CAMPEONATO MINEIRO

Clube mineiro negocia venda de SAF a fundo de investimento após desacordo com ex-Cruzeiro

Presidente revelou com exclusividade ao No Ataque que a negociação está avançada; ex-jogador campeão pelo Cruzeiro queria comprar SAF

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Estreante na elite do Campeonato Mineiro em 2025, o Betim Futebol negocia venda da Sociedade Anônima Futebolística (SAF) do clube para um fundo de investimentos cujo nome foi mantido em sigilo. A informação foi revelada pelo presidente da associação betinense, Fred Pacheco, durante entrevista exclusiva ao No Ataque.

O fundo, inclusive, já assinou protocolo de intenções de compra, descrito por Fred como “uma espécie de pré-contrato”.

“Temos um protocolo de intenções de compra assinado por um fundo de investimento. A SAF ainda não foi vendida, assinamos uma espécie de pré-contrato. Eles têm um prazo para receber as documentações, fazer a análise e posteriormente definir pela continuidade ou não do negócio”

Fred Pacheco, em entrevista exclusiva ao No Ataque

Ex-jogador do Cruzeiro quis comprar SAF do Betim

Fundado em 2019, o Betim concluiu o processo para se tornar SAF no dia 21 de agosto do ano passado – menos de um mês após conquistar o inédito título do Módulo 2 do Campeonato Mineiro. Desde então, atraiu diversos investidores – entre eles, os empresários Sandro Duarte, ex-volante que conquistou a Tríplice Coroa pelo Cruzeiro em 2003, e Ehler Pessoa.

Os dois são sócios e agenciam diversos atletas – entre eles, o atacante Vitor Roque, cria de América e Cruzeiro e hoje emprestado pelo Barcelona ao Real Betis, da Espanha. Eles também são donos o Porto Sport Club, de Porto Seguro, na Bahia, desde o ano passado – lá, tiveram impacto imediato, com o vice-campeonato da Segundona do Campeonato Baiano logo no primeiro ano da gestão e o consequente acesso para a elite estadual em 2025.

Sandro e Ehler chegaram a ser os principais interessados na compra da SAF, conforme divulgou a Itatiaia em setembro do ano passado. Mas, segundo dito em exclusividade por Fred Pacheco ao No Ataque, a dupla não chegou a um acordo com o Betim e, por isso, não está mais na jogada.

Novo estádio à vista

Além da venda da SAF, o Betim planeja a construção de estádio com 10 mil lugares, que deve custar cerca de R$ 60 milhões. Localizado no Bairro Alto das Flores, o terreno de 50 mil metros quadrados que comportaria a obra foi cedido pelo ex-prefeito de Betim, Vittorio Medioli (sem partido), e apresentado por ele em agosto do ano passado, quando ainda chefiava o executivo municipal.

O empreendimento prevê quatro arquibancadas, camarotes, tribuna de imprensa, anfiteatro na área externa e estacionamento e está em fase de aprovação de licenças ambientais. Caso se confirme, as obras começarão no segundo semestre do ano.

Hoje, o Betim joga na Arena Vera Cruz, que sediará as partidas da equipe na elite do Mineiro.

De onde vem o dinheiro do Betim hoje?

Por enquanto, a principal fonte de renda do time betinense é, portanto, o patrocínio. Para este ano, já foram investidos cerca de R$ 3 milhões, quase todos provenientes de patrocinadores, conforme dito pelo presidente. A folha salarial da equipe hoje está entre R$ 300 mil e R$ 400 mil, segundo Pacheco.

Para montar o elenco, o Betim apostou em diversos jogadores que foram revelados pelas categorias de base do Atlético e do Cruzeiro.

No total, são cinco crias do Galo – o volante Fillipe Soutto e o atacante Paulo Henrique,  que surgiram como nomes promissores da base alvinegra no início da década de 2010, além do goleiro Michael, o volante Wesley Hudson e o atacante Victor Michell.

Já do lado celeste, há oito nomes revelados na Toca da Raposa – o zagueiro Weverton, que chegou a ser convocado para treinar com a Seleção Brasilei em 2019, os meio-campistas Marco Antônio, Vitinho, Henrique Rodrigues, Riquelmy, Mitivoc e Euroco, e os atacantes Laércio e Wesley Reis.

Betim sonha com voos mais altos

A principal meta do Beti, para a primeira participação da equipe no Campeonato Mineiro é a permanência. Além disso, o time da Região Metropolitana de Belo Horizonte sonha com a conquista da classificação para a Série D do Campeonato Brasileiro de 2026 e para a Copa do Brasil do ano que vem.

“O primeiro objetivo nosso de longo prazo é a estabilidade. Queremos chegar na Série B, mas de forma estável, com condições de continuidade – isso é o mais difícil. Chegar é difícil, permanecer é mais ainda. Temos que criar estrutura para isso, o estádio é uma demanda específica para que tenhamos condições, assim como a infraestrutura de treinamento. Betim comporta isso é uma cidade rica. Queremos nos tornar referência no estado”

Fred Pacheco, presidente do Betim

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