
O ditado “o raio não cai duas vezes no mesmo lugar” parece não ser uma crença de Pablo, ex-volante do América. O jogador foi campeão mineiro com o Coelho em 2016, relembrou campanha daquele ano e alimentou a expectativa de um novo título após nove anos. As semelhanças com o enredo de 2025 mostram que a motivação pode ser um combustível essencial na busca pelo troféu.
Em 2016, o América eliminou o Cruzeiro na semifinal. A classificação à final foi mais tranquila se comparada a deste ano – em que conseguiu o vaga depois de disputa de pênaltis. Na ocasião, o Coelho venceu a Raposa por 2 a 0 no jogo de ida e segurou o empate por 0 a 0 na volta. Na grande final, encarou o Atlético – triunfou por 2 a 1 na partida de ida e empatou por 1 a 1 na volta.
Ao No Ataque, Pablo, um dos pilares da equipe na época – pela experiência e confiança do técnico -, relembrou a conquista e contou qual foi a principal motivação do time para se concentrar para a final.
“Foi um ano muito especial, porque a gente conseguiu vencer o Cruzeiro na semifinal e o Atlético na final, pra não ter dúvida que o América merecia ter sido campeão. O que motivou foi essa questão de, desde o início, a final já estava sendo falada que seria entre Cruzeiro e Atlético. Carregamos isso até a fase final. A gente conseguiu fazer um grande jogo com o Cruzeiro, e depois conseguimos repetir a atuação contra o Atlético. Foi bem marcante para o clube e para todos os atletas”, comentou.
Este ano, os jogadores do América citaram a mesma motivação em outras oportunidades. O meio-campista Fernando Elizari destacou a força da equipe por causa disso.
“Falavam muito que a final seria entre Atlético e Cruzeiro, mas fizemos bons jogos nas semifinais. Em muitos momentos, superiores. E fomos melhores nos pênaltis. Temos que estar 100% e jogar de forma intensa. Precisamos ter muito clara a ideia da comissão técnica. Sabemos que é um rival muito difícil, mas vamos focar em nosso jogo ao máximo”, falou o jogador.
Virada de chave
Naquela edição, o América se classificou à semifinal em quarto lugar – ficou com a última vaga. O time somou 18 pontos. A Caldense, quinta colocada – que ficou de fora – tinha quatro a menos. O Cruzeiro foi o líder, com 29; Atlético com 20; e URT com 19.
Neste ano, o Coelho se classificou no sufoco. Na última rodada, dependeu de resultado do Athletic para avançar. Para Pablo, em 2016, a virada de chave veio logo após a primeira fase. O cenário mudou com a motivação especial, além de ter ganhado ainda mais força depois de eliminar o Cruzeiro na semi.
“Só de já ter classificado por último isso já ligou o alerta. Mas depois da semifinal, a gente já estava bem motivado por causa dessa questão de rivalidade, de colocarem sempre Cruzeiro e Atlético como os principais adversários. E o América estava na Série A do Campeonato Brasileiro, então a gente até pediu muito isso, porque o América merecia um pouco mais de respeito por tudo que o clube vinha vivendo. Então a virada de chave mesmo foi quando classificamos e percebemos que tínhamos grandes chances de ser campeão”
Os personagens da conquista
Um dos grandes nomes da conquista foi Givanildo Oliveira. O icônico treinador foi fundamental não só no vestiário, mas também à beira de campo. Por sua vez, Pablo elogiou o técnico e contou que a conquista foi uma espécie de coroação ao trabalho do comandante, que tem longa história no América.
“Eu tive a felicidade de trabalhar com o Givanildo duas vezes no América, então posso garantir que em todos os momentos ele fez a diferença. A imagem dele se mistura muito com a do América. É um cara que tem o respeito de todos os jogadores, não só do elenco, mas dos adversários. A gente falava que se o Givanildo pedisse para bater a cabeça na parede, a gente batia e depois perguntava por que (risos). Essa final com certeza teve muito dedo dele, pela experiência e pela história com o clube. Isso motivou também, poder oferecer esse título a ele”, falou.
Além de Givanildo, jogadores foram lembrados por Pablo como pilares do time na conquista de 2016. A união era um lema que regia a campanha. Este ano, apesar de ter um time jovem, o América conta com figuras de referência como Marlon e Ricardo Silva.
“Esse elenco era muito simples, não tinha um jogador que era considerado uma estrela, mas era um elenco muito unido. Eu era um desses jogadores. O nosso capitão, Leandro Guerreiro, sempre era muito marcante, o João Ricardo (goleiro) também. É difícil destacar um jogador somente, porque era um grupo muito bacana de trabalhar. Cada um entendeu a necessidade do outro. Era um elenco que se respeitava muito”, lembrou Pablo.
Por fim, o ex-jogador, que atualmente tem uma arena de aulas de futevôlei, beach tennis e vôlei, apostou na reedição da conquista de 2016.
“Continuo acompanhando o clube. Estou sempre por dentro das notícias em relação ao América. Assim como em 2016, que diziam que o América não tinha chance de ser campeão, com certeza estão falando disso agora também, mas a história já foi feita em 2016. E torço para que em 2025 ela se repita”
Pablo no América
Pablo acumula duas passagens pelo América. Ele vestiu a camisa do Coelho pela primeira vez em 2014, depois retornou ao clube em 2016. Ao todo, foram 75 jogos, um gol e seis assistências.