A atacante Megan Rapinoe anunciou que vai se aposentar no fim da temporada atual da NWSL, a Liga Norte Americana. Dessa forma, a atleta do OL Reign jogará a última Copa do Mundo neste ano. Os EUA estreiam no Mundial em 21 de julho, contra o Vietnã, às 22h (de Brasília), no Eden Park, em Auckland, na Nova Zelândia.
A capita da Seleção dos EUA anunciou o fim da carreira no Twitter e escreveu: “É com um profundo sentimento de paz e gratidão que decidi que esta será minha última temporada jogando este belo jogo”.
Além das conquistas com os clubes e com a seleção, a jogadora é conhecida pelo engajamento em causas políticas e sociais.
Trajetória de Megan Rapinoe
Megan Rapinoe começou a carreira no futebol universitário, em 2002. Enquanto estudante, ela atuou pelo Elk Grove e pelo Portland Pilots.
A atacante alcançou a liga nacional em 2009, quando foi contratada pelo Chicago Red Stars. Passou pelo Philadelphia e MagicJack antes de ter a primeira experiência internacional no Sydney FC (Austrália), em 2011.
No mesmo ano, a atacante jogou a primeira Copa do Mundo pela seleção profissional e foi vice-campeã. Inclusive, eliminou o Brasil nas quartas de final.
Em 2012, voltou aos EUA para defender o Seattle Sounders. Foi quando disputou a primeira Olimpíada da carreira, em Londres. Naquela oportunidade, Rapinoe foi campeã olímpica.
Na temporada 2012/2013, a atacante foi contratada pelo Lyon, da França. Ficou por duas temporadas e conquistou o Campeonato Francês e a Copa da França, ambos em 2013.
Retornou para os EUA em 2013 para defender o Seattle Reign FC, clube atual. Em 2020, o time norte-americano passou a ser do domínio do Olympique Lyonnais, da França, e se transformou em OL Reign.
Durante os 10 anos no OL Reign, Rapinoe foi campeã da temporada regular em três oportunidades – 2014, 2015 e 2022. Nos playoffs de 2014 e 2015, terminou em segundo. Já no mata-mata de 2022, perdeu logo na primeira partida.
Trajetória de Megan Rapinoe na Seleção Norte-Americana
A história de Megan Rapinoe na Seleção dos EUA começou nas categorias de base. Ainda em 2004, como atleta universitária, ela foi convocada para a Copa do Mundo Sub-19.
Já a primeira oportunidade na seleção profissional foi em julho de 2006, aos 21 anos, contra a República da Irlanda. Quase três meses depois, em outubro, fez os dois primeiros gols pelos EUA.
Aos 38 anos, a capitã da Seleção dos EUA jogará a quarta e última Copa do Mundo. Ela esteve nos Mundiais de 2011, quando foi vice-campeã ao ser derrotada pelo Japão, de 2015 e de 2019 – nesses, levantou a taça. Ao todo, atuou em 17 partidas e fez nove gols.
Além disso, esteve em três Olimpíadas – 2012, 2016 e 2020. Na primeira participação, foi campeã. No Rio de Janeiro, quatro anos mais tarde, foi eliminada ainda nas quartas. Na última edição, ficou na semifinal e conquistou a medalha de bronze. Megan Rapinoe disputou 14 jogos olímpicos e marcou cinco gols.
O título da Concacaf de 2012 também preenche o currículo da atacante.
Prêmios individuais
As atuações de Megan Rapinoe renderam a ela prêmios individuais ao longo da carreira.
O ano brilhante da atacante foi o de 2019. Ela ganhou:
- Bola de Ouro;
- Bola de Ouro da Copa do Mundo Feminina da Fifa;
- Chuteira de Ouro da Copa do Mundo Feminina da Fifa;
- Melhor Jogadora da Fifa; e
- Compôs a Seleção da Fifa em 2019 e 2020.
Atuações fora de campo
Megan Rapinoe não se destaca apenas em campo. A atacante é conhecida por defender e engajar causas políticas e sociais.
Entre elas, está o Equal Pay, movimento feito pelas jogadoras dos EUA para reivindicar a igualdade salarial. O direito foi conquistado em 2022, quando a Federação de Futebol dos EUA (USSF) igualou o pagamento entre homens e mulheres das seleções do país, após processo e seis anos em disputa legal.
Além da igualdade de gênero, a atacante é referência na luta do movimento LGBTQIAP+. Ela se assumiu lésbica em 2012 e, desde então, atua de forme veemente em pautas da comunidade. Nas partidas da Copa de 2019, se recusou a cantar o hino nacional e justificou que não se sentia representada.
No mesmo Mundial, ajoelhou durante o hino nacional como forma de apoio a Colin Kaepernick. O jogador de futebol americano foi banido da National Football League (NFL) porque também ficou de joelhos durante a execução do hino para protestar contra a morte de pessoas pretas por policiais do país.
Nos EUA, as equipes que conquistam marcas importantes têm o costume de visitar a Casa Branca. Na Copa de 2019, a capitã da seleção disse que não iria à residência oficial caso fosse campeã. Na época, Donald Trump era o presidente dos EUA e desafeto declarado da jogadora.
Recentemente, em julho de 2022, Megan Rapinoe recebeu do atual presidente dos EUA, Joe Biden, a Medalha Presidencial da Liberdade. O prêmio foi criado por John Kennedy em 1963 e significa a maior honraria dada a um civil. A atacante foi agraciada pela participação nas lutas contra a homofobia, o racismo e a desigualdade de gênero.