Ídolo do Atlético e do Palmeiras, o ex-goleiro Velloso classificou gol sofrido contra o Cruzeiro, no segundo jogo da final da Copa do Brasil de 1996, no estádio Palestra Itália, em São Paulo, como o “pior” da carreira.
Quanto o duelo entre Palmeiras e Cruzeiro estava empatado por 1 a 1, o atacante Roberto Gaúcho cruzou da ponta-esquerda para a grande área. Velloso tentou agarrar, mas não conseguiu, e deu a bola “de presente” para o atacante Marcelo Ramos, que selou virada por 2 a 1 que deu o bicampeonado para a Raposa.
“Foi o pior jogo da minha carreira e foi o pior gol que eu tomei, o mais marcante de forma negativa.”
Velloso
“Quando veio o cruzamento, lembro que o Sandro tinha saído da área, foi dar um combate no meio-campo e foi batido. Estávamos com menos um zagueiro na área. E quando o ponta-esquerda cruza, já sabia que estava com um zagueiro a menos na área. Quando eu saio para interceptar o cruzamento, já percebi que tinha um atacante atrás de mim. Então, saí e desequilibrei. Quando desequilibrei, falei: ‘A bola não pode passar, porque tem alguém atrás de mim'”, iniciou o ex-goleiro, em entrevista ao Canal do Cosme Rímoli.
“Quando eu percebi que não ia conseguir segurar a bola de primeira, falei: ‘Como ela não pode passar, eu vou deixar ela cair na minha frente e pego’. Aí quando ela caiu, o Marcelo já estava embaixo de mim. E ele eu não vi. Sabia que tinha um atacante atrás, só que não percebi a chegada dele. E quando a bola caiu, ele já estava para bater. Aí eu fui com o pé ainda, mas ele conseguiu finalizar, fez o gol, o gol do título do Cruzeiro. Perdemos.”
Velloso
‘Pior noite da minha vida’
Velloso contou como se sentiu após o fim do jogo; “Foi a pior da minha noite da vida, esportivamente falando. O peso todo da derrota era meu. Eu sabia que corria esse risco na minha carreira inteira. Que poderia acontecer algo desse tipo. E aconteceu, algo que é um pesadelo para o goleiro, acontecer um alnce como esse, mas aconteceu comigo. Tinha que conviver com isso, me recuperar. Foi uma noite que dormi muito pouco, muito mal. Eu morava perto do Allianz Parque (antigo Palestra Itália), mas foi muito difícil chegar em casa, deitar na cama, pegar no sono”.
“Não saía o lance, não saía a derrota da cabeça. Lembro que as pessoas passavam na rua, sabiam que eu morava ali, ficavam me xingando. De madrugada, as pessoas passando me xingando. Foi muito difícil, muito difícil aquela noite E aí eu acordei de manhã, depois de passar uma noite quase sem dormir, cochilando, falei: ‘Ah, vou ligar a televisão para espairecer. Liguei na Globo, tava a Ana Maria Braga falando; ‘Pô, Velloso, sacanagem ontem’. Eu falei: ‘Não é possível’. Aí desliguei a TV. Liguei (de novo), mas deu cinco minutos e ela foi falar do jogo. Falei: ‘Não, não é possível’. Desliguei e falei: ‘Não, chega’.”
Velloso
Carreira de Velloso
Com sete títulos no currículo, Velloso é ídolo do Palmeiras. Ele foi titular da meta alviverde de 1994 e 1999, sendo o quarto goleiro com mais jogos, atrás de Leão, Marcos e Valdir Joaquim de Moraes.
Depois de perder a posição para Marcos, Velloso se transferiu ao Atlético. Foi titular do Galo de 1999 a 2004 e conquistou o título do Campeonato Mineiro de 2000.
Ele ainda defendeu União São João, Santos e Atlético Sorocaba.