![Lance que origina gol anulado de Scarpa em Atlético x Sport pela Copa do Brasil (foto: Reprodução/CBF)](https://noataque.com.br/wp-content/uploads/2024/05/WhatsApp-Image-2024-05-01-at-14.51.46-570x321.jpeg)
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou, na madrugada desta quarta-feira (1/5), a análise do VAR (árbitro de vídeo) de um dos gols invalidados do Atlético diante do Sport, em jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Na última terça-feira (30/4), o Galo bateu o Leão da Ilha na Arena MRV, em Belo Horizonte, por 2 a 0.
Logo aos 10 minutos do primeiro tempo, a torcida do Atlético comemorou pela primeira vez na Arena MRV. Bruno Fuchs encontrou bola longa nas costas da defesa adversária, acionando Hulk em profundidade.
O atacante paraibano correu, conduziu a bola, limpou adversários dentro da área e serviu o meio-campista Gustavo Scarpa, que se aproximava do lance pela direita. Com o pé esquerdo, ele finalizou “de chapa” para balançar as redes.
VAR analisou gol invalidado
A arbitragem de campo, comandada pelo carioca Bruno Mota Correia, validou o lance em um primeiro momento. Contudo, o VAR alertou o juiz segundos após o gol: “Aguarde, checando possível impedimento”.
A calibragem de imagem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tentou buscar o momento exato do lançamento de Bruno Fuchs a partir de diferentes ângulos. Enquanto isso, Bruno Mota buscava controlar a pressão dos atletas dentro de campo.
Diante da dificuldade do lance, o VAR levou pouco mais de um minuto para traçar as linhas referentes aos posicionamentos dos atletas: o ombro direito de Hulk, do Atlético, e o joelho direito de Rafael Thyere, do Sport. Confira o resultado da análise nas imagens a seguir.
![VAR traçou linhas e apontou impedimento de Hulk na origem do gol de Scarpa para o Atlético - (foto: Reprodução/CBF) VAR traçou linhas e apontou impedimento de Hulk na origem do gol de Scarpa para o Atlético - (foto: Reprodução/CBF)](https://noataque.com.br/wp-content/uploads/2024/05/WhatsApp-Image-2024-05-01-at-14.55.03.jpeg)
![VAR traçou linhas e apontou impedimento de Hulk na origem do gol de Scarpa para o Atlético - (foto: Reprodução/CBF) VAR traçou linhas e apontou impedimento de Hulk na origem do gol de Scarpa para o Atlético - (foto: Reprodução/CBF)](https://noataque.com.br/wp-content/uploads/2024/05/WhatsApp-Image-2024-05-01-at-15.15.00.jpeg)
Ao fim da checagem, o catarinense Rodrigo D’Alonso Ferreira, que comandava o VAR, entrou em contato com Bruno Mota. Ele orientou o árbitro de campo para que anulasse o gol. Veja o diálogo a seguir.
- Rodrigo D’Alonso Ferreira: “A decisão de campo foi gol, né?”
- Bruno Mota: “Sim, correto.”
- Rodrigo D’Alonso Ferreira: “O jogador está em impedimento no primeiro lançamento, tá? Impedimento factual ali próximo ao meio-campo.”
- Bruno Mota: “Ok, beleza.”
CBF reforça conceito da regra de impedimento e princípios do VAR
No link disponibilizado pela CBF com a análise do lance polêmico, a entidade máxima do futebol brasileiro reforçou o conceito da regra de impedimento. Além disso, também enfatizou os princípios de atuação do VAR.
Regra 11 – IMPEDIMENTO
Um jogador em posição de impedimento quando a bola for tocada* por um companheiro de equipe será punido somente se chegar a participar do jogo de forma ativa, ao:
* interferir no jogo por tocar em uma bola passada ou tocada por um companheiro; ou
* interferir em um adversário ao:
• impedi-lo de jogar ou ter condições de jogar a bola por claramente obstruir o campo de visão do adversário; ou
• disputar a bola com o adversário; ou
• claramente tentar tocar em uma bola que se encontrar próxima de si quando essa ação afetar um adversário; ou
• executar uma ação que claramente afete a possibilidade de um adversário toca a bola.
ou
* obter vantagem por tocar na bola ou interferir em um adversário quando a bola:
• tiver desviado ou tocado nas traves, no travessão, em um membro da equipe de arbitragem ou em um adversário;
• tiver como origem uma defesa deliberada feita por qualquer adversário.
*Deverá ser considerado o primeiro ponto de contato ao tocar na bola.
Não se considerará que um jogador em posição de impedimento obteve vantagem quando receber a bola de um adversário que tocou deliberadamente nela, incluindo com um toque de mão deliberado, a menos de que se trate de uma defesa deliberada do adversário.
Regras do Jogo (IFAB/CBF 2023-2024)
Princípios do VAR
1. A tecnologia de vídeo só será usada para corrigir erros claros e incidentes não vistos nas situações pré-definidas e que podem mudar o rumo do jogo:
– Gol ou não gol;
– Pênalti ou não pênalti;
– Cartão vermelho direto
– Erro de identificação (o árbitro adverte ou expulsa o jogador errado).
2. A decisão final será sempre do árbitro.
3. Os Árbitros Assistentes de Vídeo (VARs) são membros da arbitragem e qualquer informação fornecida ao árbitro por um VAR será tratada da mesma forma que uma informação recebida de uma árbitro assistente, árbitro assistente adicional ou do quarto árbitro.
4. O árbitro sempre tomará sua decisão independentemente da existência dos VARs, ou seja, o árbitro não pode não tomar uma decisão, remetendo a situação ao VAR. Se o árbitro decidir não paralisar o jogo devido a uma possível ofensa, a decisão (de permitir a continuação do jogo) poderá ser revisada. Em raras ocasiões o árbitro pode consultar o VAR. Por exemplo, ao pedir para identificar o jogador que deve ser punido.
5. A decisão original tomada pelo árbitro não será alterada, salvo se a revisão pelo vídeo mostrar que a decisão foi claramente errada.
6. Só o árbitro poderá iniciar uma revisão. O VAR (e os demais membros da arbitragem) só poderão recomendar que o árbitro faça uma revisão.
7. Seja qual for o processo de revisão, não pode haver pressão para que uma decisão seja revisada rapidamente, pois a precisão é mais importante que a pressa.
8. Os jogadores e a equipe técnica não podem ficar ao redor do árbitro, nem tentar influenciar sua decisão, ou no processo de revisão. O jogador que usar o ‘sinal de revisão’ de modo ostensivo dever ser advertido (cartão amarelo).
9. O árbitro deverá permanecer ‘visível’ o máximo possível durante o processo de revisão, para garantir transparência.
10. Se o jogo continuar após um incidente revisável, qualquer medida disciplinar tomada ou exigida durante o período pós incidente não pode ser cancelada, ainda que a decisão original seja alterada (com exceção de advertência ou expulsão por parar um ataque promissor ou uma chance clara de gol).
11. Há limites – antes da decisão e depois de um incidente – para que uma revisão possa ser feita.
12. Na medida do possível, o protocolo VAR visa cumprir os princípios e a filosofia das Regras do Jogo.