Em 30 de janeiro, o torcedor do Atlético que abriu o site Probabilidades no Futebol, do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), teve motivos de sobra para se preocupar. Àquela altura, com quatro empates em quatro jogos na primeira fase, o Galo tinha apenas 10,4% de chance de se classificar às semifinais do Campeonato Mineiro. Tudo mudou em poucas semanas, e o time comandado por Cuca engatou verdadeira arrancada rumo ao hexa – o segundo na história do clube. A seguir, o No Ataque relembra a caminhada alvinegra rumo ao mais recente título.
Início turbulento com jovens
Ainda no fim do ano passado, a diretoria do Atlético tomou a decisão de disputar pré-temporada com o elenco profissional nos Estados Unidos. Diante da coincidência de datas, o Galo precisou jogar as três primeiras rodadas do Campeonato Mineiro com um time majoritariamente composto por jovens da categoria sub-20.
Os garotos atleticanos demonstraram empenho, mas esbarraram em limitações técnicas e táticas – ainda que tenham assegurado invencibilidade. Com os jovens, o Atlético empatou com Aymorés (0 a 0), Democrata-GV (1 a 1) e Pouso Alegre (0 a 0), em atuações sem brilho.
Retorno do time principal e empate “sofrido”
O time profissional do Atlético encontrou o clube na lanterna do Grupo A do Campeonato Mineiro, com apenas três pontos – a quatro de distância do líder Betim. A situação piorou com empate em clássico com o América no Mineirão (1 a 1), em Belo Horizonte.
O jogo teve amplo domínio do Galo. A equipe de Cuca, no entanto, pecou no aproveitamento das finalizações e voltou a somar apenas um ponto.
Arrancada com domínio em clássico contra o arquirrival
Depois do empate com o Coelho, o Atlético reencontrou o rumo das vitórias. Foram quatro consecutivas nos quatro compromissos restantes pela primeira fase: sobre Villa Nova (1 a 0), Athletic (1 a 0), Cruzeiro (2 a 0) e Itabirito (3 a 0).
Este período ficou marcado por significativa evolução técnica e tática do conjunto liderado por Cuca, que apresentou bom repertório ofensivo e contou com a solidez do sistema defensivo para não ser vazado. O líder da trajetória não poderia ter sido outro: na somatória destes quatro duelos, Hulk marcou cinco dos sete gols alvinegros.
O ponto alto em meio à sequência, naturalmente, foi o clássico contra o Cruzeiro. Em meio a um Mineirão totalmente preenchido por torcedores celestes, o Atlético fez a festa ao contar com expulsão de Gabigol, ainda no primeiro tempo, e duas bolas na rede de seu maior astro.
Os resultados fizeram com que o Galo saltasse dos quatro aos 16 pontos, assegurando a vice-liderança do Grupo A – com a mesma pontuação registrada pelo Tombense, mas menor número de vitórias. Por regulamento, o Atlético se classificou às semifinais como segundo colocado de melhor desempenho na primeira fase.
Hulk e Rony decidem semifinal
O Atlético enfrentou dificuldades especialmente na etapa inicial da primeira semifinal contra o Tombense, mas voltou a contar com o brilho de Hulk para vencer. Com um pênalti e um golaço magistral de falta, o paraibano fez o Galo abrir a trajetória na eliminatória com vitória (2 a 0) no Gigante da Pampulha.
No embate decisivo, Rony balançou as redes no primeiro tento e participou da jogada do segundo, que teve gol contra de Roger Carvalho. Na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, o Atlético garantiu passagem à 19ª final consecutiva de Campeonato Mineiro com nova vitória (2 a 0) – mas perdeu Hulk por lesão muscular na coxa direita.
“Show” contra o América, queda da invencibilidade e hexa
No Mineirão, uma falha precoce de Jori, goleiro do América, e uma expulsão ainda no primeiro tempo (Cauan Barros) foram determinantes para o contexto da primeira final. Ainda assim, o Atlético fez valer a superioridade técnica sobre o Coelho e goleou o rival (4 a 0), com direito a show do zagueiro Lyanco – que marcou os dois primeiros gols com a camisa preta e branca.
Na volta, também no Gigante da Pampulha, o Galo pareceu “colocar o pé no freio” pela primeira vez na temporada. Em ritmo “morno”, a equipe alvinegra acabou derrotada pelo América (1 a 0) e viu a invencibilidade da temporada cair – nada que apagasse o brilho de mais uma conquista.
Pelo sexto ano consecutivo, o Atlético levantou a taça do Campeonato Mineiro – repetindo feito da geração do ídolo Reinaldo e se unindo a ABC, Bahia e Paysandu no seleto grupo de clubes com pelo menos 50 conquistas estaduais. O título também colocou o Galo na condição de dono da maior sequência vigente de taças regionais no Brasil.
Atlético na sequência de 2025
O Atlético volta atenções para as três competições que tem a disputar na sequência da temporada. São elas: a Série A do Campeonato Brasileiro, a Copa Sul-Americana e a Copa do Brasil – torneio no qual o clube já se encontra na terceira fase.
O próximo compromisso será a estreia no Brasileirão, diante do Grêmio, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. A partida será disputada a partir das 18h30 do dia 29 de março (um sábado).
