Classificada às oitavas de final da Copa do Mundo Feminina, a Seleção dos Estados Unidos chama a atenção do público pelo fato de as jogadoras não cantarem o hino nacional antes das partidas. A atitude começou na edição passada do Mundial, em 2019, liderada pela atacante Megan Rapinoe. Nesta terça-feira (1/8), no empate sem gols das norte-americanas diante de Portugal, a situação não foi diferente.
Eleita a melhor jogadora da Copa de 2019, Rapinoe passou a não cantar o hino nacional em protesto a injustiças contra a comunidade LGBTQIAPN+ nos Estados Unidos.
“Seria necessário uma reforma do sistema criminal. Seria preciso diminuir a enorme lacuna de desigualdade que temos. Seria necessário um enorme progresso nos direitos LGBTQIAPN+ no país”, justificou a craque, que é casada com a estrela da WNBA, Sue Bird.
Naquele ano, Rapinoe trocou farpas publicamente com Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos. Ela também criticou a Fifa pela desigualdade de pagamentos para mulheres em relação aos homens e pela escolha do Catar como sede da Copa do Mundo Masculina de 2022.
“Como esperar algo da Fifa se vão levar uma Copa do Mundo para o Catar, mesmo com todas as questões que sabemos que existem lá?”, disparou, citando o fato de o país do Oriente Médio criminalizar o homossexualismo e estipular, como pena máxima, o apedrejamento.
Já a zagueira Noemi Girma ressaltou a escolha individual para o boicote ao hino. “No final, cada jogadora pode escolher o que quer fazer. É tudo o que tenho a dizer”, afirmou a jogadora de 23 anos, ao ser questionada em coletiva de imprensa.
Vale citar que algumas jogadoras do elenco, como Julie Ertz, Alyssa Naeher e Lindsey Horan, não aderiram ao protesto no momento da execução do hino nacional.
Classificação dos Estados Unidos
Seleção tetracampeã mundial, os Estados avançaram às oitavas de final como segunda colocada do Grupo E, atrás da Holanda.
Foi a pior campanha dos EUA na história da fase de grupos da Copa do Mundo feminina. As norte-americanas nunca tinham somado apenas cinco pontos.