O atacante Gabriel Barbosa ficou negativamente marcado por ter “abandonado” a delegação do Cruzeiro após o jogo contra o Corinthians, em 14 de dezembro, na Neo Química Arena, em São Paulo. O duelo selou a desclassificação do clube celeste na semifinal da Copa do Brasil.
Depois da partida, Gabigol foi visto saindo do vestiário sozinho, sem uniforme, antes dos demais atletas.
A atitude gerou rumores a respeito de um possível atrito entre Gabi e outros jogadores do Cruzeiro. Em entrevista ao Podpah nesta sexta-feira (19/12), o camisa 9 colocou panos quentes na situação e explicou as razões motivaram a saída “prematura” do vestiário.
Decepção, bagagem no ônibus e vontade de ir para casa
Gabigol explicou que a saída precoce do vestiário se deu em razão de um motivo simples: a bagagem do atleta teria ficado no ônibus que levou o time do Cruzeiro ao estádio.
Para além disso, o atleta justificou a “pressa” para ir embora do estádio em razão da tristeza que sentia naquele momento, causada pela perda do pênalti.
“Errei, essa responsabilidade é minha, não é de ninguém. Quando acabou o jogo, estávamos liberados. Fui o primeiro a sair do vestiário porque a minha mala estava dentro do ônibus e os seguranças foram pegar, mas nem dá pra sair rápido em um jogo como esse. Eu tomei banho e até comentei com o Kaio Jorge, que estava ao meu lado, que eu só queria ir para casa, ficar minha família, com meus amigos”, explicou Gabigol
Reações contidas: ‘Não preciso jogar para a torcida’
Por outro lado, quanto ao fato de não ter retornado à Belo Horizonte junto dos companheiros, o camisa 9 salientou que apesar da decepção, não precisava fazer o esforço de voltar à capital mineira somente para “jogar para a torcida”, haja vista que iria ao encontro de familiares no estado de São Paulo.
“Sou daqui, não faria sentido ir a BH e depois voltar para São Paulo, só para mostrar para a mídia e torcida que eu estava triste, não preciso mostrar para ninguém, eu sei o que estou sentindo, e às vezes as pessoas esperam uma reação eufórica, eu não sou esse tipo de cara.”
Gabriel Barbosa, atacante do Cruzeiro
Contradições no discurso do grande público incomodam Gabigol
Gabi disse, ainda, que a forma como os resultados conduzem a opinião pública desagrada o jogador.
Para ele, caso tivesse convertido a penalidade, as manifestações seriam distintas e a exaltação tomaria o lugar das críticas exacerbadas. O jogador rechaçou qualquer possibilidade de ter errado a a penalidade de propósito e reiterou que é um jogador de grupo.
“Até o pênalti, eu era o jogador de grupo. Eu era o jogador que estava lá me dedicando todos os dias e tudo. Quando se perde o pênalti, eu já não sou mais esse jogador, eu sou o jogador mau de grupo. E é muito pelo contrário. Você perder um pênalti daquela dimensão não é fácil psicologicamente pro jogador. Eu errei, não tem problema, eu assumi. Mas falarem que errei por querer é uma barbaridade. O que eu ganharia perdendo um pênalti? Qual o sentido disso? O pior talvez seja as pessoas acreditarem”, encerrou Gabi.