúncia e atendimento às mulheres vítimas de violência. A ação deste sábado é um piloto da campanha Cartão Vermelho ao Feminicídio, que está sendo elaborada pelo MPMG e pelos clubes. A ação se estenderá até novembro de 2025 em rodadas do Campeonato Brasileiro.
A parceria entre o MPMG e os clubes de futebol tem o objetivo sensibilizar torcedores, jogadores e toda sociedade sobre a importância de relações igualitárias, de uma vivência saudável e não violenta da masculinidade, além de ressaltar a responsabilidade coletiva no enfrentamento à violência contra a mulher e ao feminicídio.
“O futebol é uma poderosa plataforma de comunicação de massa. Clubes de futebol e ídolos do esporte desempenham um papel fundamental na formação de valores e comportamentos, especialmente entre os homens. Esse potencial pode ser mobilizado para promover mudanças sociais, incluindo o enfrentamento à violência contra a mulher”, destaca a promotora de Justiça Denise Guerzoni.
Violência em dias de jogos de futebol
Dados do estudo “Futebol e Violência contra a Mulher”, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, revelam que, nos dias de jogos de futebol, os registros de ameaças contra mulheres aumentam em 23,7%, e os casos de lesão corporal dolosa crescem 20,8%.
De acordo com o MPMG, Minas Gerais ocupa a 2ª colocação no ranking dos Estados brasileiros com mais feminicídios, atrás somente de São Paulo.
Denise ressalta que, apesar de os índices de feminicídio terem apresentado leve queda, as tentativas de feminicídio estão em elevação. “Esses números evidenciam a urgência de ações que dialoguem diretamente com o público masculino. A violência contra a mulher e o feminicídio atingem todas as classes sociais”, justificou a promotora.
Como denunciar
Qualquer pessoa pode denunciar casos violência contra a mulher, pela Ouvidoria do MPMG (telefone 127) ou pela Central de Atendimento à Mulher, o Ligue 180. Em situações de urgência e perigo iminente, é recomendável acionar a Polícia Militar pelo
190.
