O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) suspendeu o julgamento de Dudu, do Atlético, nesta quinta-feira (31/7). Durante a sessão, uma das auditoras não pôde ler o voto, o que impossibilitou a conclusão da pauta.
A defesa de Dudu havia entrado com recurso para tentar a absolvição do jogador. Com o adiamento, ele seguirá como desfalque e ficará fora do duelo com o Flamengo, nesta quinta-feira (31/7), às 21h30, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.
Ainda não há uma nova data para julgar o recurso, mas a mesa garantiu que será definido na próxima semana. O Atlético, por sua vez, informou que foi enviado um pedido de efeito suspensivo para liberar o atleta enquanto o pleito não é concluído.
A tentativa de livrar Dudu da suspensão
Este foi o segundo recurso protocolado pelos advogados de Dudu, que já conseguiram a retirada da multa de R$ 90 mil determinada inicialmente. No novo pedido, a defesa sustentou que não houve misoginia ou discriminação, além de apontar questionamentos sobre a condução do processo na instância desportiva.
Um dos argumentos usados foi a suposta quebra de imparcialidade por parte da relatora da primeira instância, Renata Mendonça, que teria publicado foto ao lado de advogadas de Leila Pereira antes do julgamento. A defesa também alegou que o STJD não teria competência para julgar o caso, já que as declarações ocorreram fora do ambiente esportivo, e questionou a legitimidade da União Brasileira de Mulheres (UBM) no processo.
Dudu já cumpriu dois jogos de suspensão no Brasileirão e pode ser ausência em mais quatro partidas. Além do confronto desta quinta com o Flamengo, o atacante corre o risco de não enfrentar Bragantino, Flamengo (jogo de volta) e Vasco.
Se o STJD acatasse o recurso ainda hoje, Dudu poderia enfrentar o Flamengo no Maracanã. Caso contrário, segue fora até o fim do cumprimento da punição. Paralelamente, o caso tramita na Justiça comum, nas esferas cível e criminal.
Entenda o caso
A punição ao camisa 92 foi definida no dia 18 de julho, por decisão unânime do tribunal, com base no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de atos discriminatórios.
Na ocasião, Dudu não compareceu ao julgamento, mas enviou vídeo em que pediu desculpas às mulheres ofendidas pelas declarações contra a presidente do Palmeiras publicadas nas redes sociais.
Leila Pereira, porém, classificou o atleta como “covarde” pela ausência e reforçou que agressores precisam ser expostos.
O imbróglio começou no início do ano, após Dudu usar um palavrão direcionado a Leila em resposta a críticas sobre sua saída conturbada do Palmeiras. O atacante trocou o clube paulista pelo Cruzeiro em janeiro e, em maio, acertou com o Atlético.
