O técnico Vágner Mancini revelou a chateação do elenco do América após a derrota para o Corinthians por 3 a 2 e a consequente eliminação nos pênaltis na Copa do Brasil. Em entrevista coletiva, ele classificou a partida do Coelho como heroica, mas pontuou que a equipe ficou devendo nas cobranças – perdeu por 3 a 1, nesse sábado (15/7), pelo jogo de volta das quartas de final.
“É óbvio que nós estamos muito chateados em virtude daquilo que acabamos acompanhando em São Paulo. O América fez um grande primeiro tempo, teve oportunidade para sair na frente, assim como o Corinthians, e aí voltou para o segundo tempo e logo a um minuto acabou tomando o gol. Isso fez com quem a gente tivesse que dar uma alterada na equipe, e aí tomou o segundo gol. Tivemos, no segundo tempo, duas vezes desclassificados, e a equipe foi buscar. Fez o 2 a 1, tomou o terceiro gol, foi lá e fez o 3 a 2. Isso foi heroico porque tínhamos um time que não era defensivo, sustentou até o final e levou decisão para os pênaltis”, disse.
“Nos pênaltis, infelizmente não fomos bem, batemos muito mal e isso acabou sendo determinante.”
Vágner Mancini, técnico do América
Mancini elogiou o bom jogo e voltou a frisar a chateação pelo resultado final. “O América fez uma grande partida e enfrentou um adversário que também jogou bem. O América teve a chance de fazer dois belos gols na partida. Então, é óbvio, a gente fica chateado, porque sabemos o quanto seria importante a gente passar e ir à semifinal. Mas, de outra forma, temos que aceitar, porque enfrentamos uma equipe que também jogou bem nos dois jogos e esse equilíbrio acabou fazendo a diferença, e nos pênaltis, o Corinthians acabou levando a melhor”.
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Menos ofensividade nos minutos finais: orientação de Mancini?
O técnico também comentou a postura do América no fim do segundo tempo, quando a equipe se portou de forma mais defensiva. Não foi uma orientação dele, mas sim uma opção dos jogadores. Vagner Mancini aproveitou para destacar a liberdade que dá ao elenco e pontuar a dificuldade de passar orientações em campo devido ao barulho feito pela torcida adversária.
“Não foi orientação minha. Eles sabem o quanto eu peço para que sejam agressivos e ofensivos. É que neste momento do jogo nós tínhamos a possibilidade de acelerar o jogo, mas tínhamos alguns problemas na equipe. Não tínhamos um meio campo marcador, tínhamos o Pedrinho e o Mastriani que já estavam desgastados, e eles sentem isso. Entre eles, determinaram que seria melhor a posse de bola para levar para os pênaltis do que se arriscar e acabar tomando o quarto o gol”, afirmou.
“São situações em que os atletas vivem dentro da partida e quem está de fora não tem muito acesso. Até porque dentro de um estádio com 50 mil pessoas gritando do jeito que a torcida do Corinthians estava fica difícil passar informação. Essa é uma autonomia que todo jogador do meu time tem para resolver o que aparece em cada partida”, completou.
Erros e acertos: Benítez e pênaltis
Por fim, Mancini comentou duas situações distintas em campo: o fator positivo do camisa 10 Benítez e os erros nas cobranças de pênaltis. O técnico do América elogiou a entrada do argentino e explicou a opção por colocá-lo somente no segundo tempo.
“O Benítez acabou sendo a peça da transformação do América. Ele entrou muito bem, é um atleta dotado de uma capacidade técnica fora do comum. Infelizmente, a gente não tinha o Benítez para todo o jogo. Se nós entrássemos com ele, talvez teria que tirá-lo no segundo tempo. Como ele vinha de alguns dias de inatividade, achamos melhor usá-lo ao longo da partida e ele cumpriu bem o papel. Acho que pode ser apontado como destaque do jogo pelo volume que conseguiu imprimir em pouco tempo, fazendo o América reacender em campo. É um atleta que precisa ser bem cuidado, é o diferencial do América”.
Sobre os erros nos penais, Mancini afirmou que analisará a partida. O América errou três cobranças de pênaltis na decisão. “Falaremos sobre os acertos, erros, daquilo que podemos melhorar ou não. Esse são ajustes que fazemos ao longo da semana”.
Com a eliminação, o América perdeu oportunidade de faturar mais R$ 9 milhões na Copa do Brasil e se despediu do torneio com uma cota acumulada de R$ 12,8 milhões. Antes de encarar o Corinthians, o alviverde passou por Tocantinópolis, Santa Cruz, Nova Iguaçu-RJ e Internacional.