
Presidente do América, Alencar da Silveira Júnior entende que o clube, em parceria com os rivais Atlético e Cruzeiro, poderia gerir melhor o Mineirão que a Minas Arena. O dirigente defendeu o ponto de vista em entrevista ao No Ataque.
“O grande negócio desse estádio é que se tivesse passado para Cruzeiro, Atlético e América, estaríamos cuidando muito melhor do que a Minas Arena está hoje. Primeiramente, porque o Atlético não teria feito o estádio dele (a Arena MRV) tendo o Mineirão ali, iniciou.
Alencar entende que Independência e Mineirão dariam conta das demandas do trio de clubes de Belo Horizonte. O primeiro tem capacidade para 22.044 torcedores, enquanto o segundo pode receber até 61.890 pessoas, de acordo com a Federação Mineira de Futebol (FMF).
“Nós temos dois estádios que são bons negócios, o Independência e o Mineirão, para atender os três clubes da capital. Com certeza iríamos alugar o nosso (Independência) também para Cruzeiro e Atlético. Jogo grande, jogaria no Mineirão, e os pequenos seriam todos no Independência. É uma economia, porque o estádio de futebol dá prejuízo. Ele é caro para todo mundo. Não precisava ter três estádios em Minas Gerais.”
Alencar da Silveira Júnior, presidente do América
A declaração de Alencar ocorre dias após América e Minas Arena entrarem em acordo pelo uso do Mineirão na partida de volta da final do Campeonato Mineiro diante do Atlético, com mando americano. O clássico desse sábado (15/3) terminou com vitória do Coelho por 1 a 0, mas o título ficou com o Galo, que havia vencido o jogo de ida por 4 a 0.
A renda bruta do confronto foi de R$ 4.444.355,00. Desse valor, R$ 1.322.206,71 pagaram os custos da partida. A Minas Arena ficou com R$ 1.066.110,75. Houve ainda um acordo comercial que rendeu R$ 139.104,18 à empresa Imply Tecnologia. Restaram R$ 1.916.933,37 de lucro para o América.
Minas Arena se posiciona
A Minas Arena é a concessionária responsável pela gestão do Mineirão até 2037. A sociedade surgiu por meio das construtoras Construcap, Engesa e HAP Engenharia, responsáveis por realizar a reforma do estádio, entre 2010 e 2012, visando a Copa do Mundo de 2014.
O No Ataque procurou a Minas Arena após as declarações de Alencar da Silveira. O grupo respondeu por meio da seguinte nota enviada pela assessoria de comunicação:
“Reformado para a Copa do Mundo de 2014, com investimento de cerca de R$ 700 milhões à época, o Mineirão manteve sua vocação de principal aliado do futebol mineiro, contribuindo diretamente para o incremento de receitas e o sucesso esportivo dos clubes. Em 13 anos de concessão, o Mineirão registra média de 30 mil torcedores por partida – quase o dobro da média anterior à reforma, que era de 16 mil –, com 30 finais disputadas e 25 taças levantadas em seu gramado, entre competições regionais, nacionais e internacionais. O Mineirão é responsável por movimentar R$ 1,1 bilhão anuais na economia do Estado, segundo estudo do Ipead/UFMG, referente a 2022. No último sábado (15), o Mineirão proporcionou ao América a maior arrecadação de sua história – R$ 4,4 milhões –, tendo sido ainda, em 2016, palco da última conquista estadual do clube.“