A defesa do atacante Dudu fez de tudo para que ele ficasse disponível para o Atlético contra o Flamengo, mas o jogador acabou não sendo utilizado pelo técnico Cuca nessa quinta-feira (31/7). Apesar disso, a estratégia deu certo, e o Galo abriu vantagem nas oitavas de final da Copa do Brasil com a vitória por 1 a 0 no Maracanã.
O efeito suspensivo foi concedido pela auditora-relatora do processo, Antonieta da Silva Pinto, no imbróglio envolvendo o atacante e a presidente do Palmeiras, Leila Pereira. Na tarde desta quinta, o Superior Tribunal de Justiça (STJD) julgaria o recurso de absolvição do atleta.
Contudo, a sessão foi suspensa por causa de problemas de saúde da relatora. O STJD informou que ainda não há uma nova data para julgar o recurso, mas garantiu que haverá definição na próxima semana. Com isso, a defesa de Dudu entrou com o pedido de efeito suspensivo e obteve a liberação do atleta apenas na Copa do Brasil.
Sem Dudu, Cuca optou por escalar o ataque do Atlético com Rony, Cuello e Hulk. Do banco de reservas ainda saíram o zagueiro Igor Rabello, os volantes Fausto Vera e Alexsander e o atacante Júnior Santos.
O camisa 92 ainda persegue o primeiro gol com a camisa do Galo. Ele disputou quatro jogos pela equipe.
Dudu na Justiça
A punição a Dudu foi definida no dia 18 de julho, por decisão unânime do Tribunal, com base no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de atos discriminatórios
Na ocasião, Dudu não compareceu ao julgamento, mas enviou vídeo em que pediu desculpas às mulheres ofendidas pelas declarações contra a presidente do Palmeiras publicadas nas redes sociais.
Leila Pereira, porém, classificou o atleta como “covarde” pela ausência e reforçou que agressores precisam ser expostos.
O imbróglio começou no início do ano, após Dudu usar um palavrão direcionado a Leila em resposta a críticas sobre sua saída conturbada do Palmeiras. Em janeiro, o atacante trocou o clube paulista pelo Cruzeiro. Em maio, acertou com o Atlético.
No primeiro recurso, Dudu se livrou de pagar multa de R$ 90 mil. No novo pedido, a defesa sustentou que não houve misoginia ou discriminação, além de apontar questionamentos sobre a condução do processo na instância desportiva.
Um dos argumentos usados foi a suposta quebra de imparcialidade por parte da relatora da primeira instância, Renata Mendonça, que teria publicado foto ao lado de advogadas de Leila Pereira antes do julgamento.
A defesa também alegou que o STJD não teria competência para julgar o caso, já que as declarações ocorreram fora do ambiente esportivo, e questionou a legitimidade da União Brasileira de Mulheres (UBM) no processo.
O camisa 92 do Galo já cumpriu suspensão de dois jogos, ambos pelo Campeonato Brasileiro.