O repórter Betinho Marques se pronunciou em rede social após discussão com Gabriel Milito, técnico do Atlético. O debate entre o comunicador e o treinador argentino ocorreu na entrevista coletiva depois da derrota do Galo para o Flamengo por 3 a 1 neste domingo (3/11), no Maracanã, no Rio de Janeiro, em jogo de ida da final da Copa do Brasil.
Por meio do X (antigo Twitter), Betinho Marques falou sobre o caso com Gabriel Milito. O repórter do Fala Galo preferiu amenizar a situação e, inclusive, demonstrou interesse nas coletivas do treinador do Atlético.
“Semana intensa! Voltando para BH grato por tudo, principalmente pelo companheirismo de inúmeros amigos e colegas. Atlético volta vivo e Milito tem capacidade para virar o jogo. Não perco coletivas dele porque aprendo. No mais, trabalho para o torcedor, serei firme e sempre cortês”, afirmou Betinho Marques, que seguiu.
“O resto é ter maturidade para entender os momentos. Não consegui terminar minha pergunta, mas compreendo o emocional dos outros, até porque também sou humano. Sempre questionarei o meu filho, mas seguirei o apoiando. Vamos pra cima. Agora é estrada. Obrigado a todos!”
Betinho Marques, repórter do Fala Galo
A discussão entre Milito e Betinho
Betinho Marques, do Fala Galo, foi o sexto jornalista a realizar uma pergunta na entrevista coletiva. Ele iniciou dizendo que o Galo teve dificuldades na saída de bola e logo foi interrompido pelo treinador, que fez uma série de indagações.
Milito perguntou, por mais de uma vez, com quantos jogadores o Flamengo realizava a marcação e com quantos o Atlético atacava. O ponto principal do argentino ao longo de todo o debate foi apontar que o time mineiro contava com mais atletas nas duas partes do campo.
Betinho, por sua vez, tentou encerrar a discussão. A assessoria de comunicação do clube até pediu para o profissional finalizar, mas não foi possível com as várias perguntas de Milito.
Ao longo do debate, que durou seis minutos, o argentino criticou a visão de jogo do jornalista e chegou a dizer que era uma fala sem conhecimento. Veja, abaixo, o debate completo entre os profissionais:
Betinho Marques: “O Atlético teve muita dificuldade nessa saída de bola no primeiro tempo. A bola estava saindo sem qualidade para o meio, pelo menos no meu ponto de vista, é só uma avaliação. O Atlético estava com muita dificuldade de sair porque eles estavam encaixando os três atacantes mais o Arrascaeta por trás, e o Atlético não tinha a vantagem competitiva para fazer a saída de três”
Gabriel Milito: “Não, para mim (foi) muito bem. Quantas bolas perdemos? Fale para mim. Eram quatro jogadores pressionando a nossa saída? Você falou isso? Quem era? Assim não confundimos. Eu gosto de falar do jogo, é o que mais gosto. Temos a oportunidade agora. Sei que você é jornalista, eu sou treinador. Como eles pressionaram, com quantos jogadores?”
Betinho Marques: “A pergunta foi eu quem te fiz. Na nossa visão eles estavam fazendo pressão em cima, com três jogadores e fechando com o meia. Posso estar equivocado, é uma visão.”
Gabriel Milito: “Estou ajudando você a compreender o que queríamos fazer. Eram quatro ou mais? Você não me responde. Eu quero falar com certeza. Você fala por falar. Eram quatro jogadores, mais (Evertton) Araújo e Gerson que vinham para trás com a linha de quatro defensiva. Verdade? Nós colocamos cinco atacantes e com esses cinco fixamos seis jogadores – quatro defensores, além de Gerson e Araújo. Ok? O goleiro deles não joga, o nosso sim, teríamos um jogador a mais. Sim ou não?”
Betinho Marques: “Estou compreendendo”
Gabriel Milito: “Éramos seis jogadores. Quem eram os seis? Mas fale, senão pergunta sem saber. Me fala”
Betinho Marques: “Eu perguntei sabendo. Não estou aqui para constranger ninguém. Estou fazendo uma pergunta porque achei que você teria uma resposta para elucidar o torcedor, só isso. Não era negativa a pergunta, você levou para o lado negativo.”
Gabriel Milito: “Não falo se era positiva ou negativa, falo que não tem conhecimento.”
Betinho Marques: “Você está desqualificando. Eu só te perguntei porque você fez algumas alterações e mudou o sistema de jogo do Atlético, e o Atlético conseguiu ter no final do jogo a possibilidade de reviver para a partida seguinte. Não era negativa a pergunta, por favor Milito.”
Gabriel Milito: “Não estou falando que você está fazendo uma pergunta negativa, mas sem conhecimento. Estou perguntando para você para termos uma conversa de igual para igual, está bom? Se eles tinham quatro jogadores pressionando e seis defendendo, nos restam quantos jogadores? São seis jogadores contra quatro, a partir daí tínhamos a superioridade de sair contra quatro, e por isso saímos em muitas oportunidades de forma curta e bem, e em outras tivemos uma linha a mais com Paulinho e Arana. Geramos ataques que não aconteceu nada porque no último terço, na parte final, a decisão não foi boa. Mas você só quer falar de sair contra quatro. Você fala da pressão do Flamengo, mas não da posição da nossa equipe.”
Betinho Marques: “Eu estava falando da construção. A construção estava deficiente. E acho que não foi só eu que vi, mas tudo bem. E assim, queríamos a sua elucidação porque você sabe mais do que a gente.”
Gabriel Milito: “Eu quero explicar para que você me compreenda. Se eles não faziam mano a mano, 10 contra 10 no campo, então Everson não poderia jogar curto, teria que jogar longo. Como aconteceu com o Rossi no segundo tempo, porque estávamos no mano a mano. No primeiro tempo, com Everson, isso não aconteceu. Nós éramos seis jogadores, e eles quatro. Eram Lyanco, Battaglia, Alonso e Everson, mais Alan Franco e Otávio, seis. Eles tinham Michael, Plata, Arrascaeta e Gabi. Éramos seis contra quatro. Você me fala que no início estivemos mal. Poderia ter sido melhor? Sim. Mas não estivemos mal.”